Quem paga o pato

Tudo bem que os americanos estão quase despejando dinheiro de helicóptero e já inundaram a economia, principalmente o setor financeiro, com trilhões de dólares do contribuinte, sem contrapartidas. Mas a ajuda às montadoras de veículos, que, finalmente, saiu nesta sexta-feira, tem regras e modos que deveriam ser lembrados e elogiados.

Para pegar o dinheiro, a GM e a Chrysler terão de apresentar um programa de reorganização de seu negócio. Até o fim de março, terão de mostrar o caminho das pedras para reduzir seus débitos em dois terços, e entabular negociações com a central de trabalhadores na indústria automobilística, para cortar salários e definir condições de emprego e trabalho. E, atenção para o detalhe: enquanto estiverem devendo ao governo, as empresas não poderão distribuir dividendos. Se a coisa falhar, vem a concordata e o governo se habilita, na frente dos demais credores, ao ressarcimento.

Em resumo, socorro com dinheiro público, só com o compromisso simétrico de todos os entes envolvidos – acionistas, executivos, trabalhadores.

Aqui, a proposta que surgiu até agora para enfrentar a redução do nível de atividades, patrocinada pelo governo Serra (o governador está mudo, mas seu secretário de emprego e relações do trabalho, Guilherme Afif Domingos, topou ser o mestre-sala da proposta e não se pode acreditar que não tenha combinado com o chefe), prevê um golpe na legislação trabalhista, a demissão na prática de trabalhadores, sem o pagamento de seus direitos, e o ônus para o governo de manter os “temporariamente” desocupados com uma extensão do salário-desemprego.

Em resumo, acionistas e executivos se beneficiam do socorro público e os trabalhadores pagam a conta. Depois, tem gente que não entende como o Brasil é um dos campeões mundiais de concentração de renda.

 José Paulo Kupfer

Puta e cabaré

O que me espanta é a mania de algumas pessoas de viver esculhambando o Brasil. Acho que essa gente chama a própria mãe de puta e considera seu lar um cabaré.

Depende de nós

Quem é?...

"Não temos Justiça de classe no Brasil, mas sim uma assistência judiciária deficiente. A tentativa de timbrar o STF como um tribunal de ricos é leviana, maldosa e irresponsável’’, afirmou Gilmar Mendes.

"No Brasil temos uma Justiça desclassificada, e mas ainda um judiciário corrupto. Quem nega isto é leviano, corrupto e irresponsável", afirmou Joel Neto.

Quem tem razão?

O guardião de Dantas

A inVeja (revista?) abriga uma falsificação - o grampo por escrito. Não dá uma linha sobre o fim do inquérito da Polícia Federal, que reforçou as suspeitas de que o grampo foi inventado.

Com isso, torna-se suspeita de crime contra o Estado. Na hipótese benigna, por ter acreditado em uma armação. Na hipótese robusta, por ter montado a armação. O mesmo se aplica ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes que, no mínimo, pode ser acusado de ter incorrido em pré-julgamento para gerar uma crise institucional. Em país sério, seria afastado do cargo por seus pares.

Os trechos de grampos até agora divulgados pela Satiagraha mostram jornalistas conversando com Dantas. Como o caso da Janaína Leite, dizendo a Dantas que “acabei com Nassif”. E Dantas mostrando preocupação pelo fato de Diogo Mainardi ter desembestado e aberto a guarda - provavelmente quando perdeu o rumo no episódio do Relatório Italiano e acabou divulgando o PDF e se desmacarando.

A inVeja (revista?) não esclarece se os jornalistas gravados foram flagrados em atividade legal. Suspeita-se que não.

Luis Nassif

Ceará - Cid Gomes, o Papai Noel da caatinga

De Felipe Patury:

Há um ano, o governador do Ceará, Cid Gomes, dispensou uma licitação de compra de livros didáticos para fechar um contrato de 7,5 milhões de reais com a editora Aprender. A empresa é ligada a Edgar Linhares, que preside o Conselho de Educação do Ceará e foi assessor de Cid Gomes quando o político era prefeito de Sobral. O Tribunal de Contas do estado considerou que a operação fora irregular e só não mandou cancelá-la porque isso deixaria os alunos sem livros no meio do ano letivo. Na semana passada, Cid mostrou que não está nem aí para o tribunal. Dispensou outra licitação, desta vez de 5,8 milhões de reais, para comprar mais livros da editora Aprender.
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Continua a farra com o dinheiro público. Hoje quem está no poder está pouco se lixando com a lei, com a ética e com a honestidade. Cid Gomes depois de fazer festa com a sogra na Europa as custas do contribuinte, continua favorecendo os amigos.
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Também com a impunidade imposta pelo Cappi Dei Tutti Cappi Luiz Inácio Lula da Silva todo o mundo agora quer uma beiradinha e se lucupletar com o dinheiro público.
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Perto desta quadrilha Daniel Dantas parece até santo. Aliás, ele é sócio da família.

