Bogozazo, Caracazo...


(...) e se ocorrer um Brazilzazo? por Rogerio Maestri

A mais de um ano coloquei como uma hipótese (remota) a possibilidade de acontecer no Brasil tumultos generalizados como aconteceram em Bogotá (1948) e em Caracas (1998), nos EUA diversas vezes e em mais uma centena de países ao longo da história. A pergunta que faço é: Será possível controlar a anarquia num dos maiores países urbanizados do mundo?

Pois o judiciário brasileiro está a ponto de testar esta hipótese!
Caso Lula for preso depois de julgado na segunda, terceira, quarta, quinta ..... instância a probabilidade de gerarmos no nosso país os tumultos mais intensos da história da humanidade é algo perfeitamente possível.
Na soma dos diversos tumultos nos Estados Unidos, a maioria deles centrados nos problemas raciais atinge-se com facilidade uma cifra de mais de 100 mortos e bilhões de dólares de patrimônio destruído. No Bogotazo e no Caracazo cifras não oficiais estimam em torno de 3.000 mortos em cada incidente, e eram incidentes eminentemente políticos.
Se somarmos as populações das regiões metropolitanas com mais de quatro milhões de habitantes se atinge a impressionante soma de 50 milhões de pessoas. Fazendo um cálculo conservador que a cada 10.000 brasileiros habitantes nestas regiões metropolitanas tenha somente três completamente loucos e raivosos contra o governo atual e contra a prisão de Lula (3:10.000) resulta na impressionante soma de 15.000 pessoas completamente fora do juízo e dispostas a tudo para iniciar qualquer movimento de revolta popular. Ou seja, seriam os elementos necessários para começar qualquer coisa.
Se considerarmos que depois de começado o tumulto possamos passar de 3:10.000 para 3% resulta numa massa de 3 milhões de pessoas. O tempo em que leva para se passar de 1:10.000 para 3% é algo em torno de poucas horas, ou seja, um tempo em que não é possível agrupar forças policiais e militares para conter as 15.000 pessoas, pois quando se chegar e se passar das 3.000.000 de pessoas e este número começar a aumentar pela adesão de outras grandes e médias cidades o número de 3 milhões se torna muito conservador.
O que estou tentando dizer que a prisão de Lula, independente das razões judiciais que se alegue, já se tornou um evento impossível, pois com este volume de pessoas não há efetivos de policiais e de tropas militares treinadas em combate real para contrapor um movimento popular que certamente ocorrerá com a prisão de Lula.
Chamo a atenção que os tumultos que seguiram o suicídio do presidente Vargas, só foram contidos depois de várias instalações do Diários e Emissoras Associdadas terem sido atacadas, no Rio Grande do Sul, onde o apoio a Getúlio era mais forte, a rádio Farroupilha que era contra Getúlio foi incendiada, e todas as sedes dos partidos,  exceto o PTB da época foram saqueadas e destruídas, e é importante destacar que na época do suicídio de Getúlio havia um grande recuo no movimento de apoio ao presidente dominado pela intensa propaganda mediática. Também na época de Getúlio a oposição a ele possuía uma série de líderes locais que mantinham seus estados sobre mão de ferro, e atualmente as lideranças nacionais e locais e nacionais de oposição a Lula, como Temer, Aécio, Pezão, Alckmin, Beto Richa, e mais outros estão com suas imagens perfeitamente abaladas.
Outros fatores tornam a situação mais difícil para os que apóiam a prisão de Lula, a divulgação do fato será praticamente instantânea, e qualquer tumulto que ocorra em qualquer região será ampliado para todo o país também em intervalos de fração de horas.
Poderíamos dizer que no momento um próprio golpe militar que inclua neste golpe uma repressão a Lula e seus aliados, nos parece impossível, pois para controlar todos pontos chaves para um golpe como este, as forças armadas imobilizariam a maior parte de seu efetivo realmente treinado.
Senhores do judiciário, pensem muitas vezes no que representa a prisão de Lula, pois um Brasilzazo será algo incontrolável e o judiciário será um dos alvos principais deste movimento popular.
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