Os abutres estão chegando

Gastos calculados no chute mostram a natureza dos nossos governantes




"Não é apenas mais uma tragédia, essa de proporções inimagináveis, já considerada até por respeitáveis órgãos internacionais, como "a maior da nossa História". É a catástrofe da imprudência oficial, do descaso, da desatenção, do descuido e da cumplicidade".

Hélio Fernandes

Teresópolis ainda nem havia enterrado seus mortos e o prefeito Jorge Mario Sedlacek (PT) já calculava em R$ 590 milhões o dinheiro federal necessário para "reconstruir" a cidade.

De onde essa soma? Em três dias, quando muitas áreas atingidas ainda não haviam sido alcançadas, nenhum gênio seria capaz de fazer estimativas. Mas o prefeito Jorge Mário Sedlacek já tinha os números na ponta da língua...

...Enquanto a população procura na solidariedade incansável amenizar o sofrimento das vítimas e até mesmo purgar o seu descuido na escolha dos governantes, os abutres querem saber é por onde tirarão seus ganhos das facilidades oferecidas pela situação de calamidade configurada, de fato, no desespero generalizado, e de direito, no decreto do governador.

Daqui a pouco, a catástrofe sairá da mídia e se transformará numa pálida lembrança de um povo acostumado a tais infortúnios na mansidão cultivada conforme os hábitos e costumes destes dias mal inspirados.

Os abutres sabem que para suas incursões insaciáveis não há áreas de risco. Afinal, vivem num país onde reinam os picaretas, encastelados nas fortalezas do Estado e nos seus anexos terceirizados, fruindo de um ambiente de tal promiscuidade que amaldiçoa como inconveniente quem não reza por sua cartilha. 

 

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Ilusões de Ótica

Raridade nas amizades verdadeiras

Dizem que não faz um amigo quem nunca fez um inimigo. Em uma das suas "Máximas", o Marquês de Maricá, que em nossa geração jamais foi levado a sério, já dizia: "Quando moços, contamos tantos amigos quanto conhecidos; porém, maduros pela experiência, não achamos um homem de cuja probidade fiemos a execução de nosso testamento".

E dizia mais: "Quem não tem amigos, merece encontrá-los; quem não tem nenhum, nunca os desejou". De mim, confesso: sempre fui muito seleto com amigos, e tive-os poucos, desde a juventude distante. Sei daqueles que nos cumprimentam com a ponta dos dedos, quase com nojo, e sei dos que nos procuram por interesse profissional ou pessoal.

Não confundo amigos com meros conhecidos, aproximados sem nenhuma razão especial. Esqueço-os no dobrar da esquina. Outro dia, dei-me ao trabalho de fazer uma lista dos amigos mortos. De amigos que só voltarei a encontrar dentro de mim, trazidos pela memória. Valha-me Deus! São 5, 10, 15... Um cemitério!

Ainda bem que os levo comigo, por onde quer que vá, e os ressuscito na luz de minhas recordações. É isso mesmo a saudade: -- o dom privativo de reviver os amigos mortos. Lembra-me poucos, bem poucos, alguns apenas pelo apelido, mas os vejo todos de olhos fechados, através das luzes de um passado já distante.

Agora, de todo afastado das ruas, preso a trabalhos no computador, numa espécie de exílio voluntário (com os telefones desligados), vivo na paz doméstica, com a família que eu amo, meus livros, minhas músicas, o cachorrinho Yorshire, meus pássaros. Tem coisa melhor? Não digo que me fecho aos colegas que me procuram.

Afinal, não sou homem de caverna. Mas repito: -- o tempo é seletivo, gosta de compor florilégios. Feita a escolha, aviva as imagens, banha-as de uma luz generosa, eliminando os excessos. A infância e a juventude constituem, por isso mesmo, suas inspirações prediletas, nem sempre rigorosamente fieis, já que a distância no tempo por vezes nos engana.

