percebi que uma das minhas manias mais tóxicas que eu tinha comigo mesmo, era me permitir ser destruído por tudo aquilo que eu queria que fosse e não foi, mesmo quando eu aceitava que precisava deixar pra trás.
porque deixar pra trás era como se eu tivesse que abrir mão também do tempo que eu dediquei aquilo, dos planos que me envolvi, das expectativas que construi e de todo o sentimento, e entrega, e afeto, que dei.
e isso é estranho porque toda vez que eu chegava no momento em que precisava deixar pra trás alguma coisa, eu começava a rotina de lamentações comigo primeiro: de novo? mais uma vez você indo embora? você fez algo de errado né? você deve ter falado demais.
e era assim que eu me consumia ainda mais.
que eu sabotava o meu processo de seguir em frente. porque por mais que o processos sejam difíceis e pesados, eu ainda posso tornar esses mais leves.
e existe uma diferença entre você perceber que precisa seguir o seu caminho sozinho, e que agora, precisa se pegar no colo, se dar as mãos e seguir da melhor maneira, tornando as coisas mais leves e compreensíveis pra você, do que se olhar como se você se resumisse a mais uma tentativa, e se encher de questionamentos que te culpam, e ficar pensando no que poderia ter sido em vez de aceitar que a partir de agora, o caminho vai te levar pro que precisa ser.
é isso o que importa.
você sabe quando precisa deixar pra trás.
você sente o que não está conectado a você.
você pode até resistir em aceitar isso, mas a gente sempre sente o desconforto, a insegurança, o medo.
eu já pensei muito sobre "e tudo aquilo que poderíamos ter construído se ficássemos?" e tudo o que a gente podia ser sé tentássemos" e pensar assim me fez tão mal por um tempo, porque eu só me cobrava por coisas que já não estavam mais comigo. e que nem tinham mais a pretensão de estar.
se não foi, eu sinto.
mas eu preciso continuar.
por Iande Albuquerque
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