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Transparência demais

“Por que não vão investigar nada? Ora, porque temos a maioria.” Queriam transparência? Pois nunca se viu tamanha transparência na política nacional"... Continua>>>


O primeiro dever do poder é defender-se

Próceres do grupo dominante no Senado estão em busca de um partido, dos nanicos, para ameaçar com representações no Conselho de Ética contra luminares da oposição que não suportariam uma investigaçãozinha. Pode ser uma novidade na volta do recesso, se até lá PSDB e aliados dele não se enquadrarem no roteiro reservado pelos governistas: tudo bem fazer barulho, mas chega de pressionar pela saída de José Sarney (PMDB-AP) da cadeira de presidente. Até porque, raciocina o grupo, Renan Calheiros (PMDB-AL) seria o próximo a ter a cabeça na bandeja. E a base de Luiz Inácio Lula da Silva viraria uma geleia.

Governo que para se manter no leme depende do patriotismo da oposição não é governo. O primeiro dever do poder é defender-se dos adversários.

Terça-feira, em Alagoas, Lula fez questão de elogiar Renan. E ontem o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) renunciou ao Conselho de Ética, depois de lançado no dia anterior como potencial candidato a presidente do colégio. Valadares houve por bem declinar do pacote, que com certeza incluiria receber todo tipo de pressão para arquivar sumariamente as representações contra Sarney. Seria deselegante eleger-se com o apoio do sarneyzismo para logo depois esfaquear o líder do grupo. O Senado ainda tem regras de cavalheirismo. Por enquanto.

Valadares presidente era sinal de uma condução equilibrada dos trabalhos do Conselho de Ética. Mas o núcleo do bloco Sarney-Renan não quer correr riscos. Ou não pode. Talvez por avaliar que o presidente do Senado não aguenta um processo político, qualquer que seja. Por razões objetivas e subjetivas. Também e especialmente quando as acusações envolvem familiares.

Não será mesmo razoável fazer Sarney passar por isso, com a biografia dele. Ninguém merece, muito menos um ex-presidente da República. Se houver risco real de tamanho constrangimento, Sarney preferirá renunciar ao comando do Senado. No que fará bem. E aí virá uma crise de verdade para Lula administrar.

Daí que o grupo, com o apoio decidido do Palácio do Planalto, esteja a lutar pelo controle do Conselho como se disputasse um copo d'água no deserto.

Por falar em regras, há uma que vem sendo revogada no rebuliço dos últimos tempos. A nossa política vê esmaecer pouco a pouco sua face teatral. O que antes se dizia só nos camarins passou a ser dito no palco. “Por que não vão investigar nada? Ora, porque temos a maioria.” Queriam transparência? Pois nunca se viu tamanha transparência na política nacional.

Outro exemplo de transparência excessiva é a troca de comando na Receita Federal. Trata-se de um cargo-chave na administração, mas o governo não consegue dar uma explicação plausível, que ajude a esconder a explicação óbvia. A versão sobre o suposto mau desempenho da titular foi rapidamente rechaçada. E ela estava no cargo só há um tempinho, não havia motivo cronológico para a movimentação. Havia as razões políticas.

Trocar gente do governo por motivo político é coisa normal. Não é normal essa instabilidade na Receita, sem que o poder tenha uma singela satisfação a oferecer. Umazinha só, que não seja a de que a secretária incomodou quem não gosta de ser incomodado.

Haja transparência! A política brasileira vai sendo empurrada para uma beirada perigosa, em que a eventual maioria aritmética exime o protagonista de fazer as encenações teatrais de praxe. Pode funcionar por um tempo, mas a conta acabará vindo. Tenho insistido nisso.

Ditadura democrática

"CORRUPÇÃO É PROBLEMA DA POLÍCIA. NÃO É PROBLEMA POLÍTICO.

Quem transforma corrupção e problema político é a MÍDIA GOLPISTA. Esse jogo NÃO NOS INTERESSA. TEMOS QUE REAGIR.

Digo mais:

DEVEMOS SIM, DEFENDER O SARNEY e IMPEDIR que ele se afaste ou renuncie COMO QUER A oposição e a CANALHA PETISTA DO SENADO QUE SE CAGA DE MEDO DA MÍDIA GOLPISTA".

