Dilma não será refém de partidos

E está redondamente enganado quem imagina, sonha em colocar faca no pescoço dela. Coitado do individuo que pensa isso, não conhece nem um poquim a Muié.

Vera Rosa – O Estado de S.Paulo

Testemunha privilegiada dos bastidores do Palácio do Planalto, o ex-seminarista Gilberto Carvalho sempre atuou longe dos holofotes, como chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Há quatro dias, Dilma Rousseff deu-lhe uma ordem sem direito a réplica: "Gilbertinho, passe um Gumex no cabelo e ponha um terno bem bonitinho porque vou anunciá-lo na sexta-feira como ministro da Secretaria-Geral da Presidência."

As horas se passavam e nada de anúncio. Até que, muito tempo depois de ter lido um salmo do Evangelho de Cada Dia – prática adotada desde 2003, antes de iniciar o expediente -, Carvalho telefonou para a presidente eleita. "Você me deve um vidro de Gumex", cobrou ele, rindo. Foi quando Dilma leu para o futuro ministro a nota, que acabara de ser redigida, oficializando sua indicação. "Eu tardo, mas não falho", disse ela.

Na noite de sexta, Carvalho recebeu o Estado em seu gabinete no Planalto, decorado com fotos de seus cinco filhos – dos quais duas meninas adotivas – e imagens de São Francisco e do Espírito Santo. O homem que será ouvidor dos movimentos sociais ficou com os olhos marejados ao falar do apoio dado a ele por Lula quando teve de depor na CPI dos Bingos, em 2005, e garantiu que Dilma não será refém de partidos.

Diante das cotoveladas entre o PT, o PMDB e outros aliados por cargos no primeiro escalão, Carvalho pediu que todos mantenham a calma. "Ninguém engana a Dilma nem deve achar que na base do grito vai levar alguma coisa", avisou. "A pior coisa que tem é botar a faca no pescoço dela."

A Secretaria-Geral da Presidência vai mudar de perfil no governo Dilma?

Até se pensou nisso, mas a conclusão foi a de que a secretaria deveria permanecer com a mesma natureza, que é o trabalho de articulação e diálogo com os movimentos sociais no seu amplo espectro. Aí estão incluídos os movimentos sindicais, movimento popular, ONGs, igrejas…

O presidente Lula sempre diz que os movimentos sociais salvaram o governo dele. Por quê?

Ele se refere à questão de 2005, quando houve aquela ameaça de impeachment. Uma vez ele falou para mim: "Esses caras falam de impeachment porque não sabem da minha relação com o povo." Mas eu diria que os movimentos salvaram o governo em outro aspecto também. Esse diálogo, que em geral é tenso, permitiu a Lula ter novos projetos, como o ProUni.

É justa a reivindicação de salário mínimo de R$ 580?

É papel das centrais sindicais reivindicar, tensionar com o governo. Eu diria que justo seria um salário mínimo talvez de R$ 1, 5 mil, do ponto de vista de uma vida digna e decente para todos os brasileiros. O governo, por seu turno, tem de ver o que pode fazer sem irresponsabilidade. Temos um acordo com as centrais de um reajuste permanente do mínimo. Não adianta dar aumento muito acima e no ano seguinte ter de recuar porque isso pode provocar crise na economia, nas prefeituras.

O sr. é um dos últimos sobreviventes do núcleo duro do governo Lula. Como é o presidente na intimidade?

É uma pessoa muito boa de lidar, que vai deixar saudade. É duro, muito duro. Às vezes fico com pena dos ministros que recebem certos telefonemas dele. Fico com pena de mim mesmo (risos). Acho que fui o cara que mais apanhou nestes oito anos aqui, até pela proximidade. Para azar nosso, ele tem uma memória prodigiosa.

Cobra resultados?

Cobra. E sem misericórdia. Mas, ao mesmo tempo, é o cara que dois minutos depois já esqueceu aquilo e é superafetuoso. Tem um episódio que nunca vou esquecer na minha vida.

Qual?

