Honestos e leais cabem num fusca



Para Desonestos, desleais, covardes e golpistas ladrões da Democracia transatlântico é pequeno para cada um dele. A vontade de roubar nunca cessa, já dizia minha Vó Briguilina.

Leiam com atenção a ironia do jorna-lista Josias de Souza:
Manuel Bandeira decifrou a alma brasileira quando discorreu sobre o anseio de estar em Pasárgada, um lugar onde era amigo do rei. Em essência, é o que todo brasileiro médio deseja.

Se o brasileiro for parlamentar, dispensa todas as outras maravilhas da terra idealizada pelo poeta —do banho de mar à mulher desejada na cama escolhida— se tiver cargos, verbas públicas e alguma influência no palácio do rei.

Dilma Rousseff, a monarca da Pasárgada petista, conseguiu a proeza de afugentar aliados. Ofereceu mundos e, sobretudo, fundos. Mas seu rol de amigos foi reduzido, na comissão especial do impeachment do Senado, a uma minoria vexatória.

O processo de impeachment da rainha foi admitido por 15 votos a 5. O placar seria de 16 a 5 se o presidente da comissão, Raimundo Lira, não tivesse preferido, por elegância, se abster de votar.

A esse ponto chegou Dilma: seus aliados na comissão do impedimento cabem num fusca. Todos sabem de antemão que, levado ao plenário na próxima quarta-feira, a continuidade do processo de afastamento será aprovada.
A monarca irá para casa mais cedo.

Dilma ficará de molho por até seis meses. Não há no Senado uma mísera alma disposta a apostar meia pataca na sua capacidade de retomar o poder. Antes de deixar o palácio, Dilma deveria encomendar a divulgação de um comunicado.

O texto informaria que cientistas mobilizados pelo reino desenvolveram um tecido especial, com o qual Dilma passou a se vestir. O novo tecido é de beleza rara e resistência infinita. Mas é invisível aos inimigos de Pasárgada.

Assim, ninguém estranhará quando algum golpista gritar: “Deus do céu, a rainha está nua!”

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