Agora é oficial. A julgar pelo Ibope, a eleição afunilou de vez entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad. Se não houver uma grande reviravolta, os dois estarão no segundo turno. Isso equivale a dizer que o duelo final pela Presidência começou mais cedo.
A nova pesquisa praticamente enterra as chances de uma terceira via. Ciro Gomes tentou ocupá-la, mas estacionou em 11% das intenções de voto. Ele precisaria dobrar seu eleitorado para empatar com Haddad na reta final. É uma missão quase impossível a menos de duas semanas das urnas.
Geraldo Alckmin também se esforçou, mas continua atolado na casa de um dígito. Sua campanha entrou no modo de crise permanente. Dia sim, outro também, o presidenciável é abandonado por um aliado do centrão ou do próprio PSDB.
Os partidos da coligação fixaram uma data-limite. Se o tucano não ressuscitar até o Datafolha de sexta-feira, será largado à própria sorte. Os mais afobados não querem esperar a missa de corpo presente. É o caso de seu ex-pupilo João Doria, que já entrou na dança do acasalamento com Bolsonaro.
O capitão manteve seus 28%, mas recebeu três notícias ruins. A primeira foi o crescimento de Haddad, que chegou a 22% e passou a ameaçar sua liderança. A segunda foi o crescimento de seu próprio índice de rejeição, que chegou a 46%. A terceira foi a mudança nos cenários de segundo turno.
Bolsonaro voltou a aparecer em desvantagem na maioria das simulações. Se a eleição fosse hoje, ele seria derrotado por Haddad, Ciro e Alckmin. Só empataria com Marina, que encolheu para 5% e corre o risco de terminar a eleição entre os nanicos.
Os números animaram os petistas, mas não significam que Haddad terá vida fácil. O presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, afirma que a verdadeira rejeição do petista é maior que os 30% indicados na pesquisa. Ele diz que o questionário capta a aversão à “pessoa física” do candidato. Seu desgaste tende a aumentar quando o eleitor que não deseja a volta do PT passar a identificá-lo como inimigo.
O Globo
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