Os insaciáveis


Enquanto se espalha aos quatro ventos a versão (verdadeira ou não, não sei) de que José Serra está amarelando na disputa à Presidência, o PMDB avança na sua aproximação da candidatura Dilma Rousseff. E sobre os cargos do governo.
Primeiro, Lula subjugou o PT no Senado para salvar José Sarney na presidência. Agora, vai arregaçar as mangas para fazer o mesmo nos Estados, para que os candidatos petistas engulam suas pretensões e abram as vagas majoritárias para os pemedebistas. Que, como nós bem sabemos, são insaciáveis.
O lance da vez é do presidente da Câmara e presidente do PMDB nacional, Michel Temer, que defende a nomeação do super-aliado Henrique Eduardo Alves, líder do partido na Câmara, para a Articulação Política de Lula. O atual ministro, José Múcio (PTB), vai ser despachado para uma vaga no TCU (Tribunal de Contas da União). E Temer quer empurrar Henrique Eduardo para a vaga.
São vários os motivos de Temer:
1) ter um homem em tempo integral dentro do Planalto para trabalhar sua própria (a de Temer) candidatura a vice na chapa de Dilma à Presidência. Ela quer que ele seja o candidato a vice, para furar a aliança Quércia-Serra ou PMDB-PSDB em São Paulo. E ele está mesmo louco para ser;
2) ter alguém forte do PMDB para garantir mais e mais espaços, digamos, "verticais", do partido na administração federal em ano eleitoral;
3) mapear, em gabinete próximo ao de Lula, os votos dos Estados na convenção do PMDB que vai decidir o rumo do partido na sucessão presidencial. Neste momento, é mínima a possibilidade de o partido apoiar Serra ou um outro tucano; viável a do "liberou geral", em que cada Estado pode fazer o que quiser; e forte a tendência pró-Dilma. Para ser exata: pró-Lula.
4) ajudar o presidente no seu empenho pessoal, direto, de tirar o PT e botar o PMDB na cabeça de chapa das disputas para os governos estaduais.
Falta, evidentemente, acertar com os adversários. Um deles é o próprio Henrique Eduardo Alves, que resiste à ideia e tem demonstrado a intenção de concorrer à reeleição como deputado e, depois de uns 40 anos na Casa, virar seu presidente em 2011.
Os outros são o PT, que, depois de tão machucado no Senado, não vai engolir calado (ou será que vai?) Lula dar o sétimo ministério ao PMDB -- que já tem Agricultura, Integração, Defesa, Saúde, Minas e Energia e Comunicações. E logo a Articulação, um ministério essencialmente político e eleitoral.
Pelo PT, os dois candidatos mais fortes parecem ser o deputado Antonio Palocci, se conseguir se safar de todos aqueles rolos com a Justiça que o defenestraram da Fazenda, ou o personagem em ascensão na bancada parlamentar petista: o líder na Câmara, Cândido Vacarezza (SP).
Faça suas apostas. Depois que Lula humilhou o PT no Senado para ficar bem com o PMDB, tudo é possível. Inclusive a nomeação de um peemedebista para a Articulação e até mesmo o desempate pró-PMDB em Estados chaves, como Minas e Pará, onde PT e PMDB estão se matando. É Lula quem quer decretar qual dos dois morre e qual dos dois vive. Tudo, claro, pela candidatura Dilma, que nada mais é do que a manutenção do próprio Lula no poder.
Eliane Cantanhêde é colunista da Folha, desde 1997, e comenta governos, política interna e externa, defesa, área social e comportamento. Foi colunista do Jornal do Brasil e do Estado de S. Paulo, além de diretora de redação das sucursais de O Globo, Gazeta Mercantil e da própria Folha em Brasília.
E-mail: elianec@uol.com.br

O ocaso do coronel

As mais recentes denúncias sobre as estripulias do senador José Sarney estão longe de ser as últimas e apontam na mesma direção de todas as anteriores: a privatização de recursos e espaços públicos em benefício próprio. Ou de sua família. E o desprezo às leis do país.

Senão vejamos. Distraído, Sarney não reparou que recebia mensalmente R$ 3,8 mil de auxílio-moradia, mesmo tendo mansão em Brasília e tendo à disposição a residência oficial de presidente do Senado.

Culpa da burocracia do Senado.

Distraidíssimo, Sarney esqueceu de declarar sua mansão de R$ 4 milhões à Justiça Eleitoral.

Culpa do contador.

Precavido, requisitou seguranças do Senado para proteger sua casa em São Luís – embora seja senador pelo Amapá.

Milionário (embora o Maranhão continue paupérrimo), não empregou duas sobrinhas e seu neto em suas inúmeras empresas. Preferiu que se empregassem no Senado.

Milionário generoso, não quis deixar a viúva de seu motorista ao relento. Empregou-a para servir cafezinho no Senado, em meio expediente, com salário de R$ 2,3 mil. Ah, e alojou-a em apartamento na quadra dos senadores.

Generoso, não impediu que seu outro neto fizesse negócios milionários com crédito consignado no Senado.

Ainda generoso, entendeu que um agregado da família deveria ser também empregado como motorista do Senado – salário atual de R$ 12 mil – mas trabalhando como mordomo na casa da madrinha, sua filha e então senadora Roseana Sarney.

Aliás, Roseana considerou normal convidar um grupo de amigos fiéis para um fim de semana em Brasília – com passagens pagas pelo Congresso.

Seu filho, Fernando Sarney, o administrador das empresas, que sequer é parlamentar, considerou normal ter passagens aéreas de seus empregados pagas com passagens da quota da Câmara dos Deputados.

Patriarca maranhense, ocupou as dependências do Convento das Mercês, jóia do patrimônio histórico, e ali instalou seu mausoléu. O Ministério Público já pediu a devolução, mas está complicado.

Não é um fofo?

Um dos mais recentes escândalos cerca justamente a Fundação José Sarney, que se apoderou das instalações do Convento das Mercês. Consta que R$1.300 mil captados através da Lei Rouanet junto à Petrobrás, para trabalhos culturais na Fundação José Sarney foram... desviados.

Não há prestação de contas, há empresas-fantasmas, notas fiscais esquisitas.

Enfim, marotice, para dizer o mínimo. Mas Sarney alega que só é presidente de honra da Fundação.

Culpa dos administradores.

E o escândalo mais recente (na divulgação, não na operação): Sarney seria proprietário de contas bancárias no exterior não declaradas à Receita Federal. Coisa do amigão Edemar Cid Ferreira, amigão também da governadora Roseana Sarney a quem, dizem, costumava emprestar um cartão de crédito internacional. Coisa de gente fina.

Em suma, acompanhando as peripécias de José Sarney podemos revelar as entranhas do coronelismo, do fisiologismo, do clientelismo. Do arcaísmo.

Tudo isto demora a morrer. Estrebucha, solta fogo pela venta. Mas um dia desaparece.

Tal como os dinossauros.

Lucia Hippolito

Efraimmoral, demos e o cofre do senado

Na 12ª vara federal de Brasília tramita um processo, sobre segredo de injustiça, que revela qual o nome do "homem da mala" que entregava 300 mil pilhas por mês ao 1º secretário do senado. É o sr. Aloysio de Brito Vieira, vulgo "Matraca".

O dito sujo acusado que recebia as 300 pilas mensalmente citado na reportagem da Istoé, é o senador EfraImmoral.

Mas, há 12 aninhos que os demos tomam conta do cofre do senado.

