Uma excelente reflexão sobre o PT, nossa história, os 12 anos de governos do partido no plano federal e, coroando isso tudo, uma análise do momento vivido pelo país e pela legenda está exposta na "Carta Aberta ao PT", escrita pelo deputado Edinho Silva (SP), presidente estadual petista por cinco anos (de 2008 a 2013) e atual integrante do diretório nacional. Edinho mergulha fundo em todos esses pontos, o que nos proporciona, também, um roteiro para a nossa reflexão e para cada um delinear sua atuação daqui para a frente.
O deputado começa sua carta aberta destacando que não podemos, nós petistas, em nenhum momento, ter crise de identidade. Não há razão, mostra ele. "Nascemos da força dos excluídos, parimos um projeto para eles, fizemos curvas, buscamos atalhos, mas o nosso maior objetivo é a construção de um Brasil sem exclusão social, sem preconceitos, discriminação e que radicalize a democracia em seu sentido mais amplo. O PT nasceu para esse objetivo, sua existência não tem outra razão que não seja ser instrumento dessa busca."
Em meio ao turbilhão de tantas ameaças dos que querem provocar a derrocada do Brasil, o deputado Edinho louva o fato de as instituições brasileiras funcionarem," inclusive, porque nós investimos muito para que isso acontecesse. Os governos Lula e Dilma fortaleceram as instituições da democracia. Hoje, elas funcionam e têm legitimidade para isso."
Incluímos "nas relações econômicas e sociais 40 milhões de brasileiros"
"Se a corrupção é endêmica e povoa as instâncias governamentais – observa – ela tem que ser combatida com muita dureza. Nós sempre defendemos isso. Fomos nós que adotamos como política pública o Orçamento Participativo, a prestação de contas em plenárias populares, a radicalização da transparência. Isso tudo desde as nossas primeiras prefeituras. Errado está quem desrespeitou a nossa história."
Em outro trecho de sua carta, Edinho Silva lembra: "Trouxemos para as relações econômicas e sociais 40 milhões de brasileiros que viviam escondidos nos calabouços da miséria, mostramos que a ascensão social é possível, a educação se tornou a mola propulsora para o futuro de uma juventude que nunca teve futuro."
Ele destaca, também que "os negros, mulheres e índios entraram na agenda nacional, combatemos o preconceito, falamos de igualdade entre todos os brasileiros e brasileiras, não como um sonho inatingível, mas como algo palpável ao nosso cotidiano. O Estado brasileiro passou a funcionar não como instrumento de uma minoria, mas sim para levar direitos e benefícios para cada rincão desse continental país. O Brasil se tornou um país de todos.
Sem ilusões de que aqueles que sugam o país assumam o que fazem
Mais adiante, observa que neste momento em que o PT inicia seu 4º mandato à frente da Presidência da República, "esse início de mais um ciclo está marcado pela ofensiva conservadora, a pior da história da República." E pergunta: "Qual a novidade? Achávamos que a elite brasileira, insuflada por uma retomada das mobilizações da direita no continente, iria ficar assistindo nós nos sucedermos na presidência da República, consolidando o nosso projeto?"
"Achávamos – segue o deputado em sua carta – que a responsabilidade pela estagnação do ciclo de crescimento econômico, intensificado pela crise internacional, seria imputada ao cassino financeiro do capitalismo internacional volátil e usurpador de oportunidades? Que seriam responsabilizadas as elites que lutam para manter um Estado nacional arcaico, que carrega entulhos de um país que não existe mais? Achávamos que aqueles que hoje nos acusam, que também são os mesmos que armam trincheiras contra as reformas
estruturais, seriam benevolentes conosco? Repito, qual a novidade?"
É uma excelente leitura a íntegra da carta do deputado Edinho Silva. Vejam-na aqui no blog na seção "Nossos Convidados".
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