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Recanto dos Querubins

Todos os dias chegamos ao CEI, percebemos os rostinhos de cada criança e logo um coro se inicia gritando o nome da professora que chega e mil abraços a cercam, num ato de amor demonstrado com sinceridade e afeto. São essas pequenas atitudes que encorajam a todos os profissionais a persistirem num sonho de vida, num sonho de educação iniciado em 1999 no bairro Jardim Sofia em Joinville – S.C. 

A implantação do Centro de Educação Infantil Recanto dos Querubins ocorreu para suprir a carência de educação infantil neste bairro e assim deu-se início a uma história de lutas, de conquistas, de parcerias, de amor e de muito trabalho em prol das crianças e adolescentes.

Diferente da visão que se tem do Sul do país, em que se pensa que não há dificuldades em relação à educação, sabe-se que atualmente milhares de crianças com idade entre 0 e 6 anos encontram-se fora das instituições de educação infantil por falta de vagas, implicando na não garantia de seus direitos e de suas famílias que precisam desempenhar funções no mercado de trabalho para que possam proporcionar uma vida mais confortável a seus filhos, como é a situação da maioria das famílias brasileiras. Continua>>>

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Das ruas de SP para a faculdade em Cuba

Falar mal de Cuba é um dos exercícios preferidos da grande imprensa brasileira e dos integrantes do campo conservador, como José Serra. Ontem mesmo, no Jornal da Globo, Dilma foi inquirida sobre a postura do presidente Lula em relação a Cuba, e sempre que alguém defende Cuba, o oponente na discussão sempre a encerra com a indefectível e tendenciosa pergunta: Por que você não vai morar lá?
Pois é bom saber que muitos brasileiros vão morar lá em busca de oportunidades que não têm aqui. Um comentarista me chamou a atenção para uma carta, publicada no blog Balaio do Kotscho, do jornalista Ricardo Kotscho, de uma jovem brasileira, Gisele Antunes Rodrigues, de 23 anos, que foi menina de rua em São Paulo e hoje estuda medicina em Havana.
Gisele estuda com outros 275 brasileiros numa instituição voltada a estudantes de toda a América Latina. Cuba, com seus parcos recursos, é um país solidário, o que definitivamente não entra nas cabeças competitivas do mercado, que desconhece tal valor.
Mas o que me impressionou e tenho certeza que impressionará a todos é a história de Gisele e sua luta para levar adiante os seus sonhos.
Esta exemplar brasileira saiu de casa aos 9 anos por não suportar a desestrutura familiar, que incluía agressões físicas, e caiu na rua. Cheirou cola, consumiu drogas e só não se acabou numa cracolândia da vida porque teve gente que se interessou por seu destino e encontrou instituições sérias, dedicadas à recuperação e à educação de crianças de rua.
Gisele foi seguindo sua trajetória ascendente até chegar à Faculdade de Pedagogia. Quando cursava o primeiro semestre, um educador do abrigo em que se encontrava lhe informou sobre um processo seletivo para estudar medicina em Cuba. Gisele foi aprovada e desde 2007 está em Cuba. Mês que vem, começa o terceiro ano de Medicina. No total, ficará sete anos em Cuba. Seis de faculdade e um de pré-médico.
O seu relato após três anos no país é singular. Alguém que comeu o pão que o diabo amassou tem uma visão da sociedade diferente de quem nunca passou dificuldades. E o que Gisele conta é o oposto do que lemos com frequência na grande imprensa.
“Ir a Cuba foi minha maior conquista. Além de aprender sobre a medicina, aprendo sobre a vida, a importância dos valores. Antes de ir, sempre lia reportagens negativas sobre o país, mas quando cheguei lá, não foi isso que vi. Em Cuba, todos têm direito a educação, saúde, cultura, lazer e o básico pra sobreviver”, conta Gisele.
“Li em muitas revistas que o Fidel Castro é um ditador, e descobri em Cuba, que ele é amado e idolatrado pelos cubanos. Escrevem que Cuba é o país da miséria. Mas de que tipo de miséria eles falam? Interpreto como miséria o que passei na infância. Em casa, não tinha água encanada, luz, comida”, prossegue.
Gisele lembra dos tempos difíceis da infância, quando ela, seu irmão e sua mãe enganavam a fome bebendo água doce. “Então, quando abro uma revista publicada no Brasil e nela está escrito que Cuba é um país miserável, eu me pergunto: se em Cuba, onde todos têm os direitos a saúde, educação, moradia, lazer e alimento, como podemos denominar o Brasil?”
Apesar do embargo econômico sofrido por Cuba, Gisele ressalta os níveis de educação e saúde gratuitas e os indicadores positivos do desenvolvimento humano no país. “Vivenciando tudo isso, eu queria também que o Brasil fosse miserável como Cuba, como é escrito em varias revistas. Acho que o brasileiro estaria melhor e não seria tão comum encontrar tantos jovens sem educação, matando, roubando e se drogando nas ruas.”
O objetivo de Gisele é concluir a faculdade para ajudar a saúde dos brasileiros e outros jovens a realizarem seus sonhos, assim como foi ajudada. Com a consciência adqurida, pede ao povo brasileiro que nas próximas eleições “escolha a pessoa adequada pra administrar o nosso país tão injusto.”
Transcrevi aqui alguns trechos que me chamaram a atenção, mas a carta de Gisele merece a leitura integral e pode ser acessada no link do blog. É o depoimento de uma pessoa vitoriosa, que julga as coisas a partir de seus olhos e sua vivência e não do que ouve falar.
Quando Gisele se formar, daqui a quatro anos, espero que o Brasil já tenha vencido a burocracia que atrapalha o reconhecimento de diplomas universitários de outros países. Relatei na Comissão de Educação da Câmara um projeto que cria um sistema de credenciamento de cursos no Mercosul, que está pronto para ser votado  em plenário.  Com ele, estabeleceremos parâmetros que poderão ser estendidos a outros países, como Cuba.
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Apesar da pouca idade, o pequeno Fernando Rodrigues da Silva, 9 anos, enfrenta grandes desafios na vida. O jovem Wesley Gama, de 17, também. Os dois travam uma luta diária não só contra o câncer, mas também contra as dificuldades de seguir o tratamento, já que moram longe dos hospitais onde são atendidos.

