O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, afirmou nesta quinta-feira (3) que a presidente Dilma Rousseff está "com muita pressa" para resolver a questão do impeachment. Segundo ele, em reunião com ministros no Palácio do Planalto, a presidente tentou mobilizar os membros do primeiro escalão na defesa do governo no processo de impedimento autorizado nesta quarta pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A decisão de abrir o processo de impeachment foi anunciada por Cunha com base no pedido de afastamento que destaca a edição de decretos neste ano que autorizaram despesas sem autorização do Congresso, além de procedimentos conhecidos como "pedaladas fiscais" – atrasos de repasses do Tesouro para bancos públicos.
"Ela [Dilma], como sempre, reage extremamente bem sempre que é posto um desafio à frente dela. Ela conduziu a reunião, está com muita disposição, muita energia, e está com pressa. E a pressa dela é a pressa da preocupação, não exclusivamente com o governo, mas também com o país. Precisamos vencer essa pré-pauta para que a gente possa entrar na pauta do desenvolvimento", disse.
Wagner explicou que a "pressa" da presidente se dá porque ela acha que "não tem que ficar arrastando esse processo que introduz um elemento de instabilidade".
A entrevista coletiva concedida pelo ministro ocorreu logo após a reunião da presidente com ministros. "Foi uma reunião para socializar compreensão de todos sobre esse episódio e mobilizar todos os ministros com seus partidos, bases sociais. Pedidomos a todos os ministros que verbalizassem o máximo possível o nosso ponto de vista, nosso entendimento", disse Wagner.
O chefe da Casa Civil também destacou que, no entendimento do governo, o pedido de impeachment acolhido por Eduardo Cunha "não tem nenhum lastro" e que as denúncias que o embasaram não se enquadram no crime de responsabilidade. "Então, nós não abrimos mão do respeito ao texto constitucional", disse.
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