Mostrando postagens com marcador Mensalão. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Mensalão. Mostrar todas as postagens

As manchetes do Gafe em 02 de Agosto de 2012


- Globo: A hora do mensalão – Réus sofrem derrota na véspera do julgamento
- *Abril: STF começa a escrever capítulo final do mensalão
Folha: STF começa julgamento com ministro sob pressão
Estadão: ‘Fazer justiça é condenar todos’, afirma procurador
Veremos como serão as manchetes no dia que o "mensalão" tucano de 97 for a julgamento. A começar por um ter sido 8 anos antes e ser julgado depois. Além disso o Supremo julgará apenas quem tem foro privilegiado, o processo foi desmembrado, os demais réus serão julgados em 1ª - o que é a norma do Direito Processual -.
* Representada pela Veja

Ministro do STF defende desmembramento do "mensalão"


O que Marco Aurélio Mello está defendendo é o básico do Direito Processual. Qualquer estudante do 4º semestre do curso de Direito sabe que apenas pessoas com prerrogativa de foro podem ser julgadas no STF. A questão é que a farsa do "mensalão", maior fraude midiática da história do Brasil, contém erros e vícios processuais insanáveis desde o seu início.
Quem não lembra da 'faca no pescoço', quando os ministros do STF em agosto de 2007 aceitaram uma denúncia fortíssima em retórica, ilações, suposições e achismos e vergonhosamente ridícula quanto aos mais precários indícios de materialidade dos supostos ilícitos imputados aos denunciados? Aí está o resultado... O julgamento da farsa do "mensalão" realmente vai entrar para a história da República Federativa do Brasil. Como uma grotesca fraude, no quesito processual, e como uma dantesca farsa no quesito do mérito das acusações!
Enquanto isso, o mensalão do PSDB de Minas Gerais, de 1998, foi totalmente desmembrado, como manda o ordenamento jurídico brasileiro e apenas o deputado federal Eduardo Azeredo responderá junto ao STF... Todo esse processo do "mensalão", desde o início, foi uma palhaçada jurídica sem precedentes na história do STF. Os ministros se acovardaram em 2007 e transformaram um processo rotineiro em uma aberração da qual não sabem mais nem como se desfazer!
É uma vergonha tudo isso que está acontecendo. O "mensalão" entrará na grade curricular de todas as faculdades de direito do Brasil como um case a ser analisado pelos estudantes. Como um case de como NÃO atuar enquanto advogados, promotores ou juízes. Lamento profundamente que o Brasil e o povo brasileiro tenham que se sujeitar, tenham que passar por essa vexaminosa fraude processual, por essa que é a maior farsa da história do Brasil, chamado indevidamente de "mensalão". Toda essa fraude feita sob pressão incessante e constante do crime organizado e da quadrilha máfio-midiática. Que sirva de lição para as atuais e futuras gerações. Um país como o Brasil não pode ficar a mercê desses canalhas que inventaram a maior mentira da história da república brasileira para satisfazerem seus intentos partidários e comerciais.
E ainda querem que os ministros do STF, de qualquer jeito e de qualquer maneira, corroborem essa farsa... É o fim da picada.

O Brasil mudou. Mas, o Pig continua o mesmo

Depois de perder a transmissão das Olimpíadas de Londres para a Rede Record, a Rede Globo quer fazer do julgamento da ação penal 470 no STF, a sua Olimpíadas de audiência. A coitada!...
A elite e a barriga que alugou – o PSDB de São Paulo – tentam reconstituir na véspera do julgamento do mensalão (o que está por provar-se) a noite que precedeu o suicídio de Vargas.
O Catão de Higienópolis, aquele que aparece no mensalão tucano – o mesmo que teria presenteado Gilmar Dantas (*) – o melhor que a Elite conseguiu produzir vai à internet –http://www.cartacapital.com.br/politica/fernando-henrique-opiniao-publica-deve-influenciar-o-stf – defender a pressão do Zé Mané da esquina, da turba para condenar o José Dirceu.

Fernando Henrique revesita o Tribunal de Exceção que seus patrocinadores montaram na República do Galeão. E aparece como uma vestal.

O Presidente da maior roubalheira numa Privataria latino-americana, tenta transformar Dirceu no Gregório Fortunato. E Lula em Vargas.

Só que o Sociólogo da Dependência não tem 1/100 do talento do maior de todos os Golpistas, Carlos Lacerda. Nem os mervais são o Chateaubriand.

Qual pressão a que ele  prefere ?

  • A mervalica pressão ?
  • A que acha que o Peluso vai condenar o Dirceu ?
  • Quantos mervais votos ela tem ?

É porque o Brasil mudou. Só PiG  (**) é o mesmo.
Mas o Zé Mané da esquina, a turba ficou mais sabida. Tanto que mantem a elite fora do poder há doze anos. E se depender da retórica moralista do Farol de Alexandria, mais doze anos ficará.

O que “vai dar m…”, como disse aquele notável tucano da Privataria, o Mr Big, o que “ vai dar m…” vai ser o mensalão tucano, vai ser a Lista de Furnas.

A UDN está à morte. A elite paulista terá que alugar outra barriga. Essa perdeu a validade.

Paulo Henrique Amorim

Mensalão: STF deve absolver 1º José Dirceu

Como nos autos [peça de ficção] escrita pelo PGR - Procurador Geral da Republica - não existe nenhuma prova contra o réu José Dirceu, o STF deve absolve-lo primeiro.

O julgamento começa amanhã e o ministro Gilmar Ferreira Mendes ainda não disse se vai se declarar impedido, por ser público e notório sua parcialidade tucademopigolpista.