A boa notícia é que no meio do caminho surgiu a Ahpas - Associação Helena Piccardi de Andrade Silva - entidade sem fins lucrativos, foi criada em 1999 por Luiz Andrade da Silva e Tatiana Piccardi, atual presidente, com o objetivo de oferecer transporte para os pacientes mais necessitados, que estão distantes do centro da cidade de São Paulo. E de graça. Continua>>>

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Paint a Future - Por um futuro colorido

A ideia de organizar o paint a Future, projeto que aposta na realização dos sonhos infantis, surgiu há sete anos. A artista plástica e curadora holandesa Hetty van der Linden, 64, estava na Argentina, em um evento com executivos, empresários e políticos locais. Durante o jantar, a mulher de um dos participantes contou que já tinha sido assaltada várias vezes por menores infratores na porta de um supermercado próximo. “Quando terminou o encontro, saí do restaurante sozinha, a pé, e me deparei com crianças pedindo dinheiro na rua. Dei os pesos que tinha na carteira e comecei a conversar com elas. Perguntei se tinham casa e família e o que faziam para sobreviver. Uma delas respondeu: ‘Nós roubamos madames no supermercado’. Eu fiquei muito impactada com a revelação”, diz. Continua>>>
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Editora Globo

Solidariedade aos Nordestinos

Em favor dos meus irmãos nordestinos atingidos pelas enchentes em Alagoas e Pernambuco, todo os cliks nos anúncios deste blog durante este mês - Julho -, será doado a eles.

