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“Será apenas Lula a pagar”: o diagnóstico mortal do autor do livro que Moro prefaciou. Por Kiko Nogueira

O jornalista italiano Gianni Barbacetto (dir.), autor de "Operação Mãos Limpas", janta com Moro

Sérgio Moro deve estar arrependido de ter escrito o prefácio do livro "Operação Mãos Limpas – A verdade sobre a operação italiana que inspirou a Lava-Jato".

Numa entrevista para a Zero Hora, um dos autores, Gianni Barbacetto (os outros são Peter Gomez e Marco Travaglio), teceu críticas à atuação de Moro.

Se o juiz brasileiro não engoliu uma coluna de jornal, não é difícil imaginar como deve estar encarando os apontamentos do autor de uma obra para a qual ele, Moro, contribuiu com um texto.

Reproduzo um trecho da conversa de Barbacetto com Léo Gerchmann:

Na Itália, todos os partidos da época foram atingidos – a maioria até mesmo deixou de existir. No Brasil, aparentemente, o partido afetado, em termos de imagem, é só o PT. Por que isso está ocorrendo?

Na Itália, após a Mãos Limpas, desapareceram cinco partidos do governo, e um partido de oposição mudou de nome e de programa. Isso aconteceu porque os cidadãos, depois que souberam da corrupção através das investigações conduzidas pelos magistrados, não quiseram mais votar nesses partidos. Isso levou ao surgimento de novos partidos e mudou todo o sistema político, nasceu naquele momento na Itália o que se denomina a "Segunda República". Na realidade, em seguida, descobrimos que os novos partidos nada mais eram do que os velhos reciclados. Apesar de saber pouco sobre a situação brasileira, estou surpreso que apareçam acusações só contra o PT e seu líder Lula, porque parece-me que todo o sistema está envolvido pela corrupção.

Outro:

O PMDB, partido do vice que sucedeu a presidente, se envolveu nos episódios de corrupção. Isso não marca uma diferença em relação ao caso italiano?

Sim, na Itália houve, após a Mãos Limpas, uma mudança total do sistema político. Só depois percebemos que a mudança era apenas aparente e que a vitória de Berlusconi (que até então era um "novo" político), na verdade, garantiu uma certa continuidade do sistema anterior. No Brasil, porém, parece-me que desde o início o sistema continua como antes e será apenas Lula a pagar.

Barbacetto deixa claro que não conhece profundamente o que ocorre aqui. O que ele está enxergando, portanto, é algo impossível de não se notar: a seletividade.

O Brasil é o país da jabuticaba. Dentre as coisas que só aqui dão, produzimos uma versão da Mãos Limpas ignorando os alertas de que, na Itália, tudo desembocou no picareta Silvio Berlusconi.

Resta uma opção: Barbacetto é petraglia. E sustentado pelo Foro de São Paulo. Vai quê.

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