Alguns pontos para a reflexão:
1) O que está em questão é a continuidade de um Estado patrimonialista. Os grandes grupos econômicos internacionais sempre usaram o Estado para fins privados. O mesmo vale para grupos nacionais (sobretudo bancos e empreiteiras), pequenos e médios empreendedores, pessoas agraciadas com empregos e outros favores. Daí resulta o que pode ser chamado de um verdadeiro Estado Social das Classes Médias e Altas.
2) O Partido dos Trabalhadores com seu lema "Um país de Todos" vem confrontando este esquema. Daí sua demonização pela mídia. Demonização aceita e abraçada pelas classes médias que tradionalmente oscilam, alinhando-se, ora, com os "de cima", ora, com "os de baixo". No momento sua opção é pelos "de cima".
3) As instituições políticas, não somente no Brasil, são ainda muito fracas. A sociedade quer se modernizar, mas as instituições não estão à altura. O ativismo do judiciário busca compensar sua ineficiencia. Mas aí reside um perigo: excessivo poder para uma instituição (o judiciário) sobre a qual a sociedade tem pouco controle..
4) Na América Latina, entre 1950 e 1992, ocorreram quarenta e oito golpes de Estado, ou seja, mais de um golpe por ano.Não por coinicidência, o avanço do neoliberalismo nas décadas de 1980 e 1990, trouxe relativa estabilidade à região.
5) O espectro do golpismo em toda a América Latina volta após 2000 com a eleição de governos de esquerda em dez países latino-americanos. Não é somente um fenômeno brasileiro.
6) A chave da popularidade do governo reside na comunicação. Dilma conseguiu aumentar seus índices de aprovação durante a campanha eleitoral graças à exposição diária na mídia. Os governos do PT foram altamente exitosos, o que falta é mídia para se contropor à narrativa negativa que vem sendo disseminada.
7) Enquanto não se resolve o problema da mídia, não parece ruim o caminho trilhado de buscar estabilidade dando maior espaço a grupos, que na verdade não podem seer chamados de aliados. Levy, o homem do mercado, Temer, o homem do partido que quer controlar o governo.
8) Está certo Nassif quando diz que o mais importante é a defesa do governo. Mas é uma ilusão pensar que a opinião pública poderá mudar havendo atuação mais coordenada no governo. A mídia optou pela guerra, e é guerra que teremos pela frente.
9) Estão aí as eleições municipais. Uma boa estratégia poderia ajudar a reverter o quadro atual.
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