Esta será minha singela e humilde contribuição.

Agradeço desda já, a todos que contribuírem com este ato de solidariedade.
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Solidariedade e Escapismo

Trechos do artigo do historiador dos EUA, Gabriel Jackson

1. A partir de um ponto de vista pessoal, a solidariedade tem sido para mim um importante padrão político e moral, ainda que não seja uma fonte real de felicidade e entusiasmo. Tudo isto me leva à palavra "escapismo", que na minha juventude fazia-me sentir culpado por curtir a vida de alguma forma que não necessariamente melhorando a qualidade de vida dos outros. As forças solidárias já não têm a influência que tinham nas primeiras sete décadas do século passado.

2. Neste contexto, onde se encaixam a solidariedade e o escapismo? Na minha opinião, a importância da solidariedade é mais importante agora do que durante as primeiras décadas do século XX. Naquela ocasião proliferava a esperança, em parte materializada após a Segunda Guerra Mundial graças à criação de estados de bem-estar na Europa, no mundo de língua inglesa e partes da Ásia.

3. A competição pelos recursos naturais limitados, não era tão forte como se tornou posteriormente, nem o problema das alterações climáticas causadas pela industrialização era tão ameaçador quanto agora, em um mundo que ainda parece incapaz de tomar as medidas necessárias a respeito. Além disso, nos anos de formação do século XX, a "solidariedade" somente se aplicou de fato aos ambientes europeus e anglo-saxões, enquanto que atualmente e no futuro terá que ser aplicada em todo o mundo habitado.

4. Daí que a "solidariedade" constitua atualmente uma tarefa mais importante e mais difícil do que algumas décadas atrás. Quanto ao "escapismo": hoje necessitamos mais do que nunca, porque a felicidade humana e, conseqüentemente, à vontade de ajudar nossos semelhantes, depende da manutenção das liberdades políticas que permitem ao indivíduo manter uma esfera interior, em que suas emoções não tenham que render tributo nem a coações ideológicas ou étnicas, nem a interpretações obrigatórias da história.

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Enchentes

Saiba como ajudar os atingidos pelas enchentes em Pernambuco e Alagoas Aqui
Sponholz

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Doação de Órgãos

Damião Leite de Sousa, 31 anos, era um homem bonito e de porte atlético. Naquele sábado de maio de 2006, depois de ajudar a mãe, Teresinha, 72 anos, nas compras de supermercado, vestiu com cuidado seu melhor terno. Afinal, seria o padrinho de casamento de um grande amigo, em Teresina (PI). Planejando encontrar a namorada no fim da noite, subiu em sua moto e partiu em direção à igreja.

Por volta das 22 horas, Damião deixou a cerimônia rumo à casa da namorada. No caminho, um taxista que fazia uma ultrapassagem na contramão bateu de frente com a moto do rapaz. Muito ferido, ele ainda teve forças para pedir ajuda ao motorista do táxi, que, no entanto, não o socorreu. Não demorou para que o motociclista perdesse os sentidos e começasse a sangrar pela boca e pelo nariz.

Generosidade

A advogada Maria dos Remédios Sousa Lima Bedran, 49 anos, irmã de Damião, estava em São Luís (MA) quando recebeu o telefonema da família informando que o irmão havia sofrido um grave acidente. Ela voltou imediatamente para Teresina. Quando chegou ao hospital, na manhã do dia seguinte, encontrou a família desesperada e ouviu a terrível notícia: Damião estava na UTI, inconsciente, vítima de trauma cerebral.

Poucas horas depois, na sala de reuniões da UTI, Maria dos Remédios, ao lado do pai, Abílio, da mãe, Teresinha, e de outros irmãos, foi informada pelo médico de plantão de que Damião sofrera morte cerebral e jamais se recuperaria.

Hesitante, ciente do sofrimento da família, o médico dirigiu-se a Maria dos Remédios:

– A senhora já pensou em...