Foi quando eu fui exposto, na CPI dos Bingos (em 2005), por causa da questão de Santo André. O presidente sabia da maldade de tudo aquilo, um jogo político, mas podia ter se livrado de mim. E houve um dia em que teve aquela acareação com os irmãos do Celso Daniel (prefeito assassinado de Santo André). Lula ia viajar às 18 horas. Eu cheguei de volta do Congresso lá pelas 19 horas e ele estava na minha sala me esperando. Atrasou a viagem, passou a mão na minha cabeça e falou: "Gilbertinho, você não tem uma cachacinha pra gente tomar aí, não?" Um cara desses você morre por ele. Sou um privilegiado.

Como o sr. explica ter se tornado réu em processo de corrupção na Prefeitura de Santo André?

Sou réu num processo civil a partir de denúncia feita por um dos irmãos do Celso, dizendo que eu contei para ele que levava dinheiro para o José Dirceu. Não tem prova nenhuma. É doloroso para mim ser acusado de uma coisa que não devo. Eu faço 60 anos em janeiro e meu capital não chega a R$ 300 mil.

Quais as diferenças de estilo entre Lula e Dilma?

A diferença mais forte é essa questão do carisma e da relação com o povo. Dilma é uma militante que veio da classe média, que participou da luta social e foi se aproximando aos poucos dos movimentos. Bem antes da eleição, ela dizia que, mesmo que nada desse certo, o presidente tinha lhe dado um grande presente.

Que presente?

Era justamente essa aproximação com o povo. Ela dizia que tinha medo de ser uma relação demagógica, essa coisa de abraçar criancinha, mas que se sentiu emocionada ao se aproximar das pessoas. Isso a fez mudar por dentro. E a Dilma é uma pessoa muito sensível. Um dia, quando ela era ministra de Minas e Energia, estávamos conversando sobre poesia e no dia seguinte me trouxe as obras completas de Adélia Prado.

Agora, ao indicá-lo para ministro, ela lhe fez algum pedido especial?

Na primeira conversa mais clara sobre a Secretaria-Geral, há uns dez dias, ela falou: "Gilbertinho, preciso de você para me dizer as verdades. Você vai ficar do meu lado criticando, falando as coisas com clareza. Preciso de você me trazendo a sensibilidade dos movimentos sociais." Fiquei muito animado.

O fato de a futura presidente não ter traquejo político não pode torná-la refém dos partidos, principalmente nessa disputa por cargos entre o PT e o PMDB?

Quero dizer que não convém nunca subestimar a Dilma. Quem o fez quebrou a cara na campanha eleitoral. Ela mostra uma capacidade de aprendizado e de habilidade política surpreendentes. Ninguém engana a Dilma nem deve achar que na base do grito vai levar alguma coisa. A pior coisa que tem é botar a faca no pescoço dela porque aí a reação é mais dura. Ela não será refém. Aliás, é fundamental que ela tenha essa ligação fortíssima com os movimentos sociais, que pode funcionar como contraponto a esse tipo de pressão.

Mas na montagem do novo governo já houve um curto-circuito, quando o governador do Rio, Sérgio Cabral, anunciou o ministro da Saúde e teve de recuar, depois de uma rebelião no PMDB…

E você viu qual foi a atitude dela, não é? A Dilma tem essa vantagem, é muito transparente. É natural que haja tensões. Agora, se fosse atender a todas as demandas, teríamos de ter uns 60 ministérios…

O presidente sugeriu a Dilma que mantivesse muitos ministros. Isso não deixa a nova gestão com cara de governo antigo?

Eu sou testemunha de muitas conversas entre os dois. Quando a Dilma pergunta, ele dá opinião. Mas Lula age com muito cuidado e tem opiniões diferentes de algumas das nomeações que ela fez.

Em que cargos?

No Banco Central, por exemplo. É verdade que o governo Dilma tem um pouco da cara do governo Lula. Agora, você sabe que o ministério que começa não é o que termina. É natural que, aos poucos, Dilma vá dando cada vez mais a feição dela ao governo.

Lula sentirá falta do Planalto?

