Fernando Brito: a lei é para todos? Então prendam o churrasqueiro da morte

A Polícia do Distrito Federal e o Ministério Público estão desafiados hoje a provar que "a lei é para todos".

A confirmar-se o "churrascão" presidencial, agora com "uns três mil" estará havendo a violação, flagrante, ao artigo 268 do Código Penal:

Art. 268 – Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa: Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa.

É crime e seu anúncio – aliás, o próprio Bolsonaro definiu-se, em suposta ironia, como "criminoso" é razão suficiente para justificar a entrada no domicílio presidencial – como seria num clube ou numa quadra de comunidade pobre – para dissolver a festa criminosa e responsabilizar seus promotores.

Se, na madrugada de quarta-feira, duas pessoas foram detidas ali perto, no Guará, por estarem promovendo um festa de aniversário com 30 pessoas, porque nada se fará com uma aglomeração cem vezes maior?

Aliás, por tratar-se de crime contra a ordem social, a Polícia Federal também tem o dever de agir.

Ou será que nossos valentes agentes da lei, os nossos intocáveis, vão incorrer em omissão que os mesmo Código Pena, (art.13) diz que "é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado".

Muito embora pareça uma jogada a mais no marketing macabro que o psicopata presidencial, há a notícia pública de um crime e não há explicação para que o Ministério Público não ingresse com uma medida cautelar urgente para impedir que um evento criminoso seja preparado e realizado num próprio público, o palácio presidencial.

Será que temos de implorar para que Bolsonaro não se faça símbolo de um Brasil satânico?

Caiu na rede

"Aldir Blanc não morreu de tristeza, como Flávio Migliaccio, mas quem disse que ele não estava triste? Para quem viu suas canções cantadas por um país que um dia sonhou que era feliz, é difícil acreditar que morreu de qualquer outra coisa, que não de tristeza. No Brasil de hoje, o difícil é entender como gente como Caetano, Gil, Betânia, Gal e Chico ainda estão vivos, porque morrer de tristeza deveria ser o destino de toda arte, de toda a poesia, num país tomado pelo fascismo. Nessa altura me contento em saber que Vinícius e Elis se foram há tantos anos, porque assim eu não me obrigo a pensar como poderiam viver num país governado por amantes da ditadura, da tortura e fascistas obscurantistas. Das coisas mais tristes em saber que o Brasil chegou a este ponto é lembrar que um dia cantei O bêbado e o equilibrista e tantas outras canções com gente cuja lembrança neste momento quase me causa asco. Se direito tivesse de fazer alguma lei, se um único decreto eu pudesse estabelecer e nenhuma mais, eu proibiria qualquer pessoa que votou em Bolsonaro e que todo dia nos mata um pouco de tristeza de cantar qualquer das músicas que um dia foram feitas para derrotar a ditadura e celebrar a liberdade e depois cantada por gente que ousou sonhar. Ninguém que apoia o fascismo devia ter direito a poesia. Nenhuma arte, nenhuma canção devia ser permitida a quem ajudou a matar Aldir Blanc, Flávio Migliaccio e todos nós que morremos um pouco hoje, junto com este país que está a procura de um leito na UTI."

Carlos Zacarias
Professor da UFBa
Dr. em História

o Operário em Construção

Era ele que erguia casas 
Onde antes só havia chão. 
Como um pássaro sem asas 
Ele subia com as casas 
Que lhe brotavam da mão. 
Mas tudo desconhecia 
De sua grande missão: 
Não sabia, por exemplo 
Que a casa de um homem é um templo 
Um templo sem religião 
Como tampouco sabia 
Que a casa que ele fazia 
Sendo a sua liberdade 
Era a sua escravidão. 

De fato, como podia 
Um operário em construção 
Compreender por que um tijolo 
Valia mais do que um pão? 
Tijolos ele empilhava 
Com pá, cimento e esquadria 
Quanto ao pão, ele o comia... 
Mas fosse comer tijolo! 
E assim o operário ia 
Com suor e com cimento 
Erguendo uma casa aqui 
Adiante um apartamento 
Além uma igreja, à frente 
Um quartel e uma prisão: 
Prisão de que sofreria 
Não fosse, eventualmente 
Um operário em construção. 