– ...doação de Órgãos? Doar os órgãos de Damião? – Maria dos Remédios completou.

Enquanto pensavam no assunto, um dos irmãos, Francisco, contou a Maria dos Remédios que, meses antes, Damião tivera uma conversa com ele sobre doação de órgãos depois de assistirem ao anúncio de uma campanha sobre o tema. Agora, ao pensar no irmão que morria, Francisco desejou que Damião sobrevivesse em outras pessoas que precisavam de transplante de órgãos.

– Como podemos enterrar órgãos que estão vivos? – ele perguntou a Maria dos Remédios.

Depois de acompanhar os exames que constataram a morte cerebral do irmão, Maria dos Remédios e Francisco convenceram os pais que o certo era doar os órgãos de Damião. A família – os pais e os 11 filhos – seguiu passo a passo todo o processo. Continua>>>
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Enchentes - Ceará mobiliza-se em campanha de solidariedade

A campanha de arrecadação de donativos para as vítimas das enchentes em Alagoas e Pernambuco, desenvolvida pela Cruz Vermelha de Fortaleza, ainda está no seu estágio inicial. Com um número pequeno de doações, os voluntários pedem urgência no recebimento, principalmente, de água e alimentos.

Os interessados em ajudar podem encaminhar suas doações para a Cruz Vermelha, localizada na Rua Dr. José Lourenço, 3280, no bairro Joaquim Távora, em Fortaleza.

Segundo Daniele Pontes, do departamento de voluntariado da Cruz Vermelha, as vítimas estão nas ruas com fome e sede, daí porque a necessidade maior da alimentação. Ela explica que trata-se de uma questão de sobrevivência, pois nenhuma das vítimas pode contar uma com as outras, pois todos estão na mesma situação.

A equipe de voluntários está priorizando a coleta de alimentos, que começarão a serem entregues hoje, em Alagoas.

Ela explica também que a Cruz Vermelha está em contato permanente com a Defesa Civil e a Cruz Vermelha de Alagoas e Pernambuco, no sentido de arrecadar o necessário, e ter garantido o suporte para a distribuição, já que outros estados como São Paulo e Rio Grande do Sul também estão engajados na campanha de solidariedade.

Daniele destaca que a expectativa na campanha é grande, pois o povo paraense costuma ser bastante solidário nos momentos difíceis. "Nas campanhas daqui costumamos ter respostas imediatas, e espero que esta não seja diferente", opina.

Já o Corpo de Bombeiros Militar (CBM), através da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (CEDEC) lançou, ontem, a Campanha SOS Alagoas e Pernambuco, que objetiva arrecadar donativos para fortalecer a assistência aos afetados pelos desastres ocorridos nos dois Estados. As principais necessidades das pessoas afetadas pelos desastres naturais são: alimentos "prontos", ou seja, biscoitos, achocolatados, sucos de caixa, leite e mingaus em pó, e afins; água potável, roupas, agasalhos, material de higiene pessoal e limpeza.

Segundo o coordenador executivo da Defesa Civil do Ceará, coronel William Lopes, é preciso que sejam doados mais leite e fraldas descartáveis, pois as crianças dos dois Estados estão sofrendo com a falta desses itens de fundamental importância. "Queremos doações de água e alimento, mas não podemos nos esquecer das crianças", comentou o coronel William.

Os locais para entrega das doações são os quartéis do Corpo de Bombeiros Militar em todo o estado do Ceará.

CRUZ VERMELHA : Rua Dr. José Lourenço, 3280, Joaquim Távora. Telefone: 3472.3535
Defesa Civil: 199

DOAÇÕES EM DINHEIROO Bradesco e o Banco do Nordeste abriram contas específicas para receber doações para ajudar as vítimas das fortes chuvas nos Estados de Alagoas e Pernambuco. O Bradesco doou R$ 500 mil para cada Estado. O cheque foi entregue a representantes dos governos estaduais hoje.

