Dilma: Brasil só será uma verdadeira democracia se superar violência contra mulheres e jovens negros

A presidenta Dilma Rousseff apontou, nesta quarta-feira (29), que a violência contra mulheres e jovens negros precisa ser superada no Brasil. "Esse País só será, de fato, uma verdadeira democracia se nós soubermos lutar contra o preconceito de toda ordem que o atinge", disse ela, ao discursar no 3° Encontro da Juventude Rural, realizado em Brasília.

Ao discursar no 3° Encontro da Juventude Rural, a presidenta Dilma afirmou que é fundamental que o Estado saiba respeitar o que é bem público. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Ao discursar no 3° Encontro da Juventude Rural, a presidenta Dilma afirmou que é fundamental que o Estado saiba respeitar o que é bem público. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR.

E acrescentou que é a mobilização da sociedade que pode acabar ou reduzir essa violência. "Aí, quero dizer que eu confio e acredito na luta de vocês. É essa luta, essa mobilização da sociedade, que pode impedir e reduzir, que pode restringir a discriminação, a violência e, sobretudo também, a corrupção".

Nesse ponto, a presidenta fez questão de frisar sobre os avanços realizados pelo governo em prol da transparência e do combate a esse tipo de prática. "O meu governo foi o que definiu essas políticas [contra a corrupção], que impediu que houvesse 'engavetadores' [da República], que eram tradição no Brasil. Deu autonomia à ação da Polícia Federal e respeitou a indicação [dos procuradores gerais] e a autonomia do Ministério Público para investigar".

Corrupção e escravidão têm origem no patrimonialismo da oligarquia

A presidenta disse que a confusão entre o que é privado e o que é público "vem lá de trás nesse País. Tem a mesma idade que a escravidão. Essa confusão entre o que é bem individual e que é bem público decorre de uma coisa chamada patrimonialismo, que era típico da oligarquia rural brasileira, que achava que o Brasil, como nação, era só dela. Porque uma parte da população era escrava e não tinha direito algum".

E continuou, afirmando que essa é uma confusão ética, política e que não contribui para a construção da nacionalidade. "Daí a importância de a gente ter claro que a visão do [bem] público é algo essencial. Temos de respeitar o que é bem público. Temos de ser capazes de prestar contas sobre esse bem público. Sobretudo, como governo, de sermos capazes de defendê-lo".

Nesse sentido, a presidenta encerrou sua fala assegurando que confia na força dos jovens, que move o País. "Eu confio e vocês podem continuar contando comigo", finalizou.

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