Mas ele desconhecia 
Esse fato extraordinário: 
Que o operário faz a coisa 
E a coisa faz o operário. 
De forma que, certo dia 
À mesa, ao cortar o pão 
O operário foi tomado 
De uma súbita emoção 
Ao constatar assombrado 
Que tudo naquela mesa 
- Garrafa, prato, facão - 
Era ele quem os fazia 
Ele, um humilde operário, 
Um operário em construção. 
Olhou em torno: gamela 
Banco, enxerga, caldeirão 
Vidro, parede, janela 
Casa, cidade, nação! 
Tudo, tudo o que existia 
Era ele quem o fazia 
Ele, um humilde operário 
Um operário que sabia 
Exercer a profissão. 

Ah, homens de pensamento 
Não sabereis nunca o quanto 
Aquele humilde operário 
Soube naquele momento! 
Naquela casa vazia 
Que ele mesmo levantara 
Um mundo novo nascia 
De que sequer suspeitava. 
O operário emocionado 
Olhou sua própria mão 
Sua rude mão de operário 
De operário em construção 
E olhando bem para ela 
Teve um segundo a impressão 
De que não havia no mundo 
Coisa que fosse mais bela. 

Foi dentro da compreensão 
Desse instante solitário 
Que, tal sua construção 
Cresceu também o operário. 
Cresceu em alto e profundo 
Em largo e no coração 
E como tudo que cresce 
Ele não cresceu em vão 
Pois além do que sabia 
- Exercer a profissão - 
O operário adquiriu 
Uma nova dimensão: 
A dimensão da poesia. 

E um fato novo se viu 
Que a todos admirava: 
O que o operário dizia 
Outro operário escutava. 

E foi assim que o operário 
Do edifício em construção 
Que sempre dizia sim 
Começou a dizer não. 
E aprendeu a notar coisas 
A que não dava atenção: 

Notou que sua marmita 
Era o prato do patrão 
Que sua cerveja preta 
Era o uísque do patrão 
Que seu macacão de zuarte 
Era o terno do patrão 
Que o casebre onde morava 
Era a mansão do patrão 
Que seus dois pés andarilhos 
Eram as rodas do patrão 
Que a dureza do seu dia 
Era a noite do patrão 
Que sua imensa fadiga 
Era amiga do patrão. 

E o operário disse: Não! 
E o operário fez-se forte 
Na sua resolução. 

Como era de se esperar 
As bocas da delação 
Começaram a dizer coisas 
Aos ouvidos do patrão. 
Mas o patrão não queria 
Nenhuma preocupação 
- "Convençam-no" do contrário - 
Disse ele sobre o operário 
E ao dizer isso sorria. 

Dia seguinte, o operário 
Ao sair da construção 
Viu-se súbito cercado 
Dos homens da delação 
E sofreu, por destinado 
Sua primeira agressão. 
Teve seu rosto cuspido 
Teve seu braço quebrado 
Mas quando foi perguntado 
O operário disse: Não! 

Em vão sofrera o operário 
Sua primeira agressão 
Muitas outras se seguiram 
Muitas outras seguirão. 
Porém, por imprescindível 
Ao edifício em construção 
Seu trabalho prosseguia 
E todo o seu sofrimento 
Misturava-se ao cimento 
Da construção que crescia. 

Sentindo que a violência 
Não dobraria o operário 
Um dia tentou o patrão 
Dobrá-lo de modo vário. 
De sorte que o foi levando 
Ao alto da construção 
E num momento de tempo 
Mostrou-lhe toda a região 
E apontando-a ao operário 
Fez-lhe esta declaração: 
- Dar-te-ei todo esse poder 
E a sua satisfação 
Porque a mim me foi entregue 
E dou-o a quem bem quiser. 
Dou-te tempo de lazer 
Dou-te tempo de mulher. 
Portanto, tudo o que vês 
Será teu se me adorares 
E, ainda mais, se abandonares 
O que te faz dizer não. 

Disse, e fitou o operário 
Que olhava e que refletia 
Mas o que via o operário 
O patrão nunca veria. 
O operário via as casas 
E dentro das estruturas 
Via coisas, objetos 
Produtos, manufaturas. 
Via tudo o que fazia 
O lucro do seu patrão 
E em cada coisa que via 
Misteriosamente havia 
A marca de sua mão. 
E o operário disse: Não! 

- Loucura! - gritou o patrão 
Não vês o que te dou eu? 
- Mentira! - disse o operário 
Não podes dar-me o que é meu. 

