Hoje domingo (27) de Janeiro, O jornal Estado de S.Paulo (Estadão) divulgou opinião oficial da empresa sobre os fatos da família Bolsonaro com as milícias do Rio de Janeiro. No artigo intitulado "Muito a explicar", o editorial destaca que o presidente Jair Messias Bolsonaro perdeu o bom senso ao usar uma recente entrevista à TV Record para afirmar não ser "justo atingir um garoto, fazer o que estão fazendo com ele, para tentar me atingir".
O garoto em questão é o seu filho mais velho Flávio Bolsonaro. O senador eleito pelo PSL do Rio de Janeiro tem 37 anos. Durante seu mandato como deputado estadual, manteve como seu motorista na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) o ex-policial Fabrício Queiroz. Uma movimentação de R$ 1,2 milhão em apenas um ano na conta de Queiroz chamou a atenção do Conselho de Controle de Atividades Financeira (Coaf), deflagrando o escândalo.
O desenrolar da história foi piorando o lado da família Bolsonaro. O Coaf constatou que Queiroz recebia, periodicamente, em uma conta bancária sua depósitos de outros funcionários de Flávio Bolsonaro na Alerj. "Praticava-se o chamado "rachid" - nome do esquema em que os funcionários a serviço de parlamentares lhes devolvem parte do salário que recebem", pontua o editorial do Estadão ao destacar que não se trata apenas de indícios de que no gabinete de Flávio acontecia a prática de um esquema ilegal.
O jornal, lembra, ainda que Queiroz fez um depósito na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro e, mais grave, Flávio contratou para trabalhar em seu gabinete a mulher e a mãe de Adriano da Nóbrega, chefe do chamado "Escritório do Crime"e um dos líderes da milícia de Rio das Pedras, a mais antiga e perigosa do Rio. O grupo começou a ser desmantelado na última semana, com a operação Os Intocáveis, liderada pela Polícia Federal e Ministério Público do Rio de Janeiro.
"Em nota, o agora senador eleito, depois de se dizer "vítima de uma campanha difamatória com o objetivo de atingir o governo de Jair Bolsonaro", afirmou que as duas funcionárias foram contratadas "por indicação do ex-assessor Fabrício Queiroz". Ou seja, Queiroz, que até aqui se apresentou como um modesto motorista, tinha poder para indicar funcionários no gabinete de Flávio Bolsonaro", anota o Estadão.
Para o jornal, a mais recente ligação com uma das mais "terríveis milícias do Rio" só aumenta a potência do "escândalo da clã Bolsonaro".
"Quando deputado estadual, Flávio disse que as milícias se dedicam a "expurgar do seio da comunidade o que há de pior: os criminosos" e que "há uma série de benefícios nisso". Uma fronteira bastante delicada parece ter sido cruzada, e espera-se que o presidente Bolsonaro e seu filho Flávio afinal deem as explicações que a sociedade, apreensiva, aguarda". Para ler na íntegra, clique aqui.
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