Em Alagoas, segundo o governo, o valor será destinado para o Fundo da Defesa Civil. "O dinheiro ajudará na instalação de banheiros químicos, compra de água potável, comida, e na reconstrução de prédios públicos que servirão de abrigos", afirmou o comandante do Corpo de Bombeiros de Alagoas, coronel Neitônio Freitas, por meio de nota.

Nesta quinta-feira, a secretária nacional de Defesa Civil, Ivone Valente, afirmou que quem quiser ajudar as vítimas das chuvas em Pernambuco e Alagoas deve preferir as doações em dinheiro, depositando os recursos nas contas abertas para este fim.

Ivonete Valente explicou que, em espécie, a doação é muito mais eficiente, já que a logística para as roupas e os alimentos doados chegarem até as vítimas é mais cara e não há garantia de que vai chegar aos atingidos.

Para quem mora na região, as doações podem ser feitas nos quartéis dos bombeiros no interior e na capital dos dois Estados. O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil também recebem doações de água potável, alimentos não perecíveis, roupas e medicamentos.

No Ceará, os interessados em fazer doações em dinheiro, podem procurar o 
Bradesco, Conta 15686-8, Agência 3456-8
Banco do Nordeste, Conta 29393-8, Agência 0016.
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O mundo bizarro de José Serra


 Muito ainda se falará dessa foto da Agência Estado por tudo que ela significa e dignifica, apesar do imenso paradoxo que encerra.

A insolvência moral da política paulista gerou esse instantâneo estupendo, repleto de um simbolismo extremamente caro à natureza humana, cheio de amor e dor.

Este professor que carrega o PM ferido é um quadro da arte absurda em que se transformou um governo sustentado artificialmente pela mídia e por coronéis do capital.

É um mural multifacetado de significados, tudo resumido numa imagem inesquecível eternizada por um fotojornalista num momento solitário de glória.

Ao desprezar o movimento grevista dos professores, ao debochar dos movimentos sociais e autorizar sua polícia a descer o cacete no corpo docente, José Serra conseguiu produzir, ao mesmo tempo, uma obra prima fotográfica, uma elegia à solidariedade humana e uma peça de campanha para Dilma Roussef.
Inesquecível, Serra, inesquecível.