E a tucademopiganalha diz que tudo é responsabilidade e culpa do Sarney.

Você acredita nessa estoria de carochinha? ...

Eu acredito não!

Lá no senado não tem inocentes.

Sarney é Sarney desde sempre

Sarney é Sarney desde que entrou na política. O que armou e aprontou depois de deixar a presidência é de conhecimento público e estava ao alcance da mídia desde as primeiras aventuras, ainda mais se tratando de um ex-presidente - o que justificaria o interesse jornalístico.

Nada se fez durante vinte anos. Permitiram-se abusos no Amapá, no Maranhão, permitiram que sua influência abatesse governadores eleitos, derrubados por motivos menores. Os ecos de suas aventuras rodavam todas as redações, desde as estripulias de Jorge Murad e Saulo Ramos, no seu governo, à ligação permanente com Edemar Cid Ferreira ou o escândalo da Cemar.

Mesmo assim, durante décadas mereceu todo o cuidado por parte da imprensa, e um carinho e proteção especial da Folha. O Otavinho sabe a razão.

Esse tiroteio infindável contra ele, agora, não tem razões nobres. A mídia faz o mesmo que em todos os momentos anteriores da vida nacional. Cria o clima, levanta a bola de quem quiser se apresentar e vai gerando fatos, tirando os escândalos da gôndola do supermercado e mandando bala.

Os verdugos de Collor apareceram na CPI das Empreiteiras. O Catão de hoje é o mandrião de amanhã. E, em todos os momentos, apenas são peças que servem ao jogo de poder da mídia. O Catão do momento, para se ter uma ideia desse jogo limpo e asséptico, é Arthur Virgílio, ator tão completo que é capaz de se escandalizar com aquilo que ele mesmo pratica.

Esse é o ponto central. Hoje em dia o maior poder do país de chama mídia. Ela é a única capaz de intimidar o Judiciário, o Executivo, assassinar reputações. O caso da Veja foi apenas uma amostra desse jogo. Juízes que se colocam contra, desembargadores, ministros, políticos, são fuzilados inapelavelmente. Não havia limites para esse poder, até o florescimento de novas mídias. O caso Satiagraha um retrato acabado da impunidade no grande jogo de informações acoplado a negócios.

Nesses anos todos, bastava uma fonte não se mostrar de boa vontade para com a mídia para ser fuzilada com adjetivos ou com factóides. Nem se fale dos interesses maiores, expostos agora nesse lamaçal em que se tornou o gasto com Educação de diversos estados - que passaram a adquirir maciçamente material de editoras jornalísticas como compra de proteção.

A questão central, o paradoxo engraçado, é que se o Senado se tornar transparente, se se moralizar, se abrir suas contas, o país ganha e a mídia perde. O poder da mídia reside na falta de transparência da sociedade. É o que permite a ela se tornar “dona” da informação, selecionando as que melhor lhe convem. É por isso que todas as campanhas midiáticas visam pessoas e escândalos pontuais - levantados de acordo com as conveniências do momento - e não mudanças capazes de impedir a perpetuação do erro.

Qual seria o poder da mídia em ambientes transparentes, onde não desse para armazenar escândalos e utilizá-los em benefício do seu jogo político particular? Qual seria o poder se, de repente, instituições assumissem seus erros mas enfrentassem a mídia sem medo?

O caso Petrobras é emblemático e cria uma dinâmica fantástica, no bojo da Internet.

Com seu Blog, a Petrobras se amarrou a um compromisso: o de não mais deixar perguntas sem respostas. Internamente, significará o fim dos feudos, a obrigação de todos os departamentos de fornecer a informação solicitada.

Esse modelo vai se expandir, se expandir até chegar na mídia. É inexorável. Quando chegar, alguns grupos jornalísticos terão condições de abrir o jogo, de responder às dúvidas dos leitores?

A história está prenhe de Catões que, no momento seguinte, entraram na alça de mira da opinião pública. E não haverá como, em um futuro próximo, essa lufada de transparência da era da informação, chegar à mídia.

Aí cada jornal terá que criar seu Blog, não apenas para discutir suas matérias, mas seus interesses empresariais ou políticos por trás de cada campanha.

Pede para investigar o iFHC

Junior A - comentário feito no Blog do Noblat

Aproveita Noblat e pede para ele investigar iFHC!

Alegar favorecimento à
Sarney, se outro ex-presidente usa do mesmo expediente para preservar sua memória?
O Instituto
FHC, apresentou seu projeto de digitalização do acervo de FHC e captou da mesmo forma um valor quase 5 vezes mais elevado do que Sarney: R$ 5,7 milhões.

A captação de
FHC se deu na SABESP (estatal do governo paulista, hoje de José Serra, na época, de Geraldo Alckmin), e diversas empresas beneficiadas pelas privatizações, ligadas aos tucanos. Todas descontaram no Imposto de Renda o valor repassado ao iFHC, portanto trata-se de dinheiro público dos impostos que, em vez de serem recolhidos à receita federal, são usados no iFHC (ou na Fundação Sarney), a título de incentivo fiscal à cultura.

Pendências do iFHC na prestação de contas junto ao ministério da Cultura:
- Informar as metas a serem realizadas
- Informar as metas já realizadas
- Informar o nº de dias necessários para realização das metas

Coincidência

O PT voltou a "sugerir" ao presidente do senado - José Sarney - que se afaste do senado. Isso depois da reunião que a bancada teve com o presidente Lula. Sarney não fará isso.

Mas, o que pretendo aqui é saber se vocês notaram desde quando os tucademos pararam com a grita de "Fora Sarney", sabem não?

Pois lhes digo, desde o dia que sai no jornal hoje uma matéria mostrando a diferença dos valores cobrados nos pédagios de São Paulo e em outros lugares.

Em São Paulo tem percurso que o km sai por 0,28 enquanto noutros estados tem percurso que custa 0,01 e 0,02 centavos.

