A reação do pseudo-historiador Marco Antônio Villa ao processo de Lula desafia a imaginação


Villa há tempos calunia Lula com frequência maníaca.
Lula, segundo Villa, é ladrão, bandido, chefe do Petrolão e outras barbaridades.
Com notável atraso, mas ainda assim com total acerto, Lula decidiu enfim se defender na Justiça.
Quem não se defende quando injustiçado, como ensinou o jurista alemão do século 19 Rudolf von Ihering, merece rastejar como um verme.
Lula tem seguido os ensinamentos consagrados de Ihering.
Villa tem sido predador, agressor, canalha mesmo ao tratar de Lula.
Mas, diante da notícia do processo tardio, ele se colocou na posição de vítima, de coitadinho, de perseguido.
E veste a fantasia de mártir.
Villa diz que não vai se calar, que não vai se deixar intimidar.

Ora, Lula não falou em calá-lo. Com o processo, Lula quer apenas de proteger das infâmias ininterruptas de Villa.
Villa pode dizer o que quiser, de Lula ou de quem quer que seja. Mas tem que ter provas que vão além de sua garganta maledicente.
Nos Estados Unidos, há muito Villa estaria em apuros sérios.
Ao contrário da brasileira, a Justiça americana exige provas para acusadores.
E se não as há as indenizações são altíssimas, exatamente para desestimular o tipo de coisa que Villa e tantos outros fazem sem a menor cerimônia.
Uma das coisas que explicam a baixa qualidade do jornalismo brasileiro é a complacência da Justiça diante de assassinatos de reputação sem provas.
Você se sente desestimulado de buscar reparação.
Mas aí também vem as lições de Ihering: a Justiça só melhora quando a sociedade se movimenta e cobra dela que impeça abusos como os de Villa.
É dentro dessa lógica que Ihering dizia que o atingido não tem apenas o direito de procurar a Justiça – mas o dever perante a sociedade.
Porque quando você age outras pessoas podem se beneficiar – eventuais futuras vítimas de predadores das palavras.
Villa está bravateando.
Mas, com certeza, já está tratando de achar um bom advogado. Também vai pensar duas vezes antes de produzir o veneno que sai dele em doses copiosas.
Outros Villas estarão também menos efusivos em suas investidas.
Sociedades avançadas não toleram pessoas como Villa, e ele se comporta como se o Brasil fosse uma República das Bananas.
Villa tem que ser protegido de Villa, de uma certa forma.
O que ele faria se alguém o acusasse de criminoso, ladrão, bandido, chefe de quadrilha?
Faria exatamente o que Lula está fazendo.
Por tudo isso, sua reação ao processo é o triunfo do descaro e da falta de noção.
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Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.