Pagar o preço, por Patrick M. R. Canterville

Oscar Wilde já dizia que a cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo, e que para ser popular é indispensável ser medíocre. Lamento, mas ele sempre esteve certo.

Eu acredito que a vida é feita de escolhas, a todo momento, estamos eternamente condenados a ação. Até quando ficamos inertes, estamos agindo, fazendo uma escolha. A vida é assim.

A muito tempo escolhi fugir da mediocridade e não calar jamais minha voz. Depois, vendo tanta injustiça, decidi também gritar pelos que permaneciam mudos, ou que simplesmente não sabiam gritar. Fui aniquilado, surrado, pulverizado, e ainda hoje recolho meus cacos, me remendo, me curo, e sigo gritando, hora fanho, hora rouco, mas gritando. Mudo? Jamais!

Eu escolhi os doentes, pois são dos mudos, os mais indefesos. Se exprimem algum ruído, quase sempre, é um gemido de dor. São a parte mais fraca. São os que mais precisam de quem grite por eles. Não há glamour em cuidar de alguém que sofre indefeso sobre um leito. Nenhum. Mas como tudo na vida, é uma escolha. A minha escolha.

Mas paga-se um preço pelas escolhas que fazemos. Ganham-se amigos, mas não na mesma proporção com que se fazem inimigos. Poucos gostam de quem grita. Preferem os que cantam. Os que dançam. Os que encantam.

Estou dizendo isso para reafirmar que não irei me calar independente do que me façam, como outrora já fizeram. Seguirei gritando, seguirei empunhando a minha bandeira, e aos meus detratores eu ofereço a outra face, mas jamais o meu silêncio.

Podem destruir minha alegria, castigar minha caminhada, atormentar minha vida, colocar pedras no meu caminho, mas, entretanto e contudo, jamais, conseguirão roubar minha ESPERANÇA!

É pelo SUS que leva dignidade. Pelo trabalhador que da o suor para pôr comida na mesa. Pela criança que é promessa de futuro. Pela reforma agrária que se faz justiça na agricultura familiar. É por justiça social. É por Lula, por Dilma, pelo PT e pelo Brasil. É por minha consciência: Não me calarei!

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