Não existe censura no Brasil.
Ou não existia.
Porque o Tribunal Superior Eleitoral acaba de decidir o que o povo brasileiro pode e não pode ouvir.
Ou melhor, sobre quem pode ouvir.
Sobre o Governo, pode-se dizer tudo: que rouba, desvia, se corrompe.
Tudo, claro, "comprovado"pelas acusações -até agora genéricas e improvadas – de um homem que admite ser um ladrão – e seu comparsa, que já foi definido pelo próprio juiz do caso como "um bandido profissional", ambos se beneficiando de um perdão judicial quanto mais acusarem.
Mas de Aécio não se pode dizer, sequer, que desapropriou, como governador, uma nesga de terra dentro da fazenda do tio e investiu dinheiro público para fazer um aeroporto numa pequena cidade, onde só serve para seus passeios a fazenda da família.
O fato é que o Judiciário brasileiro, salvo honrosas exceções, parece ter sucumbido aos tapetes que frequenta e adotado, com cada vez menos rebuços, a identidade com uma classe média alta, que se julga possuidora de todos os méritos e à cuja ditadura moral o país deva se submeter.
Não escandaliza ninguém que um juiz, com vencimentos brutos de perto de R$ 30 mil, se contado seu auxílio-moradia imune a tributos, escreva num processo que está trabalhando como "escravo".
A elite do funcionalismo público, que tem suas posições conquistadas por saber do qual não se duvida, deveria que ser mais lúcida que a elite econômica à qual tantas vezes se alinha em opinião e entender que este é um país carente, arrochado por um brutal garrote financeiro e que os recursos que faltam ao Judiciário mais ainda faltam à saúde, à educação, à assistência social.
Não o pensar o que "estou aqui porque mereço e quem não está não merece". Isso é a selva, não a civilização.
A cegueira e o ódio, instalaram-se de forma doentia e obcecada em muitas mentes.
Neste grupos, só se pode repetir do discurso monolítico da mídia, no qual todos os pecados pertencem a um lado, embora o outro seja um colecionador de imoralidades e desvios de conduta sabidos de todos.
Este blog, que recebe contribuições dos leitores e anúncios do Google disponíveis a qualquer um, é "sujo".
O governador Aécio Neves, que determinou a destinação verbas publicitárias de seu governo para as rádios que ganhou durante o Governo Sarney, é "limpo".
O conservadorismo brasileiro e a classe média cheia de ódio que se construiu aqui acham preferível um desqualificado que rebaixe os pobres a seu lugar do que uma mulher que, com todos os defeitos políticos que seu governo possa ter, é honrada e austera, embora esteja, há dois anos, sendo diariamente enxovalhada pelos jornais.
Estamos diante do impensável e, entretanto, ele está aí.
Escrevi, há dias, que o povo brasileiro estava só.
Seu Governo, agora que resolveu se defender, depois de anos de inércia, está com "baixarias", porque dos atos baixos do PSDB é deselegante falar e, agora, proibido.
Estamos chamados a um esforço final para livrar nosso país de um período de trevas que virá se esta mistificação continuar.
Mas o Brasil e seu povo valem este esforço, ah, se valem.
Porque não há tribunal, mídia, elites que nos possam tirar esse amor, essa causa, este desejo de justiça e felicidade que eles não têm.
Quem mede sua felicidade pelo sofrimento alheio está fadado ao veneno do ódio.
Por Fernando Brito no Tijolaco
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