Representante do empresário Júlio Camargo de Almeida Camargo, um dos investigados sob acordo de delação premiada na Operação LavaJato, a advogada Beatriz Catta Preta, divulgou nota – a que deu o título de "Fato Relevante" – em que desmente afirmações feitas pelo também delator Alberto Youssef, sobre o ex-ministro José Dirceu. (Confiram a íntegra da nota Fato Relevante)
O doleiro preso teria afirmado que Camargo tem uma relação "muito boa" com o ex-ministro. Os termos de depoimento foram tornados públicos nesta 5ª feira pelo juiz Sérgio Moro da Justiça Federal do Paraná.
Na nota a advogada Beatriz Catta Preta acentua que "(…) quanto à ilusória e absurda conclusão de que o sr. Julio Camargo tenha uma relação 'muito boa' com o sr. José Dirceu, apenas porque este teria viajado em avião de sua propriedade, deve ser esclarecido que a aeronave em questão, qualificada como táxi aéreo, era deixada sob a administração da TAM, a qual tem o dever de cuidar da manutenção, hangaragem e afretamento da mesma. Isso significa que, ao haver interessados no afretamento da aeronave, a TAM apenas pergunta ao proprietário se utilizará o avião naquele período ou não. A responsabilidade é inteiramente da TAM, inclusive quanto ao recebimento dos valores pelo afretamento".
Beatriz desmente ainda a informação de Youssef de que a contabilidade de Júlio Camargo estaria em pen drive e sob a responsabilidade de um contador chamado Franco Clemente Pinto: "As afirmações lançadas pelo colaborador Alberto Youssef são temerárias porque absolutamente inverídicas. Não há a indicação de um elemento de prova, sequer indiciária, acerca dos fatos mentirosos ali narrados. A alusão a um certo "pen drive" não passa de criação do colaborador em questão".
No comunicado, a advogada assegura que que "tudo o que havia a ser esclarecido e informado às autoridades sobre os fatos investigados na denominada Operação LavaJato fora feito nos termos de declarações em colaboração, conforme já citado, não havendo nenhuma pendência por parte do senhor Júlio Gerin de Almeida Camargo, seja pela entrega de documentos, seja por informações adicionais".
Segundo levantamento do jornal Valor Econômico – que publica a nota da advogada – Beatriz Catta Preta atuou em nove das 12 colaborações premiadas já homologadas pelo Judiciário na investigação sobre corrupção, formação de cartel e lavagem de dinheiro na Petrobras.
Leiam aqui a nota "Fato Relevante".
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