“Setor privado articula frente de apoio a Levy”.

É o que diz a manchete do PiG cheiroso (ver no ABC do C Af), suposto porta-voz do setor privado.

Diante do impasse entre o Nelson Barbosa, do Planejamento, e o Levy, da Fazenda, o "setor privado" prefere o Levy.

O Conversa Afiada, como se sabe, prefere que o Barbosa mande.

Mas, o PiG cheiroso pinta um quadro da fase negra do Goya, caso o Levy vá embora.

O Levy já "foi embora" umas tantas vezes.

E só não vai se não quiser.

É só pegar o boné e sair…

Nem os ministros da Fazenda são insubstituíveis.

E se o Levy for embora, a situação fica pior do que está ?

Não !

Porque mesmo que o Levy fique, o "setor privado" e seus pigais trombones dirão que a crise é insuperável.

Só acaba quando os trabalhistas deixarem o poder.

Porque o "setor privado" sabe:

- que a Dilma não gosta do Levy;

- que o Ministro da Fazenda é a Dilma;

- porque, no fundo, a Dilma está do lado oposto ao do "setor privado" na "escala Piketty" que mede os rasgos no lombo: o "setor privado" prefere que sangre o lombo do trabalhador.

Portanto, com Levy ou sem Levy, o "setor privado" vai detonar a Dilma.

Como já detona o (vice) Presidente Michel Temer que agora se tornou o João Dória do Governo: "interage" com os ricos !

E, segundo o PiG, diz que, como está, a Dilma não fica !

Papelão !

O impasse é entre cortar mais ou cortar menos.

O Levy quer cortar mais.

O Barbosa quer cortar menos.

A Dilma queria cortar menos.

Mas, aí, ouviu o "setor privado" e decidiu cortar mais.

Isso, até segunda ordem.

Porque a prova do pudim está na hora de comer.

Vamos ver no que vai dar o neolibelismo do "setor privado", que o Levy expressa com mediana convicção.

No meio de uma recessão, com desemprego em alta, ele quer cortar mais.

Isso pode não dar certo !

E aprofundar a recessão e o desemprego.

Mas, quando a Dilma descobrir isso, a "tempestade perfeita" se tornará dantesca.

A Dilma sofre uma chantagem neolibelês típica.

Se mexer no Levy, as agencias de risco vão condená-la ao fogo eterno !

Mas, com ou sem Levy, as agencias de risco fazem parte, como cúmplices e co-autores de múltiplas pedaladas, do "setor produtivo" mundial.

E o "setor produtivo", com ou sem Levy, quer a que a Dilma se afunde.

Qual é a contra-partida que o "setor produtivo" exige da Dilma, para "sustentar"o Levy ?

Não aumentar impostos !

E sem aumento de impostos em cima dos ricos o ajuste não ajusta !

Que nome dar a essa barganha ?

O Levy fica para não estropiar o Brasil, a gente apoia o Levy, mas não tem CPMF !

Como se chama isso, amigo navegante ?

Chantagem.

Paulo Henrique Amorim

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