Gilmar Dantas vai participar do julgamento do "mensalão"

Da série: O pau que dá em Tofolli também dá em Gilmar Dantas ou qualquer outro ministro do STF
O ministro Gilmar Ferreira Mendes decidiu participar do julgamento do mensalão, que se inicia nesta quinta (2). Em diálogos privados, disse avaliar que não há razões para declarar-se impedido. Gilmar foi enviado ao Supremo por FHC, de quem é amigo e a cujo governo serviu como Advogado-Geral da União. Antes, trabalhara como assessor subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil (96/2000). É parceiro do ex-senador cassado Demóstenes Torres na invenção do grampo sem áudio. Também foi desmentido por Nelson Jobim sobre acusação que fez ao ex-presidente Lula.

Ou seja: nunca antes na história centenária do Supremo um ministro carregou na biografia tantas razões para declarar-se impedido de atuar num processo. Mas Gilmar Dantas não se dá por achado.
FHC dá-lhe razão. tucademos graúdos ecoam o ex-soberano. Por exemplo: José Serra ex- prefeito de São Paulo, amigo e ex-ministro de FHC, resumiu em frase recente o ânimo do tucanato em relação à hipótese de Gilmar afastar-se do julgamento: “Ele não tem esse direito de não condenar todos os réus. Ele está lá no Supremo para condenar nossos adversários e inocentar os nossos companheiros, como fez dando dois HCs para libertar o amigão Daniel Dantas”
Ontem, segunda (30), instado a comentar a encrenca, o presidente do Supremo, Carlos Ayres Britto, ele próprio um ex-filiado do PT, disse que não cabe senão ao próprio Gilmar decidir sobre a matéria. “O ministro Gilmar, como qualquer ministro da Casa, é um ministro experiente, tarimbado e que saberá avaliar, consultando os próprios botões, se participa ou não participa do julgamento”, disse.
Acrescentou: “O ministro Gilmar, como qualquer ministro da Casa, é suficientemente maduro, maior, capaz, vacinado, experimentado para decidir, diante de uma eventual alegação de suspeição, se participa ou não participa do julgamento”. Ayres Britto enxergou no comportamento do colega um indício de que não lhe passa pela cabeça abdicar da condição de juiz do caso.
Recordou que Mendes vem participando normalmente de decisões sobre recursos apresentados por advogados dos réus da quadrilha mensaleira. “Não me compete opinar sobre nada, se ele vai, se ele não vai, eu não quero ser mal interpretado. Agora, isso sinaliza participação. Sem dúvida. Apenas isso.”
Como que receoso de tornar-se vítima de línguas malévolas, Ayres Britto reposicionou-se rapidamente em cena: “Não houve esse vínculo pelo fato de ele ter participado [do julgamento] das questões de ordem [suscitadas pelos advogados]. Não houve esse link. Não houve isso. Eu disse apenas que não me preocupa isso. Ele saberá decidir com responsabilidade, tirocínio, com independência. Foi a resposta que eu dei.”
Por ora, afora uma petição protocolada no STF por advogado que não tem ligação com o processo, nem os advogados dos réus nem o procurador-geral da República Roberto Gurgel questionaram a participação de Toffoli. Nada impede, porém, que a suspeição seja arguída durante o julgamento. Nessa hipótese, vai-se saber até onde vão a audácia do ministro e o espírito de corpo dos colegas.
O texto original Taqui

Julgamento do "mensalão"

Sua excelência, o Fato

Até aqui, tudo que tem sido divulgado pelo pig sobre José Dirceu, ser o "chefe da quadrilha", não passa de tititi, fofocas, conversa de botequim. Não existe uma prova, uma mísera prova que permita aos ministros do STF condenar o petista.

Portanto, José Dirceu deverá ser inocentado pelo plenário do Supremo. 

Isto é Fato. O mais é boato.

Mensalão: Marcos Valério usará decisões do TCU para se defender

Órgão considerou legal contratos de bancos públicos com agências de publicidade

A defesa de Marcos Valério, protocolou no STF quatro acórdãos do TCU - Tribunal de Contas da União - que não viram irregularidades nos contratos feitos entre agências de publicidade e bancos públicos. 



Um deles envolve a DNA, e o Banco do Brasil, e foi considerado legal pela ministra relatora do caso, Ana Arraes, mãe do governador Eduardo Campos (PE). 


No entender dos advogados, as decisões do TCU reforçam a tese de que recursos apropriados pela DNA, não seriam públicos. 


O julgamento começa no próximo dia 2.

Mensalão: defesa de Dirceu desmonta farsa


Do Blog de Hildegard Angel
Em sua edição de hoje, o jornal O Globo apresenta os pontos da defesa do Banco Rural, nas  alegações enviadas por seus advogados ao Supremo Tribunal Federal,para o julgamento do dito "mensalão"...
Pois hoje vou apresentar todos os pontos da defesa de José Dirceu no mesmo "mensalão", termo ainda sem paternidade conhecida, pois os supostos "pais" até agora apontados insistem em lhe lhe negar o DNA. Aliás, para conhecimento de vocês, não é pai, é mãe: foi a jornalista Ana Maria Tahan, quando editora do Jornal do Brasil, a criadora da expressão, que caiu em domínio público feito rastilho de pólvora. Se tivesse patenteado e cobrado royalities, a Tahan seria hoje a maior milionária do dito "mensalão". E, dependendo do próximo resultado do STF, talvez a única...
Vamos, pois, à Defesa de José Dirceu, no processo que começa a ser julgado no próximo dia 2 de agosto, contudo a maior parte da grande imprensa, antecipando-se aos ministros do Supremo Tribunal Federal, já pré-julgou e condenou, indo na contramão da fundamental imparcialidade necessária ao bom exercício do ofício... Leia mais>>>

Jefferson só abre a boca quando tem certeza!

