Enviado por Cláudio José
Por Wilson Mendes
Do Extra
Universitários, janeiro, verão, roupas de banho. Elementos que combinariam numa fórmula perfeita, não fosse o acréscimo do ingrediente “greve”, que fez a química desandar, causar atraso e calor. Aliás, muito calor nas salas do campus da Uerj em São Gonçalo. Como protesto, estudantes assistiram às aulas, nesta quinta-feira, de sunga e biquíni.
— É impossível ficar dentro das “saunas” de aula. O calor é muito intenso, principalmente durante o dia. E pensar que a Uerj já teve aparelho de ar condicionado central, mas nunca instalou porque a rede elétrica não suporta — reclamou o estudante de história Antonio Garrido, de 32 anos.
A Faculdade de Formação de Professores fica no Patronato. Dos três blocos de salas de aulas, apenas os dois menores têm climatização, além das salas que servem à administração. Ao todo, para aulas, apenas 13 salas têm aparelhos de ar condicionado.
— É uma situação crítica. O período de férias atrasou por causa da greve. Estamos tendo aula em salas que parecem fornos. Aquelas que hoje são climatizadas receberam aparelhos de ar porque projetos de pesquisa dos professores financiaram a instalação — explicou a estudante Ágatha Galvão, uma das organizadoras do protesto.
Além das roupas de banho, os estudantes espalharam cartazes pela faculdade, numa tentativa de chamar a atenção da reitoria para os problemas enfrentados com as altas temperaturas. As aulas seguem até o dia 26 de janeiro, quando, enfim, começam as férias.
No dia 13, os alunos do campus Maracanã, no Rio, também protestaram contra a ausência de climatizadores nas salas de aula. Estudantes do curso de engenharia assistiram à aula sem camisa.
Campus recebe verba de R$ 160 mil por ano
O número de salas climatizadas na Uerj São Gonçalo já foi maior. Desde o ano passado, duas salas estão com equipamentos quebrados, de acordo com o Diretório Central dos Estudantes.
O refresco para os alunos, no entanto, ainda vai demorar para chegar, de acordo com o vice-diretor da unidade, Rogério Novais:
— Não temos verba para comprar os aparelhos. Eles devem ser encaminhados pela prefeitura da Uerj, que já prometeu 50. O que vamos fazer é utilizar verba de pesquisa para renovar a rede elétrica do bloco A, a partir de fevereiro. É um edifício de 40 anos e precisa dessa intervenção.
Ainda de acordo com Rogério, a unidade de São Gonçalo recebe R$ 160 mil por ano para manutenção. O valor é repassado em oito parcelas. O vice-diretor também rebateu a afirmação dos alunos de que havia um aparelho de ar central para ser instalado: “não tem isso”.
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