Como num passe de magica o discurso da oposição mudou.

Você acredita mesmo que foi coincidência ou eles entenderam o recado?

Eu fico com a 2ª hipótese.

Mudaram o alvo de novo

Alguns dias depois de tentar derrubar Sarney e ganhar a presidência do senado no tapetão a oposição muda a tatica, já que a estratégia é a mesma - prejudicar o governo Lula, o PT, a candidatura da Dilma e a aliança PMDB/PT para eleições 2010 -.

Mudaram o bordão " Fora Sarney" para "CPI já". Acreditam que assim poderão ter mais sucesso.

Que peninha tenho desta gentalha. Pensa que conseguirão enganar o povo.

Gente, gente, vocês só tem o apoio explicito mesmo dos 6% que acreditam em Papai Noel, Saci-perere e que tucademos pretendem mesmo combater a corrupção.

Quando chegar ao congresso o projeto de lei de autoria do executivo - CGU e MJ - , que pretende punir as empresam que praticam crimes contra a administração pública, vocês verão de que lado a oposição ficará, quem eles vão defender.

Aposto que os patrões.

Tenho dito.

PIG, sem prestígio

Um jornal publicou que manifestação popular, realizada no Rio, contra o presidente do Senado, José Sarney, reuniu 40 pessoas. Para o outro foram 70.

Isto dá bem a força da chamada opinião publicada de que se dizem porta-vozes os meios de comunicação.

Depois de maciça campanha de televisões, revistas, jornais contra o presidente do Senado, a irritação popular se resume a três, quatro gatos pingados.

Porque toda a opinião pública apóia o governo Lula que conta com 81% de popularidade no País e sabe que a mídia só tem um objetivo em tal cruzada, financiada por José Serra.

Mostrar ao eleitor que o PMDB ruim, corrupto, é o de José Sarney porque tende a apoiar Dilma Rousseff para a presidência enquanto o PMDB honesto, sério, é o de Orestes Quércia que formou com Serra na disputa da prefeitura paulistana e se dispõe a apoiá-lo para o governo do Estado.

Ninguém está mais acreditando numa imprensa que só favorece os tucanos e esconde seus pecados.

Agora mesmo no tocante ao Senado, qual foi jornal que deu manchete para as irregularidades praticadas por senadores do DEMO na primeira secretaria?
Lustosa da Costa

O jogo de interesses - Tarcísio Holanda

Entre o desejo e a realidade

Uma coisa é a torcida, outra muito diferente é a realidade. Quando fui repórter político no Rio de Janeiro, início da década de 60, logo aprendi que se deve guardar uma boa distância da opinião pessoal do fato político em toda a sua amplitude e complexidade. Nessa crise que envolve o Senado, a cobertura da mídia esteve, não raro, envolvida com o desejo pessoal deste ou daquele comentarista. Qualquer análise concluiria que o afastamento do senador José Sarney entregaria o cargo à oposição e sujeitaria Lula e o país a uma crise político-institucional imprevisível.

A bancada do PT foi envolvida pelo clima de moralismo que domina uma boa parcela dos senadores, todos eles sabedores de que se aproxima um encontro fatal com eleitores e urnas. Chegou a procurar Sarney para propor seu afastamento, por 30 dias, até que se concluísse uma investigação devassadora no Senado. Esqueceu-se de que o governo perderia o controle da Casa e ficaria sujeito a todo tipo de ação de envergadura da oposição. Em Trípoli, na Líbia, onde se achava, o presidente Lula condenou o PT, sustentando que a oposição queria ganhar o Senado no tapetão...

No encontro de quatro horas que teve com os ilustres senadores petistas, Lula lhes disse claramente que o afastamento de Sarney entregaria a Casa aos cuidados da Oposição e abriria as portas para uma crise institucional daquele tamanho. Instou o partido a que reexaminasse sua posição, ao mesmo tempo em que fazia com que o seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, e a ministra Dilma Rousseff, sua candidata a presidente da República, defendessem Sarney. Foi a virada com que a oposição não contava, esperando-se que a bancada do PT se reúna hoje para redefinir sua posição.

Lula manifestou-se a favor de uma investigação em regra para apurar irregularidades praticadas no Senado e punir os seus responsáveis.

A bancada do PT vai reformular a sua posição, mas espera obter um compromisso público do senador José Sarney com a averiguação de supostos malfeitos praticados. É uma posição delicada, depois que o PT decidiu investir contra a posição de Sarney.

Pragmático, o presidente Lula deixou claro que considera indispensável o apoio do PMDB ao governo e sua presença na grande coligação a ser construída em torno de Dilma Rousseff.

A política, ensinou Maquiavel, é a arte que conjuga e administra os conflitos de interesses. Não se faz e nem se analisa a atividade política só com a torcida pessoal. É necessário, antes de mais nada, um certo desligamento dos fatos e personagens para fazer uma avaliação desapaixonada da disputa política e de seus possíveis desfechos. Não raro, estes surpreendem os mais atilados observadores. Não há dúvida de que a situação no Senado chegou a tal grau de liberalidade que reclama um urgente e necessário saneamento, além de uma adequada reestruturação administrativa.

Hipocrisia

COM RELAÇÃO À HIPOCRISIA de achar que Lula deve se desvencilhar de Sarney, pois que este seria O DONO DA CRISE, convenhamos que O PODER EXECUTIVO tem de se compor com o LEGISLATIVO (teoricamente sem sujeição do segundo...teoricamente), que a população lá coloca, e isto Lula tem feito corretamente, e os desentendimentos só interessam à oposição, gerando a desestabilização do atual governo. E mais ainda, se há, no Senado, putrefatos odores, é de cadáveres de muito mais de 40 anos, e não 14, convenhamos.