Mesmo assim, conservam para sempre as linhas fundamentais das amizades verdadeiras. Hoje, da minha geração, resta apenas um, com quem almoço a cada 15 dias. Como observa Henry Adams. "Um amigo durante a vida é muito; dois é demais; três, quase impossível. A amizade exige um certo paralelismo de vida, uma comunhão de ideias, uma rivalidade de objetivos". leia http://hapassos.blogspot.com)
Briguilino

A Globo resolveu usar a triste situação da Região Serrana do Rio para fazer politicagem

Para isso recorreu a uma edição absolutamente tendenciosa, o que é comum naquela emissora, mas que não se esperava que chegasse a tanto.

No Jornal Nacional, desta sexta-feira, 14, os editores utiilizaram passagens da reunião ministerial convocada pela Presidente Dilma Rousseff e juntaram as imagens a um texto que tratava enfaticamente da ajuda aos desabrigados e às cidades atingidas.

No texto, a repórter dizia que a tragédia da Região Serrana ocupara boa parte da pauta do encontro interministerial. Mas as imagens mostradas eram de um momento de descontração dos ministros em que mesmo a presidente sorria. A intenção dos editores era mostrar uma cena de descaso com o drama do Estado do Rio.

Essas pegadinhas de edição são muito comuns entre amadores. No youtube, podem ser encontradas centenas delas.

Mas não é hora de profissionais responsáveis pela informação pública brincarem de pegadinha quando o assunto é tão sério.

Ali Kamel é o responsável último por esta falta de respeito ás vítimas da tragédia e por este uso político do drama de milhares de pessoas.

Veja a armação aqui.

por Weden


por Carlos Chagas

A agonia do neo[caduco]-liberalismo...

Vale, por um dia, começar além da  política nacional, arriscando  um mergulho lá fora. O que continua a  acontecer  na França, onde montes de carros, escolas, hospitais e residências comuns estão sendo queimados e saqueados?    Qual a razão de multidões de jovens irem para as ruas, enfrentando a polícia e depredando tudo o que encontram pela frente?  Tornando quase impossível a vida do cidadão comum, não apenas em Paris, mas em muitas cidades francesas,  onde instaurou-se o caos. Por que?

É preciso  notar que o protesto vem das massas, começando pelas  massas excluídas,  de negros, árabes, turcos e demais  minorias que buscaram na Europa  a saída para a fome, a miséria e  a doença onde viviam, mas frustraram-se,  cada vez mais segregados, humilhados e abandonados. Exatamente como em seus países de origem.

Não dá  mais para dizer que essa monumental  revolta é outra solerte manobra do comunismo ateu e malvado. O comunismo acabou. Saiu pelo ralo.  A causa do que vai ocorrendo repousa  precisamente no extremo  oposto: trata-se do resultado do neoliberalismo. Da consequência de um pérfido modelo econômico e político que privilegia as elites e os ricos, países e pessoas, relegando  os demais ao desespero e à barbárie. Porque sempre que se registra uma crise econômica nas nações neoliberais, a receita é a mesma, seja na França ou na Grécia, em Portugal ou na Espanha: medidas de contenção anunciadas para reduzir salários, cortar gastos públicos,  demitir nas repartições e nas fábricas, aumentar impostos e taxas.

Fica evidente não se poder concordar com a violência.  Jamais justificá-la.  Mas explicá-la, é possível.  Povos de nações e até de continentes largados ao embuste da livre concorrência, explorados pelos mais fortes,   tiveram como primeira opção emigrar para os países ricos. Encontrar emprego, trabalho ou  meio de sobrevivência. Invadiram a Europa como  invadem os Estados Unidos, onde o número de latino-americanos cresce a ponto de os candidatos a postos eletivos obrigarem-se a falar espanhol,  sob pena de derrota nas urnas.

Preparem-se os  neoliberais. Os protestos não demoram a atingir outras  nações   ricas.   Depois, atingirão os ricos das nações  pobres. O que fica impossível é empurrar por mais tempo com a barriga a  divisão do planeta entre inferno e paraíso, entre  cidadãos de primeira e de segunda classe. Segunda?  Última classe, diria o bom senso.

Como refrear a  multidão  de jovens sem esperança, também  de homens feitos e até de idosos,  relegados à situação  de  trogloditas em pleno século XXI?  Estabelecendo a ditadura, corolário mais do que certo do neoliberalismo em agonia? Não   vai dar, à   medida em que a miséria se multiplica e a riqueza se acumula.  Explodirá tudo.

