Depois de morto
Nada mais importa
Nem o que virá
Nem esta porta fechada sobre o agora
E aberta para o nada
As luzes apagadas
O tempo outrora
Reduzido a meras anotações sem hora
A memória rara das coisas simplórias
Uma ou outra tristeza que não chora
Um gesto trivial
As glórias transitórias
Registros indeléveis
Lapsos de memória
Previsíveis formas de ilusões cotidianas
As mesmas formas repetidas há anos
Diante do momento fatídico da morte
Nada mais importa
Nem o porto nem o cais nem a rota
Nem o barco perdido entre as vagas do oceano