por Fábio de Oliveira Ribeiro
O moralismo dos evangélicos é irritante. Em público e no Congresso Nacional eles sempre defendem os valores da família monogâmica tradicional e atacam os gays, mal casados, putanheiros e desviados. Nos seus templos eles fazem “saravás evangélicos” para expulsar o diabo do corpo dos sodomitas e dos adúlteros e adulteras. Na vida privada, porém... a história deles é bem outra.
Hoje foi divulgada na internet a foto de uma cantora gospel sendo “cavalgada” pelo seu honorável pastor. No problemo. No problemo? Isto não seria um problema se ela não fosse casada e a atitude dela expusesse a hipocrisia dos evangélicos. Como todos nós eles também dizem uma coisa e fazem outra. O link da notícia foi rapidamente removido da internet, mas a foto ainda pode ser vista aqui e ali:
Outra notícia narra o desdobramento da conduta da moçoila supostamente pudica e do pastor lascivo. O marido traído cometeu suicídio:
O suicídio do moço traído é sem dúvida uma tragédia a ser lamentada. Como advogado, porém, fico me perguntando se a conduta dele seria necessária. A resposta é não! A cultura brasileira tolera o adultério, tanto que no Jaguaré, um bairro de São Paulo próximo de Osasco, há um Bar dos Cornos. O bar é famoso e muito freqüentado por quem é, foi ou será traído.
A moralidade difundida pelos evangélicos, contudo, é rígida e intolerante. Intolerante ao ponto de identificar o adultério a possessão demoníaca (o que justificaria os famosos “saravas evangélicos” referidos no início).
A CF/88 tolera a diversidade religiosa. O Estado, contudo, deve interferir sempre que a religião começa a se tornar um problema público ou de saúde pública. O suicídio deste rapaz não é um fato normal e não deve ser tolerado. É preciso investigar até que ponto ele não foi induzido a se matar pela intolerância moral pregada justamente pelo pastor fotografado a “cavalgar” a esposa dele. Afinal, quem induz o suicídio comete crime e todo crime deve ser objeto de investigação, condenação e castigo.