O jornalista Luís Costa Pinto fez nesta sexta-feira, 10, uma análise da trajetória do PT durante os dois governos do ex-presidente passado pela eleição e reeleição da presidente Dilma Rousseff, deposta por um golpe parlamentar em 2016.
Para Costa Pinto, às vésperas da nova lista de inquéritos que atingirá dezenas de parlamentares, governadores, ministros e políticos, todos parecem contaminados e circulam pela Praça dos Três Poderes, pelo Congresso, pelos ministérios e pelos lobbies dos hotéis brasilienses como "zumbis".
"Estão jurados para morrer. Chegaram à antevéspera da divulgação da tal "Lista de Janot 2.0" sem moral, sem energia, sem liderança e sem capacidade de reação. Estão obrigados a se render a uma lógica maniqueísta alimentada por eles mesmos nos tempos em que parecia haver um só inimigo a vencer: o PT e o petismo de Luiz Inácio Lula da Silva."
"Abriram largos buracos nas muralhas do PT, derrotaram o petismo, afinal são escassos os que ainda defendem aquilo conhecido no passado como valores da militância petista (quando se fala em "valores" e "petismo" numa sala já se imagina coisa bem diversa de "boa ideia" e "vanguarda"), mas não mataram Lula. Ele está vivo, parece alimentar-se da energia de quem deseja derrota-lo e projeta um lulismo ainda mais poderoso do que outrora. O status quo descobriu que para cortar a cabeça da jararaca, como o ex-presidente se autodefiniu, e salgar os caminhos por onde passa sua caravana arregimentando mais e mais adeptos, será necessário imolar-se no xale incendiário em que a "República de Curitiba" pretende envolver todos os políticos", diz Costa Pinto.
O jornalista traça o paradoxo do mundo político brasileiro à espera da nova Lista de Janot: "para matar Lula, inviabilizando-o politicamente em 2018, morrerá junto uma centena deles mesmos – aí incluídos os próceres do udenismo nefasto. Para sobreviver, desmoralizando a República de Curitiba que tanto alimentaram e que tão bem lhes serviu ao traçar o roteiro que nos trouxe até aqui, precisarão admitir que Lula e seu lulismo não infringiram as regras que valiam para todos e que legitimavam a ação política."
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