O CORRETO, SIM, é que o PT force as mudanças impostas pela sociedade e pela opinião publicada, que mesmo agindo seletivamente como força política de oposição, determinando arbitrariamente os que são puros ou impuros, está favorecendo o Brasil para que o Senado seja limpo, como já favoreceu para que melhorasse, mesmo um tico, a Câmara Federal...SIM, GOVERNABILIDADE não pode se confundir com PERMISSIVIDADE... mas daí a culpar Sarney pela história do Brasil, é como achar que Lula refez a história do país em 8 anos...mesmo sendo um grande presidente, inacreditável para mim, não que o subestimasse, pois votei nele em três eleições, mas hoje vejo como, com tranquilidade, tem levado o Brasil a avançar como NAÇÃO...
Joel Antonio - Palma

José SarneyDilmizíssimo da Silva

O véio tá dando língua para tucademopiganalha, que pensou conseguiria tira-lo da cadeira à força.
Quebraram a cara outra vez.
Foi-se o tempo que a Globoells elegia e derrubava presidentes.
É por isso que estão desesperados e denunciando tudo e todos. Continuem agindo assim o Brasil agradece.

Driblando o e/leitor

Josias de Souza hoje se superou. Leiam Aqui e constatem a excepcional capacidade do jornalista(?)de usar as palavras para revelar, exaltar e também driblar fatos, nomes e datas.

O texto é basicamente sobre as mazelas do senado e culpa única e quase exclusivamente a pessoa do José Sarney - sobra um pouco pra o Agaciel -. Estes são os nomes revelados e mal exaltados.

O Josias pensa que escrevendo como escreve consegue driblar o leitor.

Pensa que o leitor não lembrará que o DEMO foi quem tomou conta da "prefeitura" do senado nos últimos anos.

Pensa que a gente não sabe que se tivesse sido um petista "prefeito" do senado a tucademopiganalha estaria malhando o infeliz, condenando pelo que ele tivesse feito de errado e também pelo que não fez.

Pensa que o povo não lembra daquela frase:

" Zé Dirceu é culpado! É culpado porque deve saber do mensalão. E se não sabe também é culpado, porque deveria saber!, é mais ou menos isso e quem disse, sei naõ.

O valor de uma amizade

No processo contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) em 2007 e na disputa de fevereiro último pelo comando do Senado escrevi que o ímpeto renovador do PT naquela Casa parecia apenas a máscara a encobrir um apetite exacerbado pelo poder. O partido achou em certo momento que acirrar a crise faria o Senado cair no seu colo. E tratou de acirrá-la. Até por saber que não faltaria matéria-prima. Sabido, esse PT.

Agora, poucos meses depois, os petistas do Senado caminham para endossar o sistema de mando que lá atrás, por motivos supostamente republicanos, queriam derrubar. A guinada acontece precisamente quando o establishment senatorial -que o PT prometia combater- está enfraquecido, nu diante do público.

Uma desculpa é o medo de perder o PMDB na sucessão presidencial. Daí a forcinha ao enrolado presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Por que o PT não sentiu o mesmo medo quando lançou Tião Viana (AC) para concorrer com Sarney em fevereiro? Quem pode explicar?

De todo jeito, é mau sinal Luiz Inácio Lula da Silva cair assim, só com o barulho da bala. Só na base do grito, da ameaça. Se o PMDB tem tanta capacidade de intimidação no governo de Lula, como será num governo sem Lula?

Haveria uma razão para não levar a desculpa muito a sério. Quem manda no PMDB é o presidente do partido e da Câmara dos Deputados, Michel Temer (SP). Ele não derramará uma lágrima se o PMDB do Senado afundar. Temer é candidatíssimo a vice de Dilma Rousseff e não vai arrastar o partido ao suicídio apenas por causa dos senadores peemedebistas, que aliás são adversários internos dele. Se Temer ameaçar o Planalto por causa de Sarney, estará blefando.

Dilma veio sexta-feira em defesa do presidente do Senado. Disse que as críticas não devem ser personalizadas. E que, em certas situações, remover gente é uma maneira de não atacar os problemas. Eu fiquei com uma dúvida. Se na presidência Dilma topar com uma estatal ou um ministério que tenham irregularidades político-administrativas tão graves quanto as do Senado de hoje, ela vai dar cartão vermelho aos responsáveis ou vai manter -por conveniência- a mesma turma, pedindo apenas que, por favor, eles consertem o que fizeram de errado?

A ministra pode responder dizendo que não é bem assim, que Sarney tem um mandato a cumprir na função. Mas a diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) também tinha, e Dilma deu um jeito de trocar quando achou que devia, na crise do transporte aéreo. Aliás, removeu aliados dela. Cortou na própria carne. Por que o Senado não pode, soberanamente, buscar um arranjo político que preserve a maioria governista mas represente uma ruptura com os absurdos cometidos na administração do dinheiro do povo?

O problema de reduzir tudo a “luta política” é que não sobra espaço para a defesa do interesse público. Há disputas em tudo que envolve a política. E daí? Dizer que a oposição quer criar dificuldades para o governo é afirmar uma verdade permanente. Por acaso isso justifica que a sociedade deva conviver com os malfeitos? Só para ajudar o governo?

Será péssimo para Lula e Dilma se uma impressão firmar-se: quem apoia o governo ganha o direito de ultrapassar certos limites, vedados aos demais. Aliás, em política externa é o que Lula vem sinalizando nas últimas semanas. Há os maus golpistas, como os de Honduras, e os bons ditadores e genocidas, como alguns da África recentemente visitada pelo presidente. Aos amigos, tudo; aos inimigos, os princípios morais. Como é bom ser amigo de Lula!

Governabilidade conquista-se de vários modos. Um deles é dividindo poder. Disciplina em que aliás o PT sempre sofre para passar de ano. Mas distribuir poder não significa fechar os olhos a ações lesivas ao erário. Ou não deveria significar. O PMDB, como maior bancada, tem o comando do Senado. Que continue tendo, desde que apresente uma fórmula aceitável, do ângulo do interesse público. Se não for capaz, melhor sair de cena.

