Nem toda água corre pro rio, nem todo rio alcança o mar. Há as que auxiliam as plantações; assim como as que param no meio do caminho e viram terrenos pantanosos.
As que se perdem pelo caminho, pelo fenômeno da evaporação e somem de vista cedo - tal qual as criaturas que morrem cedo - essas águas se elevam. Ganham as alturas e voltam em nuvens ao entorno da fonte, para incorporar-se de novo à sagrada tarefa de ajudar nas sementeiras da terra.
Há, também, as que enfrentam os dissabores das barreiras e acabam sendo impedidas pela construção dos açudes. Nesses monentos, as águas de outras águas lhes auxiliam e, nessas horas elas se elevam, superam as barragens e sangram. Que bela imagem dizer-se queas águas sangram. Pois sao as providenciais quedas onde formam cascatas, de onde forcem energia para iluminar cidades inteiras atraves das usinas de força.
Toda água que sai da fonte em um simples filete, com a ajuda de muitas águas, busca alcançar seu destino: o mar. Assim como essas águas, nós os humanos encaminhamo-nos para um oceano de Luz e, por mais que alguns demorem nessa caminhada, todos alcançaremos, a cada existência, esse destino.
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