Ah, sim, está muito mais emotivo. Outro dia quando o Franklin (Martins, secretário de Comunicação Social) lembrou que era 1.º de dezembro, ele deu um grito. "Não, não, não. Não fale isso!", disse. Lula vai sentir muita falta. Ele se preparou para isso e adora ser presidente. Para deixar, vai ter síndrome de abstinência (risos).

Ele disse a José Dirceu que vai desmontar a farsa do mensalão. O que significa exatamente isso?

Lula quer fazer, fora da Presidência, uma análise detalhada do que foi, de fato, aquele processo. Quando fala em farsa do mensalão é porque está convencido de que nunca foi dado dinheiro para alguém votar com o governo. Ele não nega erros e problemas de uso de recursos. Nega o nome mensalão. E sempre disse: "Quem comprou voto foi o Fernando Henrique na reeleição."


Barak vietcong Obama

O vietnamita Barak Obama e os super-herois fujões...

Mestre Ziraldo, que  desta vez não  entrou como deveria ter entrado, mas entrará proximamente na Academia Brasileira de Letras, foi responsável pela maior das charges jamais desenhadas no século  passado. No auge da Guerra do Vietnam, mostrou  os maiores super-heróis  numa carreira desabalada. Com expressões de horror e espanto,  fugiam o Super-Homem,  o Capitão América, o Batman, o Robin, o Homem de Ferro e outros. Fugiam de quem? De um pequenino vietnamita com aquele chapéu em forma de cone.

Está na hora de o  nosso maior cartunista repetir a dose, quem sabe agora incluindo nos super-heróis alguns  dos tempos modernos, do tipo Volverine, Quarteto Fantástico, Homem-Aranha  e outros. Só que não estariam mais correndo de medo de  um esquelético vietcong. Atrás deles estaria o Barack Obama...


A balança das palavras

Conta-se que um homem, ao morrer, encontrou-se num vasto campo, onde outras almas aguardavam que os anjos do céu viessem buscá-las. Embora essas almas viessem de todas as partes do mundo, falavam uma só língua.

      Bem na frente da fila ele pôde ver que umas poucas subiam alegres para o céu enquanto muitas, aos gritos, eram levadas para um grande abismo.

      Ele reparou que para cada um havia uma balança de pratos que ora pendia para um lado ora para o outro, decidindo, assim, o destino daquela pessoa. Muito aflito, perguntou a quem estava ao seu lado: "Você saberia me dizer o que significa aquela balança, o que ela pesa?"

      "Não sei ao certo", respondeu o outro, "mas acredito que seja a balança da caridade. Ela pesa a quantidade de caridade que alguém pratica na vida. Se alcançar um determinado valor, a pessoa é levada para o céu. Se não, vai para as trevas."

"Não", disse a alma da frente, que ouviu a conversa. "Não pode ser. Viajava conosco um homem muito rico. Ele era famoso por toda caridade que fazia.
 
Construiu igrejas, hospitais, orfanatos e escolas. Mas, para minha surpresa, vi que a balança pendeu contra ele, lançando-o no abismo. No entanto, uma senhora idosa, que se sentava ao meu lado no trem e que era muito pobre, foi levada para o céu."

"Talvez, então, seja a balança da pobreza, e só os pobres sobem para o céu. Assim sendo, creio que subirei, pois tudo que tive na vida foi um bom emprego, uma boa casa e um bom carro. Não tive a vida de riqueza e luxo que muitos tiveram",conclui o homem.

    "Mas, veja", disse o outro, "em relação a tantas pessoas que viveram pelas ruas, sem emprego, sem casa e sem carro, você foi rico. E eu também. Isso me assusta a cada passo que me aproximo da balança. Quem foi realmente pobre ou realmente rico?"

"É, você tem razão! Não faz sentido ser a balança da pobreza, da riqueza, da beleza, da sabedoria, dos méritos, da força, da arte ou da ciência."

  Havia um homem na fila que tinha paz. Seu rosto era tranquilo e seus olhos tinham um brilho radiante. Aquela alma desesperada se aproximou dele e implorou: "Dize-nos: sabes o que pesa aquela balança?"