Meu aparelho querido

A Executiva Nacional do PSDB prorrogou o próprio mandato e deu a si poderes para intervir em qualquer diretório estadual. Deu também ao presidente do partido, Sérgio Guerra, o poder de estender mandatos de diretórios regionais “nos casos em que julgar conveniente”. Como se sabe, o PSDB é um partido de fortes convicções democráticas, permanentemente alerta contra o risco do "chavismo".

A ingênua postura do PT na crise

Chamado à responsabilidade pelo presidente Lula, a maioria da bancada do PT no Senado parece ter reformulado sua postura a respeito da posição delicada que está atravessando o senador José Sarney na presidência do Senado.

O partido, que chegou a sugerir a Sarney que pedisse uma licença por 30 dias da presidência da Casa, a fim de que as investigações tivessem curso, mudou radicalmente de posição.

O líder Aloizio Mercadante (SP) passou a defender a aliança pela governabilidade com o PMDB e diz que a crise não é de Sarney, mas de todo Senado. Desde o início se sabe que a crise é do Senado, ainda que envolva diretamente o senador José Sarney, que é o seu atual presidente.

O Senado sofre as conseqüências da falta de regras claras e iguais para todos. Isso remonta aos primeiros tempos de Brasília, desde a fundação, e o processo foi se agravando.

A posição inicial assumida pelos senadores do PT pode ser classificada de irrealista. Afastado Sarney, quem assume a presidência é o senador Marconi Perillo, que foi governador de Goiás e um dos principais denunciantes do escândalo do Mensalão, que envolveu PT e governo.

Às portas do inferno

Tratava-se de uma posição que expunha o governo Lula a enfrentar todo tipo de dificuldades no Senado, uma vez que as oposições assumiriam o seu comando efetivo. O presidente Lula ainda dispõe de 17 meses para cumprir o segundo mandato. Consumado o afastamento de Sarney, a oposição sujeitaria o governo a um verdadeiro inferno. E não seria estranho que as principais lideranças oposicionistas assim agissem, pois o país está se aproximando cada vez mais das eleições presidenciais de 2010, quando PSDB e DEM terão candidato, seja José Serra ou Aécio Neves. Longe do Brasil, em Trípoli, na Líbia, mas muito próximo do mundo real, Lula logo pressentiu que não só estava ameaçado de entregar aos adversários o comando do Senado, como colocaria em risco a aliança com o PMDB em torno da sua candidata a presidente da República, Dilma Rousseff. E isso é uma questão crucial para Lula e o seu governo. Mais uma vez, o PT engrossou a onda que se formou no Senado e no país contra Sarney, sem examinar as implicações dessa atitude. Foi uma postura que se poderia classificar de leviana, senão irresponsável. O presidente Lula teve que convocar os serviços do próprio presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), que entrou em campo para chamar os seus companheiros da bancada petista no Senado à responsabilidade. Lula está se entendendo com os senadores petistas e com o senador José Sarney para examinar formas de enfrentar a crise do Senado de maneira objetiva. Não há dúvida de que será necessário instaurar uma investigação para apurar irregularidades e punir os seus responsáveis, em nome da restauração da imagem moral da Casa. O senador Aloizio Mercadante, que se fizera porta-voz da proposta da bancada de licenciamento de Sarney, mudou radicalmente de posição. ´Não há governabilidade sem aliança com o PMDB. PSDB e DEM nunca nos deram espaço e é verdade que nós também nunca demos a eles, mas queremos ter a aliança e queremos que ela continue. Não me peçam aquilo que não posso fazer, gesto ingênuo e espontâneo de fragilizar a governabilidade. Nós queremos ir a fundo, mas sabemos de nossas responsabilidades pela governabilidade´. Meus Deus, como Mercadante mudou! Esse episódio serve para evidenciar como são diferentes as visões que o presidente Lula e os seus correligionários petistas têm do Brasil e do mundo. O PT chegou a se embalar com a apuração de responsabilidades, enquadrando Sarney como alvo, coisa que a oposição já estava fazendo com muita competência. Só o grito que Lula deu na Líbia, dizendo que a oposição estava ameaçando tomar o comando do Senado ´no tapetão´, é que parece ter contribuído para lembrar aos petistas as responsabilidades que assumiram para com a estabilidade do governo de Lula. O senador Renan Calheiros, líder do PMDB no Senado, está convencido de que o senador José Sarney saiu fortalecido da crise, contando com o apoio de 55 dos 81 senadores. Agora, é preciso negociar os caminhos mais adequados para restaurar a credibilidade da instituição.
Tarcísio Holanda

Os políticos e a imprensa

por Sonia Montenegro,

Em 25 de abril de 1984, a emenda que viabilizaria a eleição direta foi derrubada, apesar do grande movimento popular que clamava a volta da democracia e o direito ao voto.

Neste tempo, o político mineiro Tancredo Neves, apesar de comparecer aos comícios das Diretas Já, torcia para que a emenda não fosse aprovada, para que ele pudesse se candidatar pelo PMDB, e ser eventualmente eleito presidente pelo Colégio Eleitoral. Tancredo sabia que sua única chance seria a eleição indireta.

Em 23 de julho, PMDB e PFL assinam aliança Tancredo-Sarney, como candidatos do Colégio Eleitoral para a escolha do novo Presidente e vice da chamada “nova” República.

Tancredo conseguiu a aprovação da imprensa, já havia se entendido com o Roberto Marinho das Organizações Globo, e construiu uma grande aliança que garantiu sua vitória no Colégio Eleitoral, porém, na véspera de sua posse, foi internado, sofreu 7 cirurgias, vindo a falecer

Sua morte só foi anunciada à nação no dia 21 de abril, para coincidir com a morte de Tiradentes, seu conterrâneo e mártir da independência. Tancredo era então o mártir da República. Enquanto ele agonizava, a imprensa o beatificava, com matérias e reportagens que geraram uma comoção popular, como de costume, aliás.

