Petrobrás: Mais possibilidade de lucros do que perdas, por Rdmaestri

Na resposta a tendeciosa ou mesmo ignorante reportágem do Globo, intitulada Petróleo desaba e já é ameaça ao pré-sal a Petrobrás foi até modesta sob determinado ponto de vista que está simplesmente sendo ignorado. Como disse um dos comentaristas a reportágem, Marcos Antônio, nos EUA a gasolina não tem preços administrados. 

Este diferencial entre os preços livres no mercado Norte Americano e os preços administrados no Brasil, é algo que pode inclusive em médio prazo diminuir o custo da extração do pré-sal, a longo prazo garantir a vitalidade da empresa, e além de tudo isto colocá-la um passo adiante em relação as outras grandes petroleiras.

Como no Brasil os preços dos combustíveis, gasolina, óleo diesel e gás de cozinha é tratado através de uma média histórica e não pelo preço do dia, ou seja, quando o Petróleo vai a US$130,00 o barril ela amarga um prejuízo na parte importada e lucro na parte produzida no país, isto pode representar algum desconforto dos acionistas que querem interesses a curto prazo.

Por outro lado quando o mercado está aquecido junto com o preço do petróleo mesmo os custos de produção são onerados, como custos como aluguel de navios sonda, custos de matéria prima importada e até custo de mão de obra de empreiteros que vem ao Brasil para fazer tarefas especiais.

Estes custos devido ao aquecimento do mercado sofre uma grande inflação em dólar e a disponibilidade de equipamentos deve seguir a uma reserva de longo prazo (alguns deles acima de dois anos).

Porém quando o petróleo cai de preço há um movimento em sentido inverso e inclusive mesmo as grandes petroleiras sustam uma série de investimentos que já eram programados há bastante tempo, isto cria inclusive uma pressão negativa na oferta de petróleo, pois tendo um lucro menor as petroleiras diminuem seus investimentos de médio prazo.

No caso da Petrobrás, que durante três anos segurou o preço dos produtos refinados importados, gasolina e óleo diesel, no momento estes produtos estão temporariamente abaixo do preço do mercado internacional, logo se for mantido o preço e não se cair num populismo energético, os lucros da Petrobrás aumentarão significativamente dando condições de prescindir de alguma parte do financiamento externo.

Também diria que é o momento da Petrobrás aproveitar que o bando de assaltantes de seus cofres estão acuados e que os fornecedores estão sofrendo uma redução em suas encomendas para renegociar a menor valor ou a prazos e juros menores.

Caso esta política de preço médio for mantida, quando o petróleo voltar as condições normais de preço o país estará com os preços já ajustados e o mais importante o país poderá começar exportar um bom volume de petróleo e derivados a preços bem abaixo do preço de produção.

Este seria um ótimo momento para o governo brasileiro renacionalizar parte da Petrobrás recomprando aões a preços de mercado, pois daqui a dois anos quando o Pré-sal estiver produzindo a mais todo o custo da compra será inclusive pago com a lucratividade da empresa.

Já citei um artigo de Steve Austin no site Oil-Price.net intitulado Falling Oil Price slows US Fracking em que há diversas observações importantes, inclusive uma no último parágrafo, demominado Revisiting Foreign Policy to Saudi Arabia em que há uma exortação a mudança de atitude da política externa dos Estados Unidos em relação a Arábia Saudita. Este artigo e mais outros de especialistas no mercado de hidrocarbonetos colocam claramente que a política de preços baixos da Arábia Saudita visa simplesmente a quebra do setor de óleo e gás não convencional (óleo e gás de folhelho e de areias betiuminosas), ou seja um verdadeiro atentado a busca da segurança energética dos Norte Americanos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário