Jornal GGN – Léo Pinheiro, da OAS, não teve benefício nem benevolência na Lava Jato enquanto não alterou seu depoimento para agradar a força-tarefa em Curitiba, implicando Lula. A fala pesou decisivamente na condenação do ex-presidente no caso triplex. Agora, a história se repete, mudando o delator e o delatado.
Segundo a Folha de S. Paulo desta quarta (29), o delator Otávio Azevedo, ex-executivo da Andrade Gutierrez, corre o risco de ter o acordo de colaboração rescindido. Motivo: não apontou corrupção nas relações da empresa (controladora da Oi) com a Gamecorp de Fábio Luis, filho de Lula.
No final de 2019, depois que Lula saiu da prisão em Curitiba, a força-tarefa liderada por Deltan Dallagnol, em parceria com a Polícia Federal sob Sergio Moro, lançou a fase ostensiva da operação Mapa da Mina, que tenta descobrir qualquer corrupção nas relações da Gamecorp com a Oi.
Na narrativa inventada pela Lava Jato para tentar manter a apuração em Curitiba, Lula supostamente beneficiou a Oi quando era presidente da República e, em troca, a empresa investiu ou contratou projetos da Gamecorp. E os sócios de Fábio Luis, Jonas Suassuna e Fábio Bittar, supostamente usaram os recursos para comprar o sítio de Atibaia.
As relações da Oi com Gamecorp já foram investigadas em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, no passado, e os processos foram arquivados por falta de provas. Agora, a Lava Jato desarquiva a narrativa e busca desesperadamente qualquer elemento para sustentar uma nova penal que atinja Lula. E recorrer a uma delação premiada é o que fazem de melhor.
O acordo de Azevedo com a Lava Jato foi fechado com a Procuradoria-Geral da República, que não quis se manifestar sobre a pressão para revisar o termo e implicar a família de Lula.
Já a força-tarefa de Curitiba mandou um recado para Azevedo por meio da reportagem da Folha: "Qualquer colaborador que omita fatos pode ter seu acordo rescindido e ficar sujeito a todos os rigores da lei."
É assim que a imprensa está tratando a situação. Não como pressão em cima de delator para que siga o script da Lava Jato, mas um caso de "omissão de fatos" contra os Lula da Silva.
Procurada, a defesa de Fábio Luís afirmou que investigar um delator com acordo já estabelecido há 4 anos só mostra que o Ministério Público "chega ao ponto de ir contra um acordo homologado na Justiça para atingir seus objetivos."
Já os advogados de Azevedo afirmaram que ele jamais se recusou a responder a qualquer tipo de questionamento sobre as relações da Andrade Gutierrez, que era uma das controladoras da Oi, com a Gamecorp, "tendo manifestado por diversas vezes sua disposição para tratar de todos os temas".
Além disso, a defesa do delator lembrou que "a operação de compra e os aportes de investimento na empresa Gamecorp já foram investigados e arquivados.
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