Israel, uma estrela nos guia e nos une

Israel, uma estrela nos guia e nos une

Gueto de Varsóvia

(*) Delúbio Soares

Uma das imagens mais fortes que trago na memória, pela dureza do instante ou por retratar um tempo que jamais poderemos esquecer, é a do menino judeu com os braços levantados no Gueto de Varsóvia, ao lado da mãe e de seus familiares, sob a mira das metralhadoras da Gestapo.
Era professor em Goiânia, nos anos 70, e me deparei com a foto histórica em livro sobre a segunda guerra mundial. A visão daquele pequeno menino, que não vertia uma lágrima e parecia um Davi diante dos Golias do III Reich, jamais saiu de minha memória… Não deixou registrado em cadernos escolares o seu depoimento como Anne Frank, nem sequer sabemos  seu nome. Mas seu olhar profundo, suas mãos abertas levantadas, os braços erguidos de um menino de seis, sete anos de idade, não mais que isso, colocado num transe brutal, é de serenidade pungente e trágica, absolutamente inesquecível. Terá sobrevivido ao holocausto? Terá tido sacrificada sua infância ao lado da família diante da brutalidade de um regime demoníaco? Não tenho a menor idéia, mas confesso que a imagem faz parte de minha consciência política e do horror que professo às injustiças, ao radicalismo, à ausência de diálogo e de fraternidade entre as pessoas.
Já dei todas as provas ao longo de minha vida pessoal, de minha militância política e sindical, do apreço que tenho ao povo palestino e minha defesa de seu inegável direito à sua autodeterminação, à existência soberana de seu Estado e, especialmente, o seu direito à vida com dignidade e paz. Por isso mesmo, posso declarar, pela primeira vez, minha admiração pessoal e meu respeito pelo povo judeu e sua história, tão parecida com a dos palestinos, no sofrimento, na determinação e na luta por sua terra.
Lula em visita ao Museu do Holocausto - Ricardo Stuckert -  Presidência da República
A visita que o presidente Lula empreende ao Estado de Israel, aos territórios palestinos e à Jordânia, é de singular importância histórica. Mas, no caso de Israel, ela é de transcendental significação. Foi em Assembléia das Nações Unidas, presidida por um invulgar estadista brasileiro, o gaúcho Osvaldo Aranha, que se reconheceu ao povo judeu o direito à sua pátria depois de séculos de perseguições e sofrimentos. E os judeus, exercitando uma de suas mais reconhecidas virtudes, a da gratidão, jamais esqueceram os esforços de Aranha e o reverenciam até os dias de hoje emprestando o seu nome a kibutz, bosque e logradouros públicos em Israel. E agora, em quase sete décadas de existência do Estado judeu, outro estadista, o presidente Lula, torna-se o primeiro presidente a visitar nossos irmãos israelenses. Uma pergunta se impõe, sem circunlóquios e com crua objetividade: os seus muitos antecessores não o fizeram por qual motivo? Desconheciam que a colônia judaica é de grande importância na formação social, econômica, política e cultural do Brasil? Não sabiam que Israel e o Brasil sempre mantiveram parceria comercial das mais fluídas e prósperas? Ninguém lhes disse que nossos povos são irmãos?
O fundamental da visita do presidente Lula ao Estado de Israel precisa ser ressaltado: o primeiro presidente brasileiro a visitar o Estado judeu, a reconhecer de fato a Nação democrática, o bom parceiro comercial, o povo guerreiro que luta pelo direito à sua existência e à paz. Os que o criticam por detalhes não criticaram o regime militar, por exemplo, quando no governo do general Ernesto Geisel o Brasil na Assembléia Geral da ONU – aquela em que Osvaldo Aranha assinou a “certidão de nascimento” de Israel, diante das lágrimas emocionadas de Ben Gurion, de Golda Meir e outras figuras excepcionais da história do povo hebreu – votou contra o sionismo, ao lado de outros poucos países. Não podemos nos perder nas filigranas quando vivemos um momento histórico para nossos povos. Impeçamos que interesses inconfessáveis nublem o singular evento da primeira visita de um mandatário brasileiro aquele país. Isso, sim, é o que importa e interessa. O mais é nada.
Orgulho-me dos amigos judeus que fiz ao longo da vida. São impecáveis, corretos e firmes em suas demonstrações de solidariedade. Na fundação do PT, na formação da CUT, no decorrer da vida pessoal e no magistério tive a oportunidade de travar relacionamento e solidificar laços de amizade. Deles muito me orgulho.
 Governador Jaques Wagner
Os judeus fazem parte da história do Brasil. Leon Feffer, Miguel Lafer, Maurício, Salomão e Hessel Klabin iniciaram a indústria do papel e da celulose em nosso país. Mendel Steinbruch, empresário de larga visão, modernizou a indústria têxtil. O inesquecível José Mindlin, um dos grandes intelectuais de nosso tempo, imortal da Academia Brasileira de Letras, amante dos livros e empresário progressista, se recusou a financiar a operação OBAN e a tortura aos presos políticos no auge da ditadura militar. Horácio Lafer, competente ministro da fazenda de Juscelino Kubistschek em um dos melhores momentos de nossa vida econômica. Isso sem falar em artistas, em escritores, em filantropos, em cientistas, em músicos.
O PT elegeu o primeiro judeu a governar um Estado brasileiro. Na velha e secular Bahia, Jacques Wagner realiza um governo com a marca do trabalho, da perseverança e da fé. Ele enfrentou a descrença, o atraso e o coronelismo.  E venceu. Sua eleição foi paradigmática, representou uma revolução na histórica política e social da velha e querida Bahia. Antes de ser governador, Jacques foi líder da bancada na Câmara dos Deputados e Ministro do governo Lula. Trata-se de um brasileiro que se orgulha de sua origem judáica, e que a nós, brasileiros, nós orgulha por ter essa origem e por governar um de nossos mais importantes Estados.
Yasser Arafat
Torço pela paz no Oriente Médio. Tenho certeza de que a visita do presidente Lula contribuirá em muito para o avanço desse processo. Não podemos negar a nenhum dos povos envolvidos no conflito o direito à existência de suas Pátrias. Partindo da premissa de que o Estado judeu e o Estado palestino são duas realidades irremovíveis, os detalhes serão discutidos e adequados.
Já faz três décadas que fundamos um partido e escolhemos uma estrela como sua marca. Ela simbolizava – e simboliza – o pensamento de generosidade humana, de esperança, de democracia. Nascia o PT e surgia Lula, o seu líder. Hoje ele é o primeiro presidente brasileiro a visitar Israel.
Albert Einstein e Ben Gurion
Já lá se vão quase sete décadas que um povo culto e talentoso, de invulgar coragem e impressionante disposição para o trabalho, colocou fim ao sofrimento de um exílio milenar e voltou à terra prometida. A mão de um estadista brasileiro bateu o martelo que decretou o nascimento do Estado de Israel. Os judeus optaram pela democracia e foram fiéis a ela. E escolheram, como símbolo de sua Pátria, a estrela estampada em sua bandeira.
Uma estrela guiou os três reis magos. Uma estrela iluminou o Rei Davi, símbolo dos pequenos e dos humildes que vencem os poderosos e os arrogantes. Nada disso foi por acaso. Há sempre uma estrela a nos guiar e a nos unir. Shalom!

