Não creio que seja apenas um “balão de ensaio”, um mero factóide, a indicação de Eduardo Bolsonaro para ser o embaixador brasileiro em Washington.
Pode até ser que recue, caso realmente seja inviável que o Senado aprove o seu nome, resistência na qual não acredito nem por um minuto.
O garoto do hambúrguer é duplamente adequado – claro que não para o Brasil – para o governo Bolsonaro e para o governo Trump e desde cedo – como observa o colega Leandro Fortes no Facebook – o presidente norte-americano viu utilidade na sabujice do filho 03, tanto quanto na de seu pai.
As supostas “criticas” de Olavo de Carvalho à escolha, dizendo que melhor faria Eduardo se ficasse aqui para “combater o Foro de S. Paulo” – ou seja, os partidos e movimentos de esquerda – é apenas um despiste.
O filho presidencial, indiretamente, pode e vai contribuir para que flua o dinheiro para movimentos de direita aqui, o que, para nós, não é novidade desde os tempos do pré-64, com o Ipes e o Ibade.
Não se iludam com a ideia de que temos “um governo de malucos”, simplesmente, mesmo que haja, de fato, loucos em grande número.
É um esquema de dominação colonial que, por definição, é inspirado e tem seus cordéis presos à metrópole.
E as instituições “republicanas”, corrompidas até a medula por suas conveniências e ideologias, vão aceitar esta bofetada na diplomacia profissional que este país cultiva há mais de um século.
Pode parecer algo abjeto – e é – mas é pior que isso.
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