  E o homem disse: "Essa é a balança das palavras. Ela pesa tudo o que dissemos em nossa vida terrena. A boca fala do que o coração está cheio. São, portanto, as palavras a expressão do coração de cada um, e são elas que nos condenam ou nos absolvem", explicou o homem confiante.

A alma aflita indagou: "Quem te garante que a balança penderá para o teu lado?"
"Porque pronunciei as palavras mais lindas que existem e vieram do mais profundo do meu coração.

Elas têm peso maior do que qualquer outra palavra frívola que, porventura, eu tenha pronunciado em um momento de fraqueza. São elas: Senhor Jesus, eu Te aceito como meu salvador pessoal. Entrego-Te a minha vida de todo o meu coração. Salva a minha alma, Senhor, porque sou um pecador", respondeu o homem.   Disse Jesus: "Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo; porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado.

Sarau de 18 de dezembro


Convite

Uma mensagem a todos os membros de Portal Luis Nassif

Pessoal,
clique aqui para acompanhar as informações sobre o Sarau do dia 18 de dezembro.
Já temos mais de 15 músicos confirmados.
Local será o Espaço Savassi, na rua Minas Gerais 193 - paralela à Angélica, perto da Paulista.
Horário: a partir das 15:00.
O endereço acima servirá de mural de recados, para vocês combinarem a vinda (no caso de morarem em outra cidade), trocarem informações sobre hotéis, etc.

Visite Portal Luis Nassif em: http://blogln.ning.com/?xg_source=msg_mes_network

 


As tias

 Ofélia não morreu
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Telegrama mostra que Brasil estava certo

por Nilson Fernandes

 O chanceler Celso Amorim disse nesta sexta-feira que o telegrama em que o embaixador americano em Honduras, Hugo Llorens, afirma não ter dúvidas de que houve um golpe "ilegal e inconstitucional" no país mostra que o Brasil estava certo no episódio.

"Fomos criticados aqui por muitos e o embaixador americano reconhece que aquilo ali foi um golpe, que contrariava a democracia nas Américas."

O telegrama, vazado pelo site WikiLeaks, foi enviado a Washington em 23 de julho de 2009, quase um mês depois da deposição do presidente Manuel Zelaya.

No texto, Llorens analisa juridicamente o episódio e afirma que a ação dos militares, da Corte Suprema e do Congresso Nacional não teve respaldo na Constituição hondurenha.

O embaixador americano diz que a tese de que Zelaya violara a lei ao organizar um referendo sobre a convocação de uma Assembleia Constituinte "não foi provada" e que a acusação de que ele pretendia prolongar seu mandato é uma "suposição".

Homem com H


Considero sempre oportuno relembrar histórias verdadeiras de brasileiros de verdade. Leonel Brizola tinha um primo chamado José Calixto, que em 1961 liderou um grupo de trabalhadores rurais sem terra, espécie de MST da época - sem os vícios de alguns setores do movimento, hoje em dia -, na região Noroeste do Rio Grande do Sul. Ao tomar conhecimento de que os militares teimavam em não aceitar a posse do vice-presidente João Goulart, com a renúncia de Jânio Quadros, Calixto reuniu 5 mil homens com suas pás e enxadas e seguiram a pé na direção de Porto Alegre, para lutarem em defesa da legalidade.

Na metade do trajeto, sufoco para alimentar aquele monte de gente, o líder fez uma parada e disse aos comandados: ´Eu vou deixar vocês roubarem um pouquinho. Quem quiser roubar um pouquinho dê um passo a frente´! Uma centena aderiu. E José Calixto disse: ´Agora eu sei quem são os ladrões. Os que deram um passo a frente estão fora. Ladrão não luta pela Pátria´!

Sábias palavras do líder camponês José Calixto. Como é que eu vou defender a minha Pátria se não passo de um reles ladrão? É triste olhar hoje algumas figuras muito falantes do Parlamento se dizendo patriotas e, por trás delas, fortunas colossais acumuladas de forma ilícita, a maioria depois que ingressaram na vida pública. Pior é que passam aos filhos a forma de proceder.
Neno