Em 15 de março de 1985 Sarney assume provisoriamente a presidência, e em 22 de abril, definitivamente. Nesta altura, já tinha tido vários mandatos como deputado, governador biônico (eleito indiretamente) do Maranhão, senador e presidente do PDS. Sua vida pública já era conhecida de todos, mas teve apoio no Congresso e conseguiu inclusive aumentar em mais 1 ano o seu mandato. Depois de deixar a presidência, elegeu-se senador pelo Amapá e compunha a base de apoio do governo de FHC.

Em 2002, sua filha, Roseana Sarney se candidata à presidência pelo PFL e começa a ameaçar a ida do tucano José Serra para disputar o 2º turno da eleição com Lula. Isso deixou os tucanos de orelha em pé, com a certeza de que alguma coisa teria que ser feita para impedir a vergonha do candidato de FHC não chegar nem ao 2º turno.

No dia 1º de março de 2002, a PF invade o escritório da Lunus (MA), empresa do marido da então candidata à presidência Roseana Sarney, e encontra R$ 1,3 milhão no cofre. A imprensa divulga imediatamente a pilha de dinheiro e derruba a candidatura da Roseana.

Em 20 de março, o senador José Sarney, pai de Roseana, faz discurso no plenário e acusa textualmente o candidato José Serra como o responsável pela ação da PF. Todos os envolvidos nela eram “gente do Serra”. Não se tem notícia de que tenha sido processado por seu discurso, nem que tenha sido ameaçado por “quebra de decoro”, pelas graves acusações que fez.

“Acusam a governadora pela aprovação da Usimar e esquecem o ex-ministro José Serra, que responde ao processo 96.00.01079-0 por ‘improbidade administrativa - ressarcimento ao erário’, a outra ação, 2000.34.00.033429-7, com a finalidade de ‘reparação de danos ao erário’, e ainda a várias outras ações ordinárias, cautelares, civis públicas, populares”.

O texto acima serve apenas para mostrar a hipocrisia dos políticos e da imprensa:

1- Tancredo fingia que apoiava o movimento pelas Diretas, mas torcia para que não fosse aprovada. Obviamente, a imprensa tinha conhecimento de tudo, mas como não interessava, não divulgava. (Há pouco tempo o jornalista Maurício Dias escreveu a esse respeito em Carta Capital)

2- Sarney, quando era da base de apoio do governo FHC era um político ilustre. Foi presidente do Senado no 1º ano do mandato de FHC (entre 1995 e 1997), seguido de ACM, Jader Barbalho...

3- As abundantes irregularidades do Senado agora denunciadas, já acontecem há pelo menos 15 anos, segundo se diz, mas só agora existe um real interesse em denunciá-las. Aliás, mais uma vantagem de ter Lula no poder: pela 1ª vez, os políticos que mandaram e desmandaram por todo tempo neste país querem apurar as irregularidades, embora retrocedam quando estas retroagem a 2002. FHC espertamente disse que o que aconteceu no seu governo já faz parte da história.

4- Renan Calheiros renunciou à presidência do Senado porque tem uma filha fora do casamento (reconhecida por ele) que foi sustentada por um empresário, mas FHC tem um filho também fora do casamento (não reconhecido por ele), que é sustentado pela Rede Globo (sua mãe é jornalista global, e foi transferida para a Espanha, para não causar transtornos ao pai), mas disso a imprensa não fala, exceto a revista Caros Amigos, que divulgou o fato, e não foi acionada nem contestada. Agora Renan é corrupto, mas ele foi Ministro da Justiça de FHC.

5- Sempre que são feitas denúncias de corrupção, a imprensa elege os “arautos da moralidade” para fazer seus comentários indignados. Os cidadãos desavisados tendem a acreditar que essas figuras são corretas, o que não corresponde à realidade. É pura hipocrisia!

6- Se a imprensa tivesse compromisso com a verdade, escolheria aqueles com ficha limpa, tendo portanto uma enorme responsabilidade pela péssima qualidade do nosso legislativo.

7- A imprensa apoiou o golpe de 64, a ditadura, o Collor, o FHC, e continuará apoiando o que de pior existe na política brasileira, para preservar seus interesses e de seus anunciantes. Essa é a sua lei maior!!!

8- José Agripino Maia é primo de Agaciel Maia, que em 19 de junho último casou sua filha, e contou com a família de Agripino pra prestigiar a festa! Fez-se na política nos tempos da ditadura, quando a corrupção não era noticiada pela imprensa, mas ainda assim, basta procurar para encontrar uma série de denúncias e irregularidades em sua vida pública, como dinheiro “por fora” para campanhas eleitorais. É dono também de alguns veículos de comunicação.

9- Heráclito Fortes também é político dos tempos da ditadura, e faz parte da “tropa-de-choque” do banqueiro condenado Daniel Dantas. Tinha em seu gabinete, desde 2003, como funcionária fantasma morando em São Paulo, Luciana Cardoso, filha de FHC. Recentemente defendeu o pagamento de R$ 6,2 milhões em horas extras para 3.883 funcionários durante o mês de janeiro, em pleno recesso, quando não houve trabalho parlamentar no Congresso.

10- Arthur Virgílio é o rei da cara-de-pau. Bradava contra o caixa 2 do PT, que chamam de “mensalão” apenas para dar uma impressão de maior gravidade, mas em entrevista ao Jornal do Brasil em 19/11/2000, reconhece que “foi obrigado” a fazer caixa 2 na campanha para o governo do Amazonas, e que podia reconhecer o fato publicamente porque o crime já prescrevera. Quando foi prefeito de Manaus, teve nada menos que 46 operações e obras classificadas de irregulares, por uma auditoria no Tribunal de Contas do Município (TCM) JB 18/3/92. Recentemente, divulgou-se que seu assessor pediu a Agaciel US$10 mil, garantindo que um rateio entre “amigos” quitou o empréstimo. Agaciel nega ter recebido. Por atos secretos do Senado, contratou seu professor de jiu-jitsu, 3 filhos de seu subchefe de gabinete Carlos Homero Nina Vieira, um deles morando na Espanha, e ainda a mulher e a irmã de Nina Vieira, sem contar os gastos R$ 723 mil com despesas médicas de sua falecida mãe, em 2006.

