Da coluna de Lauro Jardim, sobre Sérgio Machado – o delator do gravador -, que está se juntando à galeria dos novos heróis pátrios, onde já estão insculpidos os ilustres vultos de Paulo Roberto Costa, Pedro Barusco, empreiteiros et caterva.
Sérgio Machado desviou, gravou, delatou e… não mofará numa cela. Mas terá que andar com tornozeleiras eletrônicas. Ficará dois anos em regime domiciliar.
Livrou ainda seus três filhos (Expedito, Sérgio e Daniel), que também fizeram delação, de serem até mesmo denunciados pela Justiça.
Este é o escopo do acordo de delação premiada fechado entre os advogados de Machado e Rodrigo Janot e homologado pelo Supremo.
Machado terá que devolver aos cofres públicos, como multa compensatória, R$ 70 milhões, do total que assumidamente desviou para si em propinas nos onze anos em que mandou na Transpetro, sob Lula e Dilma.
Por terem usufruído da propina, Expedito e Daniel pagarão a multa com o pai.
Sérgio Filho, que entrou no acordo em caráter acessório, ficou livre da pena pecuniária.
Há algo de muito errado num sistema de "delações premiadas" – 60, até agora – capaz de fazer com que bandidos, ladrões públicos, pela "virtude" da alcaguetagem, possam estar fruindo da liberdade e de bens que não são poucos.
Parece ter virado um grande negócio, garantido e validado pela Justiça.
Mudou o ditado.
Agora é "ladrão que deda ladrão tem na hora o seu perdão".
Mas se, ao contrário, insistir na sua inocência, prisão perpétua para ele…
Estranha ética essa proposta pela Justiça brasileira.
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