A Folha, hoje, dá destaque a um dos “furos” da incrível história de Eduardo Cunha de dizer-se “usufrutuário” – usufrutário, na palavra dele – das contas abertas em seu nome – lembre-se sempre, com seus documentos e assinatura – na Suíça. A chave de seu pífio argumento é que, como jamais teria retirado e trazido os recursos para cá, não os precisaria declarar.
Em resumo, que era um “futuro” beneficiário de um dinheiro “virtual”, potencial, que só se tornaria efetivamente seu quando o misterioso “trust” o “devolvesse”. Neste caso, a conta suíça seria meramente contábil – e por que então estar em seu nome, com seus dados, sua documentação e assinatura? – pertencendo de fato ao “trust”.
Só que isso gera um “pequeno” problema “conjugal”. É que a conta de sua mulher, Cláudia Cruz, aberta no mesmo banco e nas mesmas circunstâncias, recebia dinheiro da “conta-trust” e, com ele, pagava despesas lá e, sobretudo, aqui: academias, cursos e outros caros “alfinetes” da senhora.
E a atitude de Cunha, ao admitir ao “Jornal Nacional” no sábado, que a mulher é uma sonegadora, pois deveria ter sido declarada e pagar impostos, é própria mesmo de quem tem uma mente acanalhada, capaz de entregar a própria companheira (e a filha) como praticante de um crime do qual elas foram – ah, agora sim a palavra cabe! – usufrutuárias, pois não teriam condições de, sozinhas, tê-lo cometido.
A esta hora, muitos dos verdadeiros evangélicos devem estar pensando em como Eduardo é a negação de tudo o que professam: de usar o nome de Jesus para ocultar a propriedade de carros de luxo a entregar a família às feras, a mentira e a corrupção acabam até perdendo o protagonismo na extensa lista de pecados morais do cidadão.
A degradação de Eduardo Cunha, creiam, ainda não chegou ao extremo. Esperem para ver o que vai acontecer à medida em que a lenta roda da Justiça o for apertando, agora que seus aliados tucano-midiáticos deixaram-no de lado, por inservível para o impeachment.
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