Abandono



io4Nos dias que antecederam o Natal uma menina bateu aqui na porta de casa com uma cartinha em mãos, dirigida ao Papai Noel. Pedia uma camiseta, uma calça, uma sandália e fraldas. Tinha um problema no rim e, por isso, precisava delas. Disse que não tinha importância se não pudéssemos dar as roupas (que ela chamou de presentes). Mas contou que das fraldas ela precisava muito. Eu não estava em casa quando ela veio. Mas só ouvir o relato da minha mãe, que havia atendido a menina, me fez chorar. Não lembro a última vez que isso havia acontecido. Para conviver com as desigualdades tão presentes em nosso país, tornamo-nos cegos e surdos de maneira seletiva. Apertamos o passo sem olhar para trás. Endurecemos o coração. Porém, a proximidade do Natal parece ter amolecido minha carapaça. E me doeu ver o sofrimento dos outros. Quis saber como algumas pessoas conseguem ser fortes a ponto de escolher fazer do problema dos outros o seu também. Fui conversar com Dona Iolanda. Uma amiga havia me falado dela. Dá um prato de comida, banho, roupa e até cama por algumas noites para quem bate a sua porta.
A casa da Dona Iolanda fica em uma das regiões mais antigas de Jundiaí, cidade a 60 quilômetros de São Paulo, onde nasci, cresci e moro até hoje. O pé direito é altíssimo, assim como as portas dos quartos, que se abrem todas para uma sala ampla. É um casarão daqueles antigos . Naquele dia, cheirava a sabão em pó. Faxina geral. “Você não repara, não é?”. Não, só no cheirinho de limpeza. Sentamos em um dos três sofás da sala, cobertos com tecidos coloridos. E conversamos por quase duas horas. Dona Iolanda me contou como começou a cuidar de pessoas idosas 21 anos atrás, depois que o então marido, taxista, havia lhe contado sobre uma cliente que havia sido roubada. No quartinho em que a senhora de idade morava sozinha não havia sobrado nada. Dona Iolanda levou a senhora para morar com ela. Deixou o trabalho como locutora de rádio e alguns negócios que tocava para cuidar dela, depois da mãe doente de uma amiga. Quando percebeu, tinha cerca de 40 idosos abandonados pela família morando em sua casa. Até hospitais encaminhavam idosos aos cuidados de Dona Iolanda. Os velhinhos que tinham aposentadoria ajudavam a manter a casa. Doações de empresas e a ajuda de vizinhos do bairro complementavam o orçamento, sempre apertado.
Há cinco anos, Dona Iolanda foi proibida de continuar com seu trabalho porque as instalações não estavam dentro de todos os padrões necessários para esse tipo de atendimento. Teve de mandar seus velhinhos para uma casa de apoio, que acabou fechada tempos depois por causa de acusações de maus-tratos. Muitos voltaram para as ruas. Outros pediram abrigo a Dona Iolanda. Tornaram-se “inquilinos” em sua pensão: paga quem pode e o quanto pode. Enquanto alguns vão ao encontro do fim da vida, outros chegam em busca de carinho e atenção, não só de um quarto barato para dormir. As dívidas se acumulam, mas Dona Iolanda garante que nunca falta comida. Durante a nossa conversa, uma vizinha chega com vasilhas cheias de comida. E assim correm os dias.
Dona Iolanda acha que hoje faz pouco. Dá comida, banho, roupas, cortas as unhas e o cabelo daqueles que batem a sua porta diariamente. Mas não pode abrigá-los. “É difícil deixá-los voltar para a rua”, diz, com lágrimas nos olhos. Alimenta o sonho de conseguir quitar todas as dívidas que restam, inclusive a do aluguel da casa em que mora. E, quem sabe um dia, conseguir dar um canto a quem a sociedade colocou de canto. Cada um tem uma história e Dona Iolanda conhece todas. Soma os seus dramas – perdeu uma filha de 17 anos em 2004 – ao drama dos outros. Aos 57 anos, divorciada, não quer namorado. Como vai se dividir entre ele e seus meninos e meninas? Aproveito para emendar a pergunta que me levou até lá: “Dona Iolanda, o que faz uma pessoa abraçar o sofrimento alheio desse jeito?”. “Você não imagina o que é o abandono.”