Esses são os políticos que a imprensa escolhe para dar depoimentos condenando a corrupção. Seria cômico se não fosse trágico!

Claro está que a intenção da imprensa e da oposição não é absolutamente a de moralizar o Senado, mas toda essa repentina perseguição ao Sarney tem alguns objetivos importantes para a oposição: paralisa o Senado, em tempos de crise mundial, prejudicando o governo e principalmente o país, e intimida os parlamentares da base de apoio deste governo. É como se estivessem dizendo a todos os parlamentares: cuidado, apoiar o governo Lula é muito perigoso!!!

Sutileza

O caso Sarney-Virgílio é um excelente exemplo para se comparar a sutileza dos profissionais (Sarney) com o amadorismo truculento dos amadores (Arthur Virgilio e seus padrinhos midiáticos).

Há uma situação concreta de hábitos e vícios arraigados no Congresso. Como faziam parte dos usos e costumes, todos se esbaldaram. Como a imprensa decidiu escandalizar seletivamente, seletivamente outros senadores poderiam entrar no imbróglio.

Quando o Estadão iniciou seus ataques seletivos contra Sarney, e Arthur Virgilio fez seus discurso “arrasa(-me) quarteirão” - sem o pronome, criação da Dora Kramer -, criou-se um quadro novo, com novos elementos que teriam que ser pesados pelos dois lados, para saber como agir. É aí que o craque se diferencia do perna-de-pau.

1. O lado do Virgilio usou a tática “arrasa(-me) quarteirão”, de ameaçar espalhar lama para todo lado.

2. Sarney avisou seus pares que a crise é da instituição, que todos praticavam o que, de repente, virou escândalo, mas que ele, Sarney, jamais cometeria a baixeza de sair atirando. Uma coisa é Sarney por cima; outra, é o que se pode esperar de um político humilhado no final da carreira.

A primeira hipótese - Sarney fora - significaria os escândalos na fila de espera. Depois de atingido o objetivo - almoçar Sarney - a mídia iria engolir outros de sobremesa. E os aliados de Sarney e os situacionistas tratariam de vazar os dados sobre o lado contrário.

A segunda hipótese - de Sarney ficando, e fortalecido - significaria instaurar o armistício até que as reformas sejam completadas. Uma possibilidade de interesse tão generalizado, que foi encampada pelo próprio presidente do PSDB, Sérgio Guerra.

Ou seja, o grande campeão da moralidade, o homem do discurso “arrasa-quarteirão”, Arthur Virgilio, arrasou-se. Mas deixou uma promessa no ar, para os milhões de espectadores, leitores que o viram: vender patrimônio para ressarcir o Senado das despesas de tratamento de sua mãe.

Luis Nassif

Guerra a Lula. Guerra a Dilma

O presidente Lula acusou de golpe a campanha da mídia e da oposição contra a permanência de José Sarney na presidência do Senado e que tem o objetivo de atingi-lo e a seu projeto sucessório. O que os meios de comunicação querem é tisnar a imagem do PMDB de Sarney, ligado ao governo e simpático à candidatura Dilma Rousseff à presidência e mostrar que o PMDB de Michel Temer e Jarbas Vasconcelos, ligado ao governador José Serra, é o partido dos homens sérios, dos puritanos.

Derrotados

A campanha tem voz mais estridente na boca dos senadores, estrepitosamente derrotados no último pleito e que não têm qualquer possibilidade de reeleição. A maioria deles também não escaparia a uma investigação rigorosa sobre seus hábitos políticos. Não da mídia que, esta por exemplo, esconde, sonega aos leitores os escândalos com dinheiro público, ocorridos na primeira secretaria do Senado, porque ocupada por titular do PFL, da oposição. Da mesma maneira que nada registra das denúncias contra tucanos.

Puritanos

Os puritanos do Senado, pelo pouco que a imprensa há publicado, comem, comiam na mesma gamela dos outros. Eram, são apenas poupados pela mídia que só aponta pecados em parlamentares do PT e do PMDB, ligados ao governo.

Primeira secretaria

Repito: por que os senadores não investigam os pecados cometidos na primeira secretaria da casa nos últimos anos por membros do PFL? Eles estão previamente isentos de culpa? Porque a mídia não quer acusar ninguém da oposição.

No tapetão

Os senadores elegem presidente da Casa, colega que respeitam e em quem confiam e, semanas depois, com orquestração da mídia, iniciam campanha para desmoralizá-lo e apeá-lo do posto. Querem que a Casa seja presidida por um tucano, mesmo sem votos? Para fazer o que em benefício deles?

Vícios culturais

A mídia brasileira abre manchetes e escândalos para vícios culturais, garantindo-se a rendosa defesa dos grandes golpes aplicados contra os cofres públicos. Suscita mais indignação nos leitores saber que a filha de FHC recebia sete mil reais, por mês, durante seis anos, do Senado,

sem ir lá, que o fato de a empresa Camargo Correia haver construído, por bilhões, aeroporto, vizinho à fazenda que o ex-presidente, em conluio com o sócio Sérgio Mota, mantinha e que era garantida por forças do Exército, como símbolo da pátria.

Banqueiro generoso

Os empréstimos que o ex-diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, fazia aos pais da pátria, dispensavam pagamento posterior?

Não eram obrigados à quitação? Tanto em dólar quanto em real?
Lustosa da Costa