Bolsonaro deixou os generais nus e pôs abaixo o mito da honra militar.
As repercussões acerca do vídeo da chamada "reunião macabra" em que Bolsonaro teria deixado claro para todo o seu corpo ministerial que a troca do diretor-geral da PF atendia a uma, digamos, necessidade familiar, estremeceram os alicerces de Brasília.
Já se fala em uma "bala de prata" que pode derrubar definitivamente o presidente mais estúpido e inconsequente de toda a história.
Trechos da reunião, dizem várias fontes que tiveram acesso à íntegra do vídeo, deixam inequívocas a intenção declarada do chefe do executivo nacional em interferir diretamente na PF para blindar seus filhos das investigações em curso.
A coisa toda toma contornos dramáticos para um sujeito que, para além de tudo, ainda vê sua rejeição aumentar à medida que fica cada vez mais evidente a sua completa incapacidade de liderar um país com a nossa complexidade, sobretudo em meio ao que já é considerada a maior crise mundial do século.
Some-se a tudo os estragos que podem advir dos ataques diplomáticas a parceiros comerciais importantíssimos como a China e os insultos impublicáveis dirigidos aos ministros do STF, e teremos daí uma tempestade perfeita produzida numa única mísera reunião no Palácio do Planalto.
Mas nada disso, por mais grotesco que possa parecer, representa exatamente uma surpresa para quem tanto lutou para evitar esse desastre de proporções continentais.
Absolutamente ninguém com um mínimo de decência política e um pingo de honestidade intelectual poderia esperar que um protofascista como Bolsonaro que parasitou na política por três décadas de pura inoperância parlamentar e farto histórico de falcatruas pudesse ser a mais remota solução para os estruturais problemas brasileiros.
Muito pelo contrário, a acelerada destruição de todos os mais básicos fundamentos de nossa sociedade resulta de uma gestão muito bem-sucedida para aquilo que se propôs.
Esse é fidedignamente o Bolsonaro que elegeram e tudo o que ele representa.
Tudo posto, sua insensibilidade, incompetência e desonestidade, no entanto, serviram pelo menos para pôr abaixo o que talvez seja o último mito defendido por aqueles que um dia acreditaram em mamadeiras eróticas.
Para melhor compreensão, aqui é preciso voltarmos alguns dias.
Quando da saída espetaculosa de Sérgio Moro do Ministério da Justiça e sua posterior divulgação de mensagens em que já deixava clara a pressão do presidente para intervir na PF, os generais militares que integram o seu governo, com as caras mais lavadas do mundo, fingiram surpresa, indignação e até um certo horror.
Escandalizados com a mínima possibilidade do que poderia vir a ser uma traição cometida pelo capitão à tão alardeada honestidade militar, não faltou quem avaliasse abandonar o governo em nome da honra da instituição.
Sabido agora que já há muito todos os generais tinham plena ciência do que se passava no seio do governo a ponto de terem presenciado em plena reunião ministerial toda a desonestidade do presidente da República, a única certeza que fica é que nas Forças Armadas honra nenhuma há para se defender.
Totalmente coniventes com o que o comandante-em-chefe de ocasião fez durante todo esse tempo, já não se sustenta a tese de Bolsonaro ter sido apenas uma peça da engrenagem que deu errada, uma maçã podre devidamente retirada do cesto militar, por assim dizer.
Certo mesmo é que a julgar pelos velhos de fraldas verde-oliva que ora pululam na Esplanada dos Ministérios, o atual Presidente da República do Brasil não é outra coisa senão o menor e mais incapaz dos corruptos forjados nas Forças Armadas.
Por Carlos Fernandes
Cuidado que as baionetas logo estarão de volta, o som das esteiras no asfalto e o ruido do pino da granada no chão.....
ResponderExcluir01, tem volta. Não morreram apenas de um lado
ResponderExcluir