Autor: Fernando Brito

Tomara que estejam certos os repórteres Max Leone e Marco Aurélio Reis, de O Dia, que anunciam que Dilma vai propor uma alternativa para viabilizar o aumento de aposentados com os mesmos índices de reajuste dados ao salário mínimo: a taxação de grandes fortunas.
Demorou, como diz a rapaziada aqui no Rio.
Porque é preciso colocar a direita brasileira, que hoje distribui prodigamente os aumentos salariais e benefício que jamais deram ao povo brasileiro com o claro intuito de inviabilizar as contas do Governo, aquelas que enchem a boca para dizer que têm de ser superavitárias.
Dizem os repórteres que o reajuste dos benefícios estaria condicional à aprovação "do PLC 130/2012 (que) prevê alíquotas de 0,5% a 1% que incidiriam sobre fortunas acima de US$ 1 milhão (R$ 3,4 milhões)".
Isso renderia, segundo as contas do jornal, uma arrecadação extra "de R$6 bi a R$10 bilhões", proveniente de 200 mil contribuintes. Ou 0,1% dos brasileiros, se tomarmos como base a população.
Já estava na hora de fazer voltar sobre eles a festança parlamentar o discurso que gostam de citar sempre, de que "não há almoço grátis".
Se é preciso melhorar aposentadorias e vencimentos de carreiras do funcionalismo – dos salários eles não acham isso, porque o empresário tem de pagar – é preciso melhorar a arrecadação sobre quem tem para dar.
A carga tributária sobre as empresas tem a desvantagem de ir parar sempre sobre quem consome os produtos e serviços que elas fabricam ou prestam. Portanto, sobre o consumidor, não importa se rico, de classe média ou pobre.
Será que alguém vai desistir de ter R$ 5 milhões em títulos que rendem 1,07% num mês porque terá de pagar 0,5% ao ano de imposto?
E olhe lá, porque provável é que um Imposto sobre Grandes Fortunas, na difícil – mas possível – hipótese de ser aprovado vai ter inúmeras deduções e uma espécia de "parcela a deduzir", calculando-se apenas sobre o excedente a ela…
Além do mais, sem grandes danos à arrecadação, pode-se reduzir o impacto permitindo que se abata do limite o valor parte de um único imóvel de residência até uma quantia estabelecida, se este não for gerador de renda.
Quem sabe, junto, venha alguma decisão de fazer os donos de jatinhos e iates pagarem algum imposto sobre seus brinquedos, assim como eu pago sobre a miniatura chinesa de quatro rodinhas que me carrega?
E um ajustamento para os impostos existentes sobre herança, a maioria hoje em 4%, que são pesados para os pequenos mas, comparados com o restante do mundo, muito pequenos para os grandes herdeiros. Quem quiser entender como é diferente em outros países, veja aqui como é diferenciado (e muito mais pesado) para os maiores herdeiros nos Estados Unidos, o céu do dinheiro.
Vamos ver como suas excelências se comportam na hora de ter de votar sobre como pagar a conta das bondades.
Dilma mostrará à direita as contas de sua súbita bondade?
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