Solidariedade a Luíza Erundina


Luiza Erundina está sendo executada judicialmente pela única condenação que obteve durante toda a sua vida política. Trata-se de uma Ação Popular ajuizada pelo cidadão Ângelo Gamez Nunes (processo nº 053.89.707367-9 / Controle 159/89 – 1ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo) quando Luíza era Prefeita de São Paulo, e visava obter a reposição aos cofres públicos de dinheiro utilizado pela Prefeitura com publicações jornalísticas nas quais a então Prefeita manifestou apoio à greve geral de 1989. A sentença entendeu que a matéria publicada não atendia ao interesse público e condenou pessoalmente Luiza Erundina a pagar o elevado valor de R$ 350 MIL REAIS.
Trata-se de decisão definitiva em razão da qual já foram penhorados o apartamento onde mora (seu único imóvel), seu carro e ainda 10% da remuneração mensal como Deputada. Mesmo assim, seu patrimônio é inferior ao total da dívida.
Como a ex-Prefeita Luiza Erundina foi alvo de enorme injustiça, com decisões que tangenciam o preconceito social, ideológico e político, é hora de nos unirmos para demonstrar nossa solidariedade.
Amigos de Luíza Erundina promovem jantar de solidariedade à deputada
O jantar de solidariedade acontecerá na próxima segunda-feira (9), às 20h, no Grand Hotel Ca’d’Ouro ( Rua Augusta, 129 – Consolação, São Paulo).
O convite custa R$ 100.
Você pode ligar no hotel, reservar e pagar na hora. Pode também entrar em contato com o escritório de Luiza Erundina – (11) 5078-6642
Alem disso, há uma conta bancária, no Banco do Brasil, em nome de “Luiza apoio você”
– ag. 4884-4, conta corrente 2009-5

Abraços
Carlos
Petista de Uberlandia -MG