Neste domingo temos a chance de fechar o ciclo maldito iniciado em 1964 e que se renovou em 2016. No golpe contra Dilma, na Câmara, o voto-vômito de Bolsonaro, na fúria daquele abril, assinalou o triunfo do padrão golpista, que nos rebaixa como país desde a fundação da República. (…)
No Brasil do século 21 não dá mais para tolerar militares que se acham tutores do poder civil, que se sentem à vontade para ameaçar eleições, para elogiar um regime que matou, torturou e roubou utopias e a brisa das liberdades por 21 anos. (…)
A derrota de Bolsonaro, de sua indigência moral e mental e de seu gangsterismo fascistóide, tem que ser, também, a volta definitiva dos fardados aos quartéis. Para que nunca mais seja profanado o plenário onde Ulysses Guimarães, em 1988, mirou o futuro: “Traidor da Constituição é traidor da pátria. (…) Temos ódio à ditadura. Ódio e nojo”. (…)
Temos um encontro marcado com os ventos da esperança. Nosso voto deve honrar os 700 mil brasileiros que se foram. Muitos, eleitores que não irão às urnas porque foram assassinados. O governo Bolsonaro respira com a ajuda de aparelhos. Desligue-os agora, já. (…)
Tire o oxigênio que ele negou a tantos brasileiros em seus derradeiros sopros de vida. Corte o ar do qual ele depende para passar ao segundo turno, quando espera poder virar o jogo, com suas falanges infladas de cólera. Mate o governo Bolsonaro com a arma mais poderosa de todas: o voto. (…)
Cristina Serra
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