A herança maldita de 12 anos de tucanato em Minas Gerais – 8 anos do governador Aécio Neves e 4 do governador Antônio Anastasia – é o tema desta nossa entrevista com o deputado Rogério Correia (PT-MG). Nesta conversa com o blog, Correia denuncia a tentativa do tucanato – pasmem! - de jogar nas costas do governo federal a responsabilidade pelo déficit de mais de R$ 7 bi acumulado em Minas. Correia dá exemplos da irresponsabilidade tucana como a de assinar contratos com municípios sem dinheiro em caixa. Explica, ainda, a total falácia do choque de gestão tão incensado pelo tucanato – Aécio Neves à frente – e conta sobre o andamento das investigações das irregularidades na CEMIG e da Lista de Furnas. Acompanhem:
Em declaração recente, o governador Fernando Pimentel afirmou que o choque de gestão de Aécio em Minas foi uma tragédia. Disse ainda que o que faltou realmente em Minas, e o que de fato não houve em Minas foi gestão. Quais as principais tragédias da herança tucana o sr. alinharia?
[ Rogério Correia ] O Choque de Gestão teve como principal promessa o déficit zero, coisa que nunca ocorreu. Pelo contrário, este modelo de gestão foi responsável por dizimar os cofres públicos mineiros. Virou hábito durante as gestões tucanas fazer novos empréstimos para fechar o caixa anual. Nos governos deles não foram cumpridos os mínimos orçamentários exigidos pela Constituição para a saúde e a educação. Minas Gerais se tornou, assim, o 2º Estado mais endividado do país e essa tragédia deixa um desafio enorme para a administração (Fernando Pimentel) que se inicia.
Agora a oposição tucana afirma que o Banco do Brasil não repassou a Minas R$ 1 bi de empréstimo e que foi por isso que romperam convênios com 806 municípios mineiros…
[ Rogério Correia ] É claro que a culpa de um déficit de R$ 7 bilhões não pode ser atribuída a este episódio. Esta é mais uma tentativa tucana de encontrar um bode expiatório para sua má administração. O Banco do Brasil bloqueou o repasse deste R$ 1 bi porque o governo passado não prestou contas de parcelas anteriores – mais um erro gravíssimo de gestão. Numa manobra política de inversão de papéis, o ex-governador Alberto Pinto Coelho (vice de Anastasia, assumiu quando este desincompatibilizou-se para se eleger senador) entrou com uma ação contra o Banco do Brasil, tentando culpar o banco pela falta de investimentos em nosso Estado. Pimentel agora veio com a solução: se comprometeu a fazer as prestações de contas que faltavam, retirar a ação contra o BB e, dessa forma, garantir o repasse deste R$ 1 bi.
Como o sr. avalia o cancelamento desses 806 convênios do governo mineiro com os municípios?
[ Rogério Correia ] É preciso esclarecer a real motivação por trás destes convênios. Eles foram firmados pelo governo Anastasia anteriormente ao período de campanha eleitoral do ano passado. Desde o início, o governo tucano sabia que não teria condições de levar a cabo estes convênios, dada a situação do caixa mineiro. Mesmo assim, os fez. Uma medida eleitoreira e demagógica, como é costume do PSDB em Minas. O cancelamento foi o resultado inevitável dessa irresponsabilidade de gestão.
Vocês entraram com requerimento na PGR para que sejam investigadas as suspeitas de irregularidades nas Centrais Elétricas de Minas Gerais – CEMIG e a lista de Furnas. Como anda esse processo?
[ Rogério Correia ] A última visita que realizamos ao Dr. Rodrigo Janot (PGR), na semana passada, nos deu muita esperança de que finalmente estas investigações sejam abertas. Embora o motivo principal de nossa ida tenha sido o caso Lista de Furnas, levamos também informações referentes a outras denúncias realizadas pelo nosso mandato, como é o caso do desvio de verbas na CEMIG. O Procurador-Geral nos informou que muitos dos documentos que entregamos não haviam chegado a ele até então e acredito que ali (nestes documedntos) existam provas suficientes para abertura de inquérito. Seguimos aguardando, confiantes. Além desta representação na PGR, é importante lembrar que a derrota do PSDB em nosso Estado abre caminho para investigações também nos campos legislativo e do judiciário mineiro, antes completamente controlados pelo tucanato.
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