As premissas sobre as quais trabalhamos na invasão da Ucrânia foram todas dadas pelo Ocidente: fontes não identificadas do Pentágono ou da inteligência britânica, via New York Times.
A Rússia mesmo nunca disse nada sobre estratégia militar, a não ser de maneira vaga, palavras de ordem que falam mais à propaganda para o público interno: neutralidade, desmilitarização, desnazificação.
Um precedente que pode ser considerado é a intervenção na Georgia, onde os russos na prática viabilizaram e reconheceram a soberania da Abkhazia e da Ossetia do Sul, dois enclaves que dão a Moscou poder de pressão permanente sobre Tbilisi, sem o ônus de uma ocupação militar permanente.
A Georgia, lembrem-se, também foi alvo de uma revolução colorida pró-Ocidente, ou melhor, pró-Estados Unidos -- na Ucrânia foram duas revoluções laranja (nome sintomático).
Pelo que vemos na Ucrânia, especialmente em torno do controle estratégico de Mariupol, os russos querem cortar o território quase no meio, garantindo não só a integridade territorial das duas repúblicas que reconheceram no leste do país, mas um corredor de ligação de ambas com a Crimeia e uma saída para o mar.
Toda e qualquer negociação subsequente para retirada de tropas seria feita a partir desta posição militar consolidada, com caminhos abertos para reabastecimento permanente de armas e provisões necessários a enfrentar eventual guerra de guerrilha.
Para constar: esta previsão não é endosso, mas um chute a partir de uma avaliação que tenta fugir às armadilhas da propaganda de parte a parte que passa por noticiário.
Sou pacifista e ativista contra as armas nucleares.
Luiz Carlos Azenha
Nenhum comentário:
Postar um comentário