Ricardo Kotscho: três meses jogado fora


(...) mais desalento, mais desemprego, rumo ao caos
Em clima de final de feira o desgoverno de Jair Bolsonaro já está acabando, mas infelizmente é apenas mais um passo para destruição do futuro do Brasil.

Mais de 1,8 milhões de jovens desistiram de procurar emprego num país em que 13,1 milhões de trabalhadores, segundo o IBGE, estão alijados da força produtiva.
Antes de completar 100 dias, acabou a lua de mel do governo paramilitar de Bolsonaro e seus generais com o mercado, a mídia e o eleitorado, como mostram as pesquisas.
É preciso lembrar que, antes da facada de Juiz de Fora e da prisão de Lula, o candidato do baixo clero nunca passou de 20% nas pesquisas presidenciais, o núcleo duro da extrema-direita tupiniquim que lhe permanece fiel.
Enredado com milícias, laranjais, funcionários fantasmas e denúncias variadas, o capitão já deve estar arrependido de ter sido eleito, algo que não esperava quando se lançou na aventura presidencial em 2014 nas redes sociais alimentadas a fake news do filho Carlucho, o pit-bull do Planalto.
Esta semana, já mostrando enfado e pouca paciência com as crises políticas, o presidente da República eleito por quase 58 milhões de brasileiros, matou o serviço para  ir ao cinema de manhã e saiu mais cedo na sexta-feira para ir a um evento evangélico só para homens “destemidos, corajosos e honrados”, tudo que ele nunca foi.
Proibido pela Justiça de comemorar os 55 anos do Golpe de 1964, deixou todas as confusões que armou para trás, e viaja hoje rumo a Israel para agradar a bancada evangélica, que teve importante papel na sua eleição.
Só não se pode dizer que Bolsonaro não esteja cumprindo suas promessas de campanha.
Está fazendo no governo o mesmo papel de provocador barato e líder sindical dos militares, que desempenhou durante quase 30 anos na Câmara, em que não apresentou nenhum projeto e nunca se destacou pela atuação parlamentar.
Nunca passou de uma figura folclórica do baixo clero que agora chegou ao poder.
O que ele fez até agora? Liberou armas para todos, comprou brigas com a China e os países árabes, detonou o Ministério da Educação e o Itamaraty com seus ministros trogloditas e aumentou os índices de desemprego, paralisando a atividade econômica com o caos instalado na articulação política.
Restaram apenas a reforma da Previdência do superministro Guedes, que não anda no Congresso, apresentada como cura para todos os males nacionais, e o pacote anticrime do superministro Moro, contestada por especialistas todas as entidades jurídicas democráticas.
Fora isso, não há no horizonte nenhum programa de governo, qualquer sinal de retomada da economia num ambiente de incertezas e perplexidade.
Como se diz no futebol, deu a lógica. Não se podia mesmo esperar nada além disso aí, táokei?

Vida que segue
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