E um grande silêncio fez-se 
Dentro do seu coração 
Um silêncio de martírios 
Um silêncio de prisão. 
Um silêncio povoado 
De pedidos de perdão 
Um silêncio apavorado 
Com o medo em solidão. 

Um silêncio de torturas 
E gritos de maldição 
Um silêncio de fraturas 
A se arrastarem no chão. 
E o operário ouviu a voz 
De todos os seus irmãos 
Os seus irmãos que morreram 
Por outros que viverão. 
Uma esperança sincera 
Cresceu no seu coração 
E dentro da tarde mansa 
Agigantou-se a razão 
De um homem pobre e esquecido 
Razão porém que fizera 
Em operário construído 
O operário em construção.

[Vinícius de Moraes - Rio de Janeiro , 1959]

E o Diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o Diabo: 
- Dar-te-ei todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue e dou-o a quem quero; portanto, se tu me adorares, tudo será teu. 
E Jesus, respondendo, disse-lhe: 
- Vai-te, Satanás; porque está escrito: adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás. 
Lucas, cap. V, vs. 5-8. 

TijoLaco: passa-fora de Doria em Bolsonaro

Chegamos a tal ponto na degradação da vida política brasileira que foi preciso que João Dória, que nunca teve nas veias a pulsão do povo brasileiro, dizer a Jair Bolsonaro que ele está agindo como um genocida indiferente à vida das pessoas.

"E agora, presidente, diante de 5 mil mortos, o senhor continua afirmando que o país está vivendo uma gripezinha? Eu convido o senhor, presidente Jair Bolsonaro, venha a São Paulo. Saia desta sua redomazinha de Brasília e venha visitar comigo o Hospital das Clínicas, ou o Hospital do M'boi Mirim, ao lado do prefeito Bruno Covas, os hospitais de campanha e venha ver a gripezinha, o resfriadozinho. Venha ver as pessoas agonizando nos leitos e a preocupação dos profissionais de Saúde, de São Paulo e de toda parte do Brasil, com aquelas pessoas que podem ir a óbito. E se não quiser visitar São Paulo, Presidente, por medo ou qualquer outra razão, vá a Manaus. Vá ver o colapso da saúde em Manaus (…) Vá ver a realidade do seu país e não a sua realidade do stand de tiros, onde o senhor foi ontem celebrar, enquanto nós choramos mortes de brasileiros. Saia de sua bolha, saia de sua fábula, deste seu mundinho de ódio…"

Claro que isso não exime João Dória de ter sido escancarado cúmplice da ascensão de Bolsonaro ao Governo e de ter se alimentado do mundinho de ódio que elevou esta pústula ao poder da República. Mas antes um arrependido que o diz do que aqueles que, cúmplices iguais, reagem com mimimi e covardia, diante das monstruosidades que estamos assistindo.

O endeusado Moro, por exemplo, maior de todos os culpados por este desastre, só atirou contra as mumunhas presidenciais para tirar-lhe poder, jamais contra o programa de extermínio que Bolsonaro patrocinou.

Não me constranjo de aplaudir a reação de Doria, de quem tenho os piores conceitos, dos quais só em um se redime: seja com segundas, terceiras ou quartas intenções, não se acovardou diante deste plano macabro.

Fernando Brito 

Ele disse...

• Ele disse que praticou zoofilia… você achou lindo e votou nele;

• Ele disse que para solucionar o problema do Brasil, tinham que matar uns 30 mil… você achou lindo e votou nele;
. Ele disse na cara de eleitor que nao abriria mão de privilégios...Você votou nele;
• Ele disse que "se morressem inocentes, tudo bem, pois fazia parte... você achou lindo e votou nele;

• Ele disse que sonegava mesmo, tudo que pudesse… você achou lindo e votou nele;

• Ele disse que não estupraria uma mulher porque ela não merecia, por ser feia… você achou lindo e votou nele;

• Ele disse que o trabalhador teria que optar por emprego ou direitos… você achou lindo e votou nele;

• Ele disse que mulher merece ganhar menos que o homem mesmo, pois engravida... você achou lindo e votou nele;

• Ele enalteceu a figura do pior torturador de mulheres e crianças, o Ustra, em rede nacional… você achou lindo e votou nele;