Eles acreditam que o dinheiro do povo nasce em árvore

No caso da aprovação pelo congresso de mais de sete mil vagas de vereadores concordo com Lula. Este aumento é desnecessário, e ainda acrescento, é imoral.
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Reproduzo comentário de Josias de Souza que lista quem votou contra e quem votou a favor desta imoralidade,
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Apenas seis senadores ousaram acomodar o interesse do contribuinte acima da conveniência dos vereadores.
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Na votação da proposta que recriou 7.343 vagas nas câmaras municipais, anotaram "não" no painel eletrônico:
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1) Álvaro Dias (PSDB-PR); 2) Cristovam Buarque (PDT-DF); 3) Kátia Abreu (DEM-TO); 4) João Pedro (PT-AM); 5) Raimundo Colombo (DEM-SC); e 6) Tião Viana (PT-AC).
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Os outros senadores presentes à sessão votaram "sim". Gilvan Borges (PMDB-AP), que pressionara a tecla "abstenção", foi ao microfone para retificar o voto: "sim".
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Aloizio Mercadante e Eduardo Suplicy, ambos do PT de São Paulo, criticaram a ausência de imposição de limites para as despesas das câmaras municipais.
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Na hora de votar, porém, a dupla disse "sim". A votação foi feita em dois turnos. Houve senadores que votaram apenas num round.
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Na turma do "não", por exemplo, Álvaro Dias só votou no primeiro turno. Cristovam, só no segundo.
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Na turma do "sim", Renan Calheiros só deu as caras no painel na rodada final.
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A lista abaixo, organizada por Estado, traz os nomes de todos os senadores que ajudaram a aprovar a proposta no segundo turno (58 no total).
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O signatária do blog optou por essa lista por que ela é mais completa do que a do primeiro turno.
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Eis os nomes da turma do "sim":
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1. Alagoas: Ada Mello (PTB) e Renan Calheiros (PMDB);
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2. Amazonas: Arthur Virgílio (PSDB) e Jefferson Praia (PDT);

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3. Amapá: Gilvam Borges (PMDB) e Papaléo Paes (PSDB);

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4. Bahia: Antônio Carlos Junior (DEM) e César Borges (PR-BA);

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5. Ceará: Inácio Arruda (PCdoB), Patrícia Saboya (PDT) e Tasso Jereissati (PSDB);

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6. Distrito Federal: Adelmir Santana (DEM) e Gim Argello (PTB):

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7. Espírito Santo: Gerson Camata (PMDB), Magno Malta (PR) e Renato Casagrande (PSB);

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8. Goiás: Demóstenes Torres (DEM), Lúcia Vânia (PSDB) e Marconi Perillo (PSDB);

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9. Maranhão: Roseana Sarney (PMDB);

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10. Mato Grosso: Serys Slhessarenko (PT), Gilberto Goellner (DEM) e Jayme Campos (DEM);

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11. Mato Grosso do Sul: Delcídio Amaral (PT) e Valter Pereira (PMDB);

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12. Minas Gerais: Eduardo Azeredo (PSDB) e Wellington Salgado (PMDB);

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13. Pará: Flexa Ribeiro (PSDB) e José Nery (PSOL);

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14. Paraíba: Cícero Lucena (PSDB);

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15. Paraná: Flávio Arns (PT) e Osmar Dias (PDT);

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16. Pernambuco: Marco Maciel (DEM);

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17: Piauí: Heráclito Fortes (DEM), João Vicente Claudino (PTB) e Mão Santa (PMDB);

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18. Rio de Janeiro: Francisco Dornelles (PP), Marcelo Crivella (PRB) e Paulo Duque (PMDB);

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19. Rio Grande do Norte: José Agripino (DEM) e Rosalba Ciarlini (DEM);

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20. Rio Grande do Sul: Paulo Paim (PT), Pedro Simon (PMDB) e Sérgio Zambiasi (PTB);

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21. Roraima: Augusto Botelho (PR), Mozarildo Cavalcanti (PTB) e Romero Jucá (PMDB);

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22. Rondônia: Expedito Júnior (PR), Fátima Cleide (PT) e Valdir Raupp (PMDB);

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23. Santa Catarina: Ideli Salvatti (PT) e Neuto do Conto (PMDB);

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24. São Paulo: Aloizio Mercadante (PT) e Eduardo Suplicy(PT);

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25. Sergipe: Antônio Carlos Valadares (PSB) e Virgílio de Carvalho (PSC);

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26. Tocantins: João Ribeiro (PR) e Leomar Quintanilha
(PMDB).
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O placar a favor da emenda só não foi mais elástico por que houve 19 ausências.
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Vale recordar: A proposta que recria 7.343 vagas de vereador havia sido votada na Câmara em 28 de março.
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Entre os deputados, apenas dez se animaram a votar contra. Houve 359 votos a favor. Anotaram-se quatro abtenções.
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O texto da Câmara incluía um artigo que reduzia as despesas das prefeituas com as câmaras de vereadores.
No Senado, esse pedaço do texto foi suprimido. Converteu-se num projeto à parte, chamado tecnicamente de "PEC (Proposta de Emenda à Constituição) Paralela". Para ser votada sabe Deus quando.
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Escrito por Josias de Souza
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Lembrem-se destes nomes nas próximas eleições