O Bob afirmou com certeza, que havia "mensalão". O pig acreditou.
O Bob afirmou com certeza, que não havia "mensalão". O pig não acreditou.

O Bob afirmou com certeza, que Lula não sabia do "mensalão". O pig não acreditou.
O Bob afirmou com certeza, que Lula sabia do "mensalão"". O pig acreditou.

O pig acredita sempre no que lhe convém.

E quando convém, Roberto Jeffersson fala a verdade. A mesma verdade que ele fala sobre o destino dos 4 milhões que recebeu do PT para saldar dívidas de campanha. Mas, qual foi mesmo a verdade que ele falou neste caso?...


Sei não, mas... com certeza o Bob só tem certeza que tem certezas.

E o "mensalão" tucano quando será julgado?


por Ricardo Kotscho
“Começa no próximo dia 2 de agosto, no Supremo Tribunal Federal, o julgamento do chamado "mensalão do PT". Muito justo: afinal, o caso já se arrasta desde de 2005 e nós estamos em 2012. Estava na hora.

Por falar nisso, pergunto: e quando vai ser julgado o "mensalão tucano", rebatizado [para proteger o PSDB] pela grande imprensa de "mensalão mineiro", que é bem mais antigo e vem se arrastando desde 1998?


Para se ter notícias do "mensalão do PT", basta abrir qualquer jornal ou revista, ligar o rádio ou a televisão. Está tudo lá diariamente, contado em caudalosas reportagens nos mínimos detalhes, comprovados ou não.


Já o "mensalão tucano" foi simplesmente escondido pela mídia reunida no “Instituto Millenium”, que não quer nem ouvir falar no assunto. Quem quiser saber a quantas anda o processo que dormita no Supremo Tribunal Federal precisa acessar aquilo que o tucano José Serra chama de "blogs sujos".


Foi o que eu fiz ao entrar no Google, que registra 508 mil citações sobre o "mensalão tucano", a grande maioria publicada em blogs, enquanto o "mensalão do PT", embora mais recente, já alcance 3.720.000 matérias publicadas.


Sob o título "Mensalão tucano e silêncio da mídia", o blog de Altamiro Borges tratou do assunto no último dia 10 de junho:


"Na quarta-feira passada (6), finalmente o Supremo Tribunal Federal decidiu incluir na pauta o debate sobre o "mensalão tucano", o esquema utilizado para alimentar a campanha pela reeleição do governador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) em 1998. A mídia, porém, não deu qualquer destaque ao assunto. Algumas notinhas informaram apenas que o "mensalão mineiro" também será julgado em breve. A imprensa demotucana evita, por razões óbvias, falar em mensalão tucano".


Quer dizer, 14 anos depois (!), o STF decidiu colocar na pauta e vai começar a debater o "mensalão tucano". Nem se pensa, ainda, em marcar uma data para o julgamento, ao contrário do que aconteceu com o "mensalão do PT", que virou um caso de vida ou morte para a mídia e precisa porque precisa “ser julgado -e todo mundo condenado- antes das eleições de outubro”. Altamiro explica:


O caso é bastante emblemático. Ele serve para comprovar a seletividade da chamada grande imprensa. O escândalo surgiu bem antes das denúncias contra o PT. A própria Procuradoria-Geral da República, ao encaminhar o caso ao STF, em novembro de 2007, afirmou que o esquema foi "a origem e o laboratório" do mensalão do PT. Ele teria sido armado pelo mesmo publicitário Marcos Valério, que montou o famoso "valerioduto" para financiar campanhas eleitorais com [supostos] recursos públicos e doações de empresas privadas. [O TCU afirmou, na semana passada, que o “valerioduto” movia-se com recursos legais, não públicos (ver abaixo). O mensalão tucano foi abastecido, segundo a Polícia Federal, por recursos da estatal Furnas].


Muitos anos antes, em 2 de outubro de 2007, meu velho amigo Carlos Brickmann, jornalista dos bons, que pode ser acusado de tudo, menos de ser petista, já tinha tocado no mesmo assunto em sua coluna "Circo da Notícia", publicada no “Observatório da Imprensa”. Sob o título "Quando a polícia abre o baú da imprensa", Brickmann escreveu:


"Que o mensalão começou em Minas Gerais, até os fios de cabelo de Marcos Valério sabiam. A primeira investida do esquema beneficiou o governador tucano Eduardo Azeredo, candidato à reeleição (perdeu para Itamar Franco). A imprensa até que deu a notícia, embora discretamente. E esqueceu o assunto".


(...) "Pois é: há asuntos que entram na moda, há assuntos que não há força humana capaz de colocá-los na mídia. Tudo bem, vai ver que o mundo é assim. Mas precisava transformar o mensalão tucano, na imprensa, em ‘mensalão mineiro’?"


Dias atrás, o “Blog do Mello” resgatou trecho de uma entrevista com Eduardo Azeredo publicada pela "Folha" em 2007, na qual podem estar os motivos para esta preferência da mídia tratar furiosamente do "mensalão do PT" e deixar de lado o chamado "mensalão mineiro":


"Folha- A Polícia Federal diz que houve caixa dois na sua campanha...
Eduardo Azeredo - Tivemos problemas na prestação de contas da campanha, que não era só minha, mas de partidos coligados, que envolvia outros cargos, até mesmo de presidente da República.


Folha- O dinheiro da sua campanha em Minas financiou a de FHC?
Azeredo- Sim, parte dos custos foram bancados pela minha campanha. Fernando Henrique não foi a Minas na campanha por causa do Itamar Franco, que era meu adversário, mas tinha comitês bancados pela minha campanha.”


Fundador do PSDB e presidente do partido quando o escândalo estourou, Eduardo Azeredo conseguiu, dessa forma, o apoio irrestrito dos tucanos de bico grande que cuidaram de tirar o assunto da mídia.


A acusação central de que o PT usou dinheiro público para comprar o voto de parlamentares no Congresso foi derrubada pelo Tribunal de Contas da União, como informou Marta Salomon em nota publicada no portal “Estadão.com”, às 22h15 de quinta-feira (19):


"O Tribunal de Contas da União considerou regular o contrato milionário da empresa de publicidade DNA, de Marcos Valério Fernandes de Souza, com o Banco do Brasil. O contrato é uma das bases da acusação da Procuradoria-Geral da República contra o empresário mineiro no julgamento do mensalão, marcado para agosto". Mais adiante, a matéria lembra:


"De acordo com a Procuradoria-Geral da República, contratos das agências de publicidade de Marcos Valério com os órgãos públicos e estatais serviam de garantia e fonte de recursos para financiar o esquema de pagamentos a políticos aliados do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva".


Não encontrei esta notícia na edição impressa da "Folha" [de quinta-feira] que publicou matéria sobre a defesa apresentada por Delúbio Soares, tesoureiro do PT na época: "Delúbio dirá a STF que não houve compra de deputado".


Se e quando o STF finalmente marcar o julgamento do "mensalão tucano", vamos ver o que Eduardo Azeredo terá a dizer e se a imprensa vai lembrar do que ele falou na entrevista de 2007.


Podem até querer esquecer esta história, mas o Google lembra. Está tudo lá.”


FONTE: “Blog do Kotsho” (http://noticias.r7.com/blogs/ricardo-kotscho/2012/07/20/e-quando-vai-ser-julgado-o-mensalao-tucano/) [Trechos entre colchetes adicionados por o blog ‘democracia&política’].

Mensalão: um julgamento


por Janio de Freitas 
Para a acusação e para os réus, chega a hora em que o escândalo político não substitui mais as provas

A dez dias de iniciar-se o julgamento do mensalão, forma-se, entre os que têm acompanhado o caso, o consenso de que o Supremo Tribunal Federal e a opinião pública tendem a chocar-se em muitos dos 38 julgamentos individuais. Para a acusação e para os réus, chega a hora em que o escândalo político não substitui mais as provas, e cobra dos julgadores o máximo de verdade dos fatos e de si mesmos.

O pasmo causado pelo tráfico de dinheiro entre o PT e seus aliados, e os objetivos políticos daí surgidos contra o iniciante governo de Lula, levaram a um tumulto de deduções tanto verdadeiras quanto infundadas. A começar do nome -mensalão- criado pela eloquência metafórica do denunciante Roberto Jefferson, dando a ideia de pagamentos sistemáticos e mensais que não constavam do negócio.

A acusação lida no Supremo pelo ex-procurador-geral Antonio Fernando de Souza, de virulência só usual nos tribunais de júri, submeteu-se bastante ao clima emocional da CPI. Mas não levou mais além as provas de transações financeiras e de ações pessoais obtidas pela Polícia Federal, pela CPI ou por imprensa e TV.

Com isso, muitas acusações ficaram penduradas em deduções que também poderiam ser o contrário do que foram: havia a intuição, mas faltava a comprovação, a evidência. É assim, num dos exemplos mais fortes, a afirmação de que José Dirceu comandava as operações financeiras efetivadas por Delúbio Soares e outros.

Não há dúvida de que Dirceu foi o estrategista político da eleição e da linha programática do governo Lula. Disso há comprovações. Mas de que, depois, chefiasse "a quadrilha" que montou as artimanhas financeiras, não há evidência. Por que não teria sido Antonio Palocci, o braço do governo que transacionava com os bancos, e que já na campanha lidara com os interessados na política financeira futura e, no governo, lidava com o setor privado respectivo? Palocci não foi cogitado só por ser útil ao sistema financeiro privado? Do qual hoje é o veloz multimilionário "consultor"? Dedução por dedução, sem evidência, uma valeria o mesmo que a outra.

Não se sabe o que vai surgir, no decorrer do julgamento, em fatos e acréscimos esclarecedores. Muitos depoimentos foram tomados no processo judicial, por diferentes juízes, para o trabalho de relator do ministro Joaquim Barbosa. É possível que daí venham provas ainda sigilosas. Ou que venham as respostas não dadas nos depoimentos à CPI. O que Roberto Jefferson fez dos R$ 4 milhões que, disse, sobraram do dinheiro -o "mensalão"- dado pelo PT para deputados do PTB pagarem dívidas de campanha? E que fez o deputado Valdemar Costa Neto do dinheiro recebido com o mesmo fim?

E, mais importante, quem vai repor o dinheirão do Banco do Brasil, proveniente dos descontos no valor de sua maciça publicidade, não repassados ao banco pela agência de Marcos Valério, como obrigado em contrato? A propósito, o Tribunal de Contas da União, com parecer da recém-ministra Ana Arraes, acaba de anular a responsabilidade dos dirigentes do BB comprometidos com aquele desvio. Decisão estranha, por vários aspectos.

O mensalão ainda guarda emoções. Muitas delas, é a previsão mais difundida sobre o julgamento, o Supremo não poderia evitar. Apenas lamentar. Mas talvez venha daí a grandeza de um julgamento digno do nome.

TCU mela o "mensalão"

[...] chora pig, chora

AO VALIDAR OS CONTRATOS DE PUBLICIDADE DE MARCOS VALÉRIO, O TRIBUNAL REFORÇA A TESE DE QUE O ESQUEMA NÃO UTILIZOU RECURSOS PÚBLICOS; ISSO PODE INFLUENCIAR JULGAMENTO E JÁ LIVRA O EX-DIRETOR DO BB, HENRIQUE PIZZOLATO

A menos de quinze dias para o início do “julgamento do século”, uma decisão tomada pelo Tribunal de Contas da União pode ser determinante para o futuro dos réus da Ação Penal 470. O TCU considerou regulares os contratos de publicidade de R$ 153 milhões do Banco do Brasil com as agências de publicidade DNA e SMPB, que pertenciam ao empresário Marcos Valério de Souza. Isso reforça o que foi dito, dias atrás, pelo criminalista Marcelo Leonardo, que fará a defesa oral de Valério no Supremo Tribunal Federal. “Não houve recursos públicos, apenas empréstimos privados”. O PT admite que tomou empréstimos bancários, junto ao Rural e ao BMG, para honrar dívidas de campanha próprias e de alguns partidos da base aliada.

A decisão do TCU foi tomada a partir de relatório preparado pela ministra Ana Arraes, cujo voto foi acompanhado pelos demais ministros. O primeiro a ser beneficiado é o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, que foi denunciado por ter validado os principais contratos de publicidade de Valério na administração pública federal. De acordo com o TCU, os contratos seguiram o padrão de normalidade do Banco do Brasil e não diferem dos que foram fechados com outras agências de publicidade. Curiosamente, as agências de publicidade de Valério entraram para o governo federal no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Foram apadrinhadas pelo ex-ministro Pimenta da Veiga, das Comunicações, que é amigo pessoal de Valério. Continuaram no governo Lula, até o escândalo do mensalão, ocorrido em 2005.

Embora já ajude a livrar a cara da Pizzolato, a decisão do TCU pode ter também repercussões maiores sobre outros réus. A começar, pelo próprio Valério. O empresário sustenta que, entre o fim da campanha presidencial de 2002 e o início do governo Lula, foi apresentado ao ex-tesoureiro Delúbio Soares, do PT, pelo ex-deputado Virgílio Guimarães. Ajudou a resolver o problema das dívidas de campanha com o partido por meio dos empréstimos bancários. E, no caso do Rural, ele argumenta que tentou fazer lobby para que o banco assumisse a massa falida do Banco Mercantil de Pernambuco – o que não ocorreu. Por isso, Valério chegou a dizer que foi um lobista fracassado.

Essa decisão do TCU também corrobora a tese de caixa dois eleitoral – e não de compra regular de parlamentares. Isso porque os empréstimos foram tomados logo no início do governo Lula. Os contratos de publicidade eram renovados periodicamente.

Reação na oposição

Na oposição, a decisão do TCU foi recebida com indignação. Segundo o blogueiro Reinaldo Azevedo, o petismo trabalha para “transformar o Brasil num curral”. Eis um trecho de artigo publicado por ele nesta manhã:

“Marcos Valério pegava a dinheirama das estatais e depois fazia “empréstimos” para o PT. Uma das estatais era justamente o Banco do Brasil. Agora Ana Arraes, com endosso de outros ministros, diz que tudo foi regular, entenderam? Quer-se, assim, reforçar a tese de que o dinheiro do mensalão não era público. É evidente que os advogados dos mensaleiros tentarão usar isso a favor dos seus clientes. Eles não tinham uma notícia tão boa desde que o processo começou. Ana Arraes demonstra que não foi nomeada por acaso e que Lula sabia bem o que estava fazendo quando entrou com tudo na sua campanha. Só para registro: Aécio Neves também foi um entusiasmado cabo eleitoral da ministra. Campos é apontado por muitos como uma espécie de novidade e de renovação da política. É mesmo? Eis um episódio a demonstrar que ele é jovem, mas não novo!

Nada mais antigo do que o que se viu no TCU.  Manobras dessa qualidade fariam corar a República Velha. A 15 dias do início do julgamento do mensalão, uma das operações mais descaradas de desvio de recursos públicos para os mensaleiros recebeu a chance de “nada consta” do TCU. É a nossa elite política “progressista”! Caberá ao STF dizer se existe pecado do lado de baixo do Equador! Se decidir que não há, não vai adiantar Deus ter piedade dos brasileiros.”

O que o TCU demonstrou, no entanto, é que as agências de Valério prestaram contratos regulares de publicidade ao Banco do Brasil. E o lobby a favor do Rural se dava em outras esferas.

Estadão desmentido

por Delúbio Soares: @delubiosoares
Uma simples leitura do Memorial aos Ministros do STF, desmente a matéria publicada pelo Estadão.



EXCELENTÍSSIMOS SENHORES MINISTROS, DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
Ref.: Ação Penal n° 470
Delúbio Soares de Castro, por seus advogados que esta subscrevem, vem, respeitosamente, apresentar breve Memorial nos seguintes termos.
1. A análise fria dos fatos constantes dos autos da referida Ação Penal e de sua qualificação jurídica, implica na necessidade de o acusado Delúbio ser absolvido das acusações de corrupção ativa e formação de quadrilha.
2. Realmente, como já fartamente demonstrado na defesa final apresentada a esta Suprema Corte (Doc. anexo), após a oitiva de centenas de testemunhas, as acusações perpetradas contra o peticionário não se confirmaram. Ao contrário, o quadro probatório confirma o que o defendente sustentou desde o início: os repasses de valores questionados pela acusação tiveram como única finalidade o pagamento de despesas decorrentes de campanhas eleitorais, tanto dos diretórios estaduais do partido dos trabalhadores, quanto dos partidos que integravam a chamada base aliada.
Mais do que isso, restou comprovado que o dinheiro utilizado para pagamento de dívidas de campanha foi obtido por meio de empréstimos, junto ao Banco Rural e ao banco BMG, empréstimos esses cuja existência o Banco Central teve a oportunidade de confirmar.
Assim, em relação ao delito de corrupção, os elementos probatórios colhidos na presente ação penal revelam com clareza que não houve transferência de dinheiro para compra de votos no Congresso Nacional. É fundamental destacar que as principais reformas votadas no período questionado, só foram aprovadas com votos da oposição.
3. A acusação de corrupção não conta com nenhuma prova nestes autos. Como restou demonstrado na defesa, inclusive por gráficos, não há nenhuma relação entre o repasse do dinheiro e o apoio ao governo, o que desnatura o falacioso “mensalão”. Não há, aliás, nenhum pagamento mensal, como também se demonstrou.
Da mesma forma, não existe relação entre apoio dos partidos da base aliada com o dinheiro relacionado aos empréstimos: ao longo do período em que foram feitos os repasses, a taxa de apoio ao governo diminuiu, o que mostra a absoluta improcedência da acusação de corrupção.
Como já se disse, embora alegue a ocorrência de transferência de dinheiro a parlamentares em troca de apoio nas votações do congresso nacional, a acusação não logrou comprovar sua tese. Muito pelo contrário. O dinheiro está inequivocamente relacionado a despesas de campanha, o que foi confirmado por toda a prova produzida.
A acusação não demonstrou qualquer vínculo entre os alegados pagamentos e a prática de ato de ofício, não tendo havido qualquer corrupção de funcionário público.
4. No que toca à acusação de formação de quadrilha a absolvição também se impõe. De início, é preciso recordar que a prova da infração ao art. 288 do Código penal exige a demonstração inequívoca da associação prévia e estável de todos os agentes para o fim específico de cometimento de crimes.
Afora as assertivas do douto Procurador-Geral da República, baseadas na sua percepção pessoal sobre os fatos e não na prova produzida nos autos, nada autoriza a condenação do Peticionário pelo crime de formação de quadrilha.
Ao participar da fundação do Partido dos Trabalhadores, o Peticionário associou-se, sim, com muitas outras pessoas com o fim de propugnar por um projeto político e implantá-lo por meio do exercício do poder obtido pela via democrática.
Em relação a uma associação para a prática de crimes não há uma única prova produzida nesse sentido. Das 394 testemunhas ouvidas durante a instrução, nenhuma delas corroborou a tese acusatória.
5. O acusado Delúbio confia na Suprema Corte e, portanto, confia em um julgamento justo, com base na prova dos autos. É com a consciência de quem não fez aquilo de que lhe acusam que ele se entrega às mãos honradas de seus Juízes, confiante na absolvição.
Brasília, 28 de junho de 2012.
Arnaldo Malheiros Filho   OAB/SP n. 28.454   |     Celso Sanchez Vilardi OAB/SP n. 120.797

Histórico do STF é negar pedido de suspeição

Mesmo que a defesa de algum réu do "mensalão"" peça a suspeição do ministro Gilmar Mendes no julgamento do processo, a aceitação por parte do tribunal é improvável. Das 61 representações apresentadas que se tem notícia, nenhuma foi acatada pelo colegiado.

A praxe é o ministro se declarar impedido - por razões de foro íntimo -. O que não aconteceu e nem acontecerá com Gilmar Mendes, apesar das declarações - fora dos autos - que ele abusou de prestar ao pig condenando os réus desde sempre. Além de ser do conhecimento do mundo animal, vegetal e mineral que ele é um tucademopigoslpista que está no STF para prestar favores a FHC.

Os mensalões, um comparativo


Por Marcos Coimbra, na Carta Capital
Por coincidência, justamente quando o julgamento do mais famoso “mensalão”, que alguns chamam “do PT”, foi marcado, a Procuradoria-Geral da República encaminhou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) sua denúncia contra os acusados de outro, o “mensalão do DEM” do Distrito Federal.
Trata-se mesmo de um acaso, pois a única coisa que os dois compartilham é o nome. Equivocado por completo para caracterizar o primeiro e inadequado para o segundo.
Naquele “do PT”, nada foi provado que sugerisse haver “mensalão”, na acepção que a palavra adquiriu em nosso vocabulário político: o pagamento de (gordas, como indica o aumentativo) propinas mensais regulares a parlamentares para votar com o governo. No outro, essa é uma das partes menos importante da história.
Alguns acham legítimo – e até bonito – empregar a expressão como sinônimo genérico de “escândalo” ou “corrupção”, mas isso só distorce o entendimento. O que se ganha ao usar mal o português? No máximo, contundência na guerra ideológica. Chamar alguma coisa de “mensalão” (ou adotar neologismos como “mensaleiro”) tornou-se uma forma de ofender.
Fora o nome errado igual, os dois são diferentes.
Ninguém olha o “mensalão” de Brasília como se tivesse significado especial. É somente, o que não quer dizer que seja pouco, um caso de agentes políticos e funcionários públicos, associados a representantes de empresas privadas, suspeitos de irregularidades.
Por isso, se o STJ acolher a denúncia, o processo terá tramitação normal. Sem cobranças para que ande celeremente. Sem que seja pintado com cores mais fortes que aquelas que já possui. Sem que se crie em seu torno um clima de “julgamento do século” ou sequer do ano.
É provável que aconteça com ele o mesmo que com outro mais antigo, o “mensalão do PSDB”. Esse, que alguns dizem ser o “pai de todos”, veio a público no mesmo período daquele “do PT”, mas avança em câmera lenta. Está ainda na fase de instrução, sem qualquer perspectiva de julgamento.
Por que o que afeta o PT é mais importante?
A resposta é óbvia: porque atinge o PT. Se os “mensalões” da oposição são tratados como secundários e se outros são irrelevantes (como os que a toda hora são noticiados em estados e municípios), deveria existir no do PT algo que justifique tratamento diferente.
Há quem responda com uma frase feita, tão difundida, quanto vaga: seria o “maior escândalo da história política brasileira”. Repetida como um mantra pelos adversários do PT, não é substanciada por nenhuma evidência, mas circula como se fosse verdade comprovada.
“Maior” em que sentido? Os recursos públicos movimentados seriam maiores? Mais gente estaria envolvida?
É difícil para quem lê as alegações finais do Ministério Público Federal (MPF) compreender o montante que em sua opinião teria sido desviado e como. O documento é vago e impreciso em algo tão fundamental.
Essa indefinição pode ser, no entanto, positiva: deixa a imaginação livre. Qualquer um pode inventar o valor que quiser.
O “mensalão do DEM”, ao contrário, tem tamanho especificado: 110 milhões de reais. Nele, o MPF não se confundiu com as contas.
Se o critério para considerar maior o petista for a quantidade de envolvidos, temos um curioso empate: dos 40 acusados originais, número buscado pelo MPF apenas por seu simbolismo, restam 37, tantos quanto os denunciados no escândalo de Brasília.
E há diferenças notáveis. No “mensalão do DEM”, os agentes públicos foram citados por desviar dinheiro para enriquecimento pessoal, o que, em linguagem popular, significa roubar. No “do PT”, nenhum.
De um lado, valores certos, acusados em número real, motivações inaceitáveis. Do outro, o oposto.
Quando o procurador-geral declarou que “a instrução comprovou que foi engendrado um plano criminoso para a compra de votos dentro do Congresso Nacional”, esqueceu que nem sequer uma linha de suas alegações o demonstrou. Arrolou 12 deputados (quatro do PT), que equivalem a 2% da Câmara, número insuficiente para sequer presumir que houvesse “um esquema de cooptação de apoio político”, a menos que inteiramente inepto.
No caso de Brasília, nada está fantasiado, é tudo visível, o que não significa que tenha sido provado de forma juridicamente correta.
No fundo, essa é a questão e a grande diferença entre os dois. Quando a hora chegar, o “mensalão do DEM” deverá, ao que tudo indica, ser analisado de maneira técnica. Se o “do PT” o fosse, pouco da acusação se sustentaria.
Tomara que os ministros do STF consigam independência para julgá-lo de maneira isenta, livres das pressões dos que exigem veredictos condenatórios.

Absolvição geral?

Advogados que defendem os 38 réus na Ação Penal nº 470 esperam dos 11 ministros da corte uma análise técnica do caso - e acreditam que, se ela ocorrer, praticamente não haverá condenações. 

Os argumentos que sustentam sua crença na absolvição vão desde a ausência de provas técnicas até a jurisprudência do Supremo, que, se seguida pelos ministros, favoreceria os réus. Ainda assim, o grupo - que inclui grande parte dos mais renomados criminalistas do país - não descarta um julgamento político e dá como perdidos os votos do relator Joaquim Barbosa e do presidente da corte, Carlos Ayres Britto. Continua>>>

E, quando Zé Dirceu for absolvido?


O leitor assíduo de jornais, revistas semanais, ou mesmo o telespectador dos "grandes" jornais noturnos, que é quem pauta a opinião pública, não verá (como o devido destaque), essa notícia nos jornais de hoje à noite, tão pouco nos jornais de amanhã: "Arquivado inquérito de lavagem contra Palocci" - Juíza acolheu manifestação do Ministério Público, que apontou ‘falta de justa causa’ para investigar apartamento de luxo alugado por ex-ministro.

O inferno da vida de Palocci, começou com o procedimento do Gedec (Grupo Especial de Delitos Econômicos), com base em representação da Executiva estadual do PSDB, que segundo o Estadão de hoje, a investigação instaurada em 29 de setembro de 2011, acusando o ex-ministro de se utilizar o empresário Gesmo Siqueira dos Santos, proprietário do imóvel alugado na Alameda dos Jurupís, Moema, por R$ 13,5 mil, como laranja, baseados em levantamento da ficha policial do empresario, que se utilizava, "para suas práticas criminosas, dos nomes e dados pessoais de sua mãe, esposa, sogra, sobrinhos e da própria empregada, sendo certo que entre os anos de 2002 e 2011 teve 57 empresas registradas em seu nome ou no de integrantes de sua quadrilha".

As denúncias dos tucanos sem fundamentos de prova, sempre ancoradas e sustentadas pela imprensa calhorda, que opta pelas "versões" em detrimentos dos fatos, desprezou solenemente que Palocci, nunca teve contato com Gesmo.

Foram apresentados no processo, cópias de 40 comprovantes bancários dos depósitos realizados pelo ex-ministro em favor da Morumbi Administração de Bens Ltda. Onde ficou provado que "o requerente (Palocci) e sua família jamais tiveram qualquer contato com Gesmo Siqueira, tendo sempre tratado as questões relativas à locação junto à administradora responsável".

Após oito meses de rastreamento, o promotor Joel Carlos Moreira da Silveira reconheceu, ao pedir arquivamento do procedimento investigatório criminal, "inviável o exercício da persecução penal em juízo".