Fica difícil não trazer esse raciocínio para o Brasil. Hoje, 40  milhões de brasileiros vivem abaixo da linha da pobreza, sobrevivendo com a metade desse  obsceno salário  mínimo que querem elevar para 540 reais.  Os bancos lucram bilhões a cada trimestre, enquanto cai o poder aquisitivo dos salários. Isso para quem consegue mantê-los, porque, apesar da propaganda oficial, o desemprego continua presente.   São 15 milhões de desempregados em todo  o país, ou seja, gente que já  trabalhou com dignidade e hoje vive de biscates, ou, no reverso da medalha,  jovens que todos os anos gostariam de entrar  no mercado sem nunca  ter trabalhado.

Alguns ingênuos imaginam que o bolsa-família e sucedâneos resolveram a questão, mas o assistencialismo só faz aumentar as diferenças de classe. É crueldade afirmar que a livre competição resolverá tudo, que um determinado cidadão era pobre e agora ficou rico. São exemplos da exceção,  jamais justificando a regra de que, para cada um que obtém sucesso, milhões  continuam na miséria.

Seria bom o governo Dilma  olhar para a França. O rastilho pegou e não será a polícia francesa que vai  apagá-lo. Ainda que consiga,  reacenderá   maior   e mais forte pouco depois. Na Europa, nos Estados Unidos e sucedâneos.   Até ou especialmente entre nós. Ainda  agora assistimos a tragédia na serra fluminense,   com   os ricos e os remediados fugindo, mas com a população pobre, majoritária, submetida  à morte e à revolta.

A globalização  tem, pelo  menos, esse mérito: informa em tempo real ao  mundo que a saída deixada às massas encontra-se na rebelião. Os que nada tem a perder já eram maioria, só que agora estão  adquirindo consciência, não só de suas perdas, mas da capacidade de recuperá-las através do grito de "basta", "chega", "não dá mais para continuar".

Não devemos descrer da possibilidade de reconstrução. O passado não está aí para que o  neguemos, senão para que o integremos. O passado é o nosso maior tesouro, na medida em que   não  nos dirá o que fazer, mas precisamente o contrário. O passado  nos dirá sempre o que evitar.

Evitar,   por exemplo, salvadores da pátria que de tempos em tempos aparecem como detentores das verdades absolutas, donos de todas a soluções e proprietários de todas as promessas.

O ritmo acelerado de Dilma trabalhar

Há apenas 15 dias no cargo, a presidente Dilma mostra, com várias mudanças, que não pretende ficar restrita a um governo de continuidade. Arregaçou as mangas e, entre muitas medidas, exigiu dos ministros ajustes em estruturas emperradas há anos, pediu aceleração nas verbas destinadas à versão rural do programa Minha casa, Minha Vida e acionou a Advocacia-Geral da União para tentar acordos com grandes devedores da Previdência. Ela está decidida até a proteger a indústria nacional dos produtos importados da China.



Prioridade da Defesa Civil é prestar socorro a áreas isoladas

4 dias após tragédia, equipes de resgates conseguem chegar a regiões ilhadas

O comandante da Defesa Civil estadual, coronel Flávio Castro, disse ontem que a prioridade é resgatar vítimas das enchentes na Região Serrana que estão em áreas isoladas desde as chuvas de quarta-feira passada.

O prefeito de Teresópolis, Mário Jorge, informou que, enfim, equipes de resgate começaram a chegar a três locais onde havia moradores ilhados, quantro dias depois da tragédia.
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"Os helicópteros do Corpo de Bombeiros estão trabalhando diariamente, levando comida e água para as áreas isoladas e resgatando quem ficou lá", disse ele, acrescentando que o trabalho será feito até que as máquinas consigam desobstruir os acessos àquelas regiões.

O número de mortos na Região Serrana já chega a 555 na tragédia que é considerada uma das maiores do planeta.

A cidade com mais vítimas é Nova Friburgo, com 248. Em seguida, vem Teresópolis, com 238, Petrópolis registra 43 mortes e São José do Vale do Rio Preto tem quatro.

Ontem, o governador Sérgio Cabral decretou luto oficial no estado por sete dias.