POR FERNANDO BRITO
Antônio Fernando Barros e Silva de Souza e Cláudio Lemos Fonteles, ex-procuradores-gerais da República, em depoimento a Sérgio Moro disseram que o ex-presidente Lula jamais interferiu no trabalho da Procuradoria-Geral da República, em seu governo.
“Nunca, em nenhum momento, houve qualquer pedido direto ou indireto sobre as atividades que eram da minha atribuição nem de outros colegas do Ministério Público”, afirmou Antônio Fernando Barros e Silva de Souza, que fez a denúncia que levou à Ação Penal 470, conhecida como “mensalão.” E acrescentou que, no período, foram tomadas medidas para aprimorar o combate à corrupção.
Já Cláudio Lemos Fontelles, procurador-geral da República entre 2003 e 2005, disse que Lula sempre respeitou a vontade da categoria profissional.
A muito custo, com o advogado Cristiano Zanin interrompido diversas vezes por Moro, que não parecia nem um pouco interessado em ouvir as testemunhas de defesa, o ex-diretor-geral da Polícia Federal, Luís Fernando Correa, respondeu que, entre 2003 e 2010 não tinha nenhuma informação que desabonasse os três diretores da Petrobras que fizeram contratos e aditivos irregulares, recebendo propina por isso. A resposta, para todos os casos, foi “não”.
O ponto é essencial para a defesa – talvez tenha sido isso o que incomodou Moro – porque se a PF não sabia de nada, não se poderia imaginar que o Presidente da República sabia de tudo, até porque qualquer nomeação passa pelo Gabinete de Segurança Institucional, que verifica até se o cidadão tem o nome inscrito no SPC (não é força de expressão, era isso mesmo).
Mas, segundo as palavras de Moro, “juiz não tem tempo a perder” com essa bobagem de ouvir a defesa. Para quê, se o veredito já está dado desde antes de aberto o processo?
Provas não vêm ao caso.
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