Acabou assim, a história fantasiosa dos tucanos, alimentando um factóide cuja imprensa fomentou durante pelo menos 6 meses, e nada irá acontecer contra nenhum veículo de informação, tudo em nome da "liberdade de imprensa". Como sempre fica tudo por isso mesmo e no máximo uma notinha de rodapé de página já estará bom demais.

José Dirceu e o mensalão

O caso de José Dirceu, é outro fato emblemático, que não existe romance kafkaniado como paradigma, uma vez que desde sua posse como Ministro da Casa Civil, em 2001 - na primeira gestão de Lula na presidência, toda a imprensa o elegeu como "a gení" da administração petista.

A última pérola, foi protagonizada pela revista Veja, que instalou cameras de vídeo no hotel onde Dirceu se hospedava em Brasília, e um "jornalista" sabujo, tentou invadir seu quarto, para roubar documentos supostamente o comprometedores, só não o fez, por conta da valentia de uma camareira que o impediu.

Pelo andar da carruagem, e o depoimento em juízo de Roberto Jefferson - PTB-SP,  (denunciante do mensalão), dando conta textualmente que trata-se, segundo a petição, de uma acusação “puramente retórica” e “sem argumentos fáticos”. Não há na acusação, segundo a defesa de Jefferson, nada que prove a existência do mensalão, ou de algum esquema de lavagem de dinheiro para a compra de votos parlamentares" - leia aqui - declarações que hoje são utilizadas como peça de defesa dos 38 réus no processo. Sobre essa declaração de "Bob Jefferson" a imprensa tapúia, não deu uma linha sequer, silêncio de cemítérios....

A  possibilidade de Dirceu ser absolvido é muito grande, pois agora, a única acusação concreta que pesa sobre ele, é a de operar caixa dois. Acusação que se levada à cabo, e a justiça de fato for fazer justiça, terá que colocar atrás das grades, pelo menos 99% dos deputados, senadores, assembléias legislativas, governadores dos estados, prefeitos e vereadores. Vai faltar cadeia prá toda essa gente.

Um vez absolvido, eu quero ver qual será a atitude da imprensa, em especial a revista Veja, que aliada à contraventores, derrubava um ministro por semana. Como irão se comportar, talvez fazendo sequestros?  Ou mantendo seus "desfetos" em cárcere privados no porão de suas redações?

Com os assassinatos de reputações que a imprensa tem implementado no Brasil, em especial nos últimos dez anos, no velho estilo, denuncia primeiro e investiga depois...., eles devem no mínimo desculpas a muita gente, pelos crimes cometidos.

Eu quero assistir esse filme de camarote, pois nem Josef Kafka, - leia aqui -  no romance "O Processo" - é paradigma para tudo isso que fizeram com o José Dirceu. 

Nota: Caso queiram acompanhar aspectos técnicos sobre o processo do mensação, acesse ao site: "Tudo sobre o mensalão" -http://tudosobreomensalao.com.br/

Veredicto do Briguilino: "mensalão" foi caixa 2


Mesma tese defendida por Lula e pelo PT pode chegar ao STF com o relatório do ministro Ricardo Lewandowski. Assim, José Dirceu estaria livre do crime de formação de quadrilha
Izabelle Torres
chamada.jpg
COERÊNCIA
Ministro Ricardo Lewandowski deve repetir argumentos
apresentados em 2007, quando o STF apreciou a denúncia

José Dirceu: Não temo o julgamento da Justiça


Image
O julgamento da Ação Penal 470, indevidamente batizada de ‘mensalão’ por políticos e pela imprensa, está marcado para começar em 2 de agosto. Aguardo o resultado com serenidade, pois acredito que a Suprema Corte fará um julgamento justo, com base nos autos. As acusações que me são feitas são infundadas. Portanto não há provas - e nem poderia haver - em relação a elas.

Lembro que em fevereiro de 2004 – e lá se vão mais de oito anos! – começaram as movimentações da oposição para me afastar do primeiro governo Lula, quando eu era ministro da Casa Civil. Muita coisa aconteceu desde então. Em todo este longo período, nunca deixei de exercer minha militância política no Partido dos Trabalhadores, que ajudei a construir, com o qual estou totalmente identificado e comprometido, como uma iniciativa de transformação da sociedade brasileira. 

Não vou rememorar aqui tudo o que aconteceu neste período. Para quem quiser conhecer, recomendo a leitura do resumo publicado no meu blog (clique aqui). Reafirmo apenas o que eu e meu advogado, José Luis de Oliveira Lima, temos repetido à exaustão ao longo dos últimos anos, desde que a Ação Penal 470 começou a tramitar no Supremo Tribunal Federal: quero ser julgado, pois é a oportunidade que tenho para provar minha inocência. 
 
Repito aqui os dois últimos parágrafos da nota que escrevi e publiquei neste blog em 28 de agosto de 2007, quando o STF aceitou a denúncia contra mim. A única mudança que faço é que não são mais 40 anos de vida pública. Agora, já são 45 anos. Do restante, não mudo uma vírgula:

“Tenho 40 anos de vida pública e, com exceção dos processos abertos nos tempos da ditadura militar, nunca fui investigado ou processado. Fui empresário, servidor público, parlamentar, dirigente do PT, ministro de Estado, trabalhei na iniciativa privada desde os 14 anos, hoje sou advogado e consultor, e me orgulho de ter uma vida honesta e totalmente dedicada à luta pela democracia e pela justiça social.

Essa é uma verdade que não podem apagar. Recebo com serenidade a decisão da Suprema Corte de meu país e a respeito, mas não concordo com o veredicto que me tornou réu. Vou me defender na Justiça e voucontinuar minha luta pelo Brasil.

Não temo o julgamento da Justiça”.

(leia a íntegra da nota aqui)