Matéria do caderno de turismo de O Globo, hoje:
" Conhecer Havana, seus prédios e carros antigos, além de mergulhar nas águas do Caribe. Não é de hoje que os brasileiros demonstram interesse em visitar Cuba. Porém, de uns tempos para cá, a vontade de desembarcar na ilha de Fidel tem aumentado consideravelmente. Segundo uma pesquisa da Visual Turismo, agência parceira da Copa Airlines, o número de vendas de pacotes (com passagem aérea, hospedagem e passeios) para a ilha aumentou 9,5% em abril, na comparação com março desde ano"
Uns dizem que é o fim do bloqueio americano à ilha – o turismo dos EUA na ilha aumentou, também – mas não me parece que isso, por nossas bandas, tenha alguma influência.
O fato é que, desde os anos 60, nunca se falou tanto em Cuba no Brasil.
Uma simples camisa vermelha, como mostrou a agressão verbal ao filho de Ricardo Noblat, já é motivo para a coxinhada gritar "vai pra Cuba, vai pra Cuba".
E não é que o pessoal com grana está mesmo indo?
Os brasileiros são o quarto maior público do luxuoso Hotel Meliá de Havana.
Mil pratas de diária, coisa para gente de bico grande, não o meu ou o seu, embora eu tenha visto na internet muitas pousadas na faixa de 100 a 200 reais.
Bom, não espalhem, mas isso está ajudando o governo cubano a fazer frente às suas dificuldades econômicas – boa parte dela, aliás, gerada pelo embargo americano)
A coisa é tão terrível que a operadora de cartões Visa, que oferece seguro de saúde em viagens cujos pacotes são comprados em alguns de seus cartões, tem um "aviso aos viajantes" em letras maiúsculas:
"IMPORTANTE! OS BENEFÍCIOS E SERVIÇOS DESCRITOS NA SEÇÃO C DESTE GUIA NÃO ESTÃO DISPONÍVEIS, SEJA QUAL FOR A CIRCUNSTÂNCIA PARA VIAGENS OU OUTROS SERVIÇOS RELACIONADOS A CUBA, IRÃ, SÍRIA E SUDÃO. AXA ASSISTANCE É UMA EMPRESA SEDIADA NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA. AS LEIS DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA PROÍBEM A AXA DE FORNECER QUAISQUER BENEFÍCIOS OU SERVIÇOS RELACIONADOS A CUBA, IRÃ, SÍRIA E SUDÃO(…)"
Ainda assim, Cuba, pequenina como é, recebe 3 milhões de turistas por ano – metade do que o imenso Brasil tem de visitantes – e aufere nisso a segunda maior receita nacional.
Até passear nos velhos carrões americanos que circulam em Cuba por conta das restrições à importação, virou um charme entre os "vão pra Cuba".
Como eu nunca fui à ilha de Fidel, mesmo que toda hora apareça um coxinha mandando que eu vá pra Cuba, sugiro que me mandem uma passagem que eu vou. Custa perto de R$ 3 mil, no varejo, mas há pacotes de R$ 2 mil em vôos fretados e acomodações modestas.
E rindo da idiotice que tomou conta dos nossos coxinhas.
Que ironia: o "vai pra Cuba" dos coxinhas ajuda a ilha a faturar com turistas brasileiros, por Fernando Brito
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