• Ele confessou que usava a verba do auxílio moradia para "comer gente"… você achou lindo e votou nele;

• Ele defendeu a existência de milícias e quis legalizá-la... você achou lindo e votou nele;

• Ele fugiu de todos os debates, por não ter o que falar de proveitoso… você achou lindo e votou nele;

• Ele disse que preferia um filho morto ou bandido, a ter um filho gay… você achou lindo e votou nele;

• Ele possui pessoas contratadas para produzir "fakenews" (Gabinete do Ódio) e criar um "mundo paralelo" fora da realidade... você achou lindo e votou nele;

• Ele demonstrou ódio e desprezo por negros e índios... você achou lindo e votou nele;

• Ele esteve sempre rodeado de "vendilhões do templo", como Malafaia, Macedo, Feliciano e Valdemiro... você achou lindo e votou nele;

• Ele posou com maçons, católicos, evangélicos, para enganar você… você achou lindo e votou nele;

• Ele convidou você a metralhar pessoas (no Acre)… você achou lindo e votou nele;

• Ele nunca proferiu uma palavra de paz para a sociedade… você achou lindo e votou nele;

• Ele é misógino, homofóbico, preconceituoso, ladrão, miliciano, covarde, mentiroso, corrupto, odioso, incompetente, entreguista, traidor da pátria, mafioso, lambe botas do Trump, gritou, em uma reunião da ONU, "Trump, eu te amoooo!", envergonhando líderes das nações! Quis dar de presente de casamento a Embaixada dos EUA, desprezando o Itamaraty, dizendo que "tinha o direito de dar um filet mignon ao filho", mas com os NOSSOS impostos que pagamos...

Depois briga com o Congresso, STF, com seu próprio partido, aliados e até mesmo com seus próprios ministros?!?!

Ele é Presidente do Brasil, porque VOCÊ VOTOU NELE!

Ele e você têm a mesma culpa. Ele não o (a) enganou!

Estava tudo às claras, mas você, cego (a) de ódio e por ver nele a sua imagem e semelhança, votou!

Agora olhe no espelho e veja, quem você é de fato.

Lula é...

O quê incomoda os que o odeiam! É saber que mesmo sendo preso por Moro (juiz ladrão) o NÃO conseguiram ofuscar seu carisma e sua história.
"A grande frustração de muitas pessoas é que Lula não se comporta como o peão que elas querem que ele seja! Ele é a doméstica corrigindo o inglês macarrônico da patroa, é o pedreiro ensinando geopolítica pra engenheiro, é o ambulante ensinando economia pro acadêmico! Lula é o saber dos que deveriam ignorar, é o fazer dos que deveriam obedecer! Lula é a soma de todos os medos de quem não é nada sem seu dinheiro, seus títulos e seu sobrenome. Lula é inteligência, em terra de gente que vive só de aparência, é conhecimento intuitivo, em terra de cultos papagaios repetitivos. Quanto mais Lula é, menos eles são!

(Bia Flauaus)

Comunicado oficial da URSAL, por Julian Rodrigues

Nós, dirigentes autônomos e auto proclamados membros da URSAL, em reunião convocada pela urgência que a situação requer, decidimos intuitivamente que no caso de Moro ser desfenestrado do governo mais asqueroso da história brasileira, continuam asquerosos. O governo e Moro! 

Deste modo, tendo em vista que as hordas bolsonaristas chamarão Moro de comunista, decidimos através do comitê central, reunidos nesta intuição, que ora me incubo da missão de anunciar, que o nome de Moro foi recusado como sendo ele Comunista! 

Nossa reunião deveria ter acontecido antes do Dória ser nomeado comunista, mas marcamos touca e esse lazarento foi incluído, mesmo com nossos veementes protestos!

Deste modo, fica registrado em caráter irrevogável que no caso de Moro, isso não se repetirá! 

Obrigado, de nada!

Comissão Aleatória de Comunicação da URSAL!

Os demais signatários copiem, incluam seus nomes e colem em suas páginas, afinal, somos URSAL - União das Repúblicas Socialistas da América Latina, lulochavistacomunodilmistamstetistapetistapsolistacomunistasocialistacristaosdateologiadalibertação da Silva, dos Santos, Ferreira,  Mendes, de Souza, e etc....

Assinam
Julian Rodrigues
Joel Leonidas Teixeira Neto