Financismo: A falência do modelo

Nas telinhas, temos visto cenas degradantes vindas da Grécia. A polícia trata a população como se constituída de criminosos. Gás lacrimogêneo em profusão, balas de borracha e até de aço, pancadaria e  prisões em massa. Tudo porque a população protesta contra a fórmula clássica  de enfrentar crises econômicas: aumento de impostos, redução de salários, demissões aos montes, cortes nos investimentos sociais e sucedâneos. Governo e elites financeiras, precisamente os causadores das dificuldades atuais, continuam vivendo muito bem e sustentando que só assim a Grécia poderá continuar pagando  empréstimos e remunerando a especulação externa. Um dia a casa cai, pois o modelo toma conta da Europa: Portugal, Espanha, Irlanda, Turquia e outros países padecem do mesmo mal e engolem a mesma  receita.
Carlos Chagas

Surf feminino

imagem.asp?Imagem=514546Maior recordista do surf feminino brasileiro, Tita Tavares fala das conquistas e desafios no retorno às competições

No ano de 2009, a surfista cearense Tita Tavares sofreu uma grave lesão no tornozelo esquerdo que a tirou do Circuito Brasileiro de Surf Profissional. Com a perda da vaga, ela, que é detentora de nada menos que quatro títulos nacionais da categoria, teve de participar do circuito de acesso para recuperar sua vaga. Com tal objetivo, Tita passou o ano de 2010 focada na sua reabilitação profissional.

E seu retorno a elite do surf feminino foi em grande estilo. Na primeira etapa do Brasil Surf Pro, realizada no último final de semana na Praia do Cupe, situada no famoso balneário de Porto de Galinhas/PE, a cearense acabou sendo o maior destaque da competição terminando como vice-campeã da disputa.

"Acredito que ainda posso competir em alto rendimento por mais ou menos dez anos. Tenho 35 anos e atualmente, uma de minhas maiores preocupações é com minha velhice, aposentadoria, essas coisas", afirmou Tira acrescentando, "não tenho ideia de como vai ser, mas confio em Deus e no surf e sei que vou encontrar uma saída para conseguir envelhecer com dignidade e sempre me orgulhar da vida que escolhi para mim", afirmou a atleta.

História de títulos

A pequena notável cearense sempre foi um prodígio do surf. Aos cinco anos começou a surfar como a maioria dos seus ídolos: com pranchas feitas de madeira pelo próprio irmão. Foi nessa época que ela começou a ser chamada de Tita.

"O nome Tita vem por causa da rua que sempre morei que se chama Titan e da minha praia, o Titanzinho, pois, desde criancinha, quando ainda tinha cinco anos de idade, eu já vivia lá, observando os primeiros surfistas cearenses pegando suas ondas. Foi assim que todo mundo começou a me chamar de Tita e é por isso carrego esse nome com muito orgulho", declarou.

Contudo, não foi da noite para o dia que Tita conquistou os resultados que a tornaram a maior recordista do surf feminino brasileiro de toda a história.

E tudo começou quando os amigos Amélio Júnior e Romero Jucah, atualmente dirigentes esportivos ligados ao surf, viram o potencial que aquela criança apresentava e passou a procurar empresas que a patrocinassem. Em pouco tempo, ela já estava viajando o Brasil e impressionando a todos que viam o seu alto rendimento, que anunciava uma campeã em plena fase de construção.

Foi assim que Tita ingressou no mudo das competições onde, entre outras façanhas, começou a enfrentar e vencer torneios disputados entre os homens. Ela conta que, naquela época, a categoria feminino dispunha de raríssimos campeonatos e, por isso, precisava competir com os marmanjos. Para a atleta, não se pode negar que o surf feminino evoluiu nos últimos dez anos. Mas está longe do ideal.

LEGADO
Novas Titas estão a caminho

Quando Tita Tavares está no Titanzinho, uma verdadeira legião de meninas a segue por onde quer que ela vá. E durante a manhã e a tarde em que nossa equipe acompanhou essa estrela do surf cearense e brasileiro não foi diferente. As meninas se esforçavam para impressioná-la. Foi o caso de Larissa dos Santos, que aos 13 anos de idade já ganhou várias competições. Ela é a atual campeã cearense da categoria Iniciante do Circuito de Surf Amador. Também levou o Circuito Seletiva Petrobras, importante competição que revela talentos.

Larissa nos conta que está seguindo todos os conselhos de Tita. Desde o cuidado com as notas na escola até a disciplina de treinos. "Tita é um verdadeiro exemplo. Também sonho em viajar pelo mundo, surfar no Havaí e em muitos outros lugares e, principalmente, levar o nome do Ceará e do Brasil para o topo dos pódios do mundo inteiro, assim como ela fez e continuará fazendo por muitos anos", comentou Larissa com os olhos brilhantes de quem sonha em seguir os passos da ídolo.

Boa influência

Durante um dia inteiro, nossa equipe pôde acompanhar a rígida rotina de treinos da maior surfista cearense de todos os tempos. Estivemos com ela desde o início do dia, quando foi treinar no Portão - segundo Tita, a melhor praia do Ceará para se surfar quando a maré está bem seca, até o sol se por - onde nos mostrou tudo o que aprendeu em seus 30 anos de surf.

Foi o momento para perceber a importância do surf para a comunidade do entorno da Praia do Titanzinho, localizada no Bairro do Serviluz. Lá, diferentemente do que observamos em outras áreas periféricas da cidade, muitas das crianças conservam sonhos incomuns para os mais novos. Enquanto outros estão sonhando com bolas, bicicletas e bonecas, e não têm a mínima ideia do que querem ser quando crescer, as crianças do Titanzinho sonham em ser atletas profissionais.

Serão as futuras Titas, a dar continuidade à história que foi e continua sendo escrita por essa cearense arretada de apenas 1,45m, que com muito treino, talento e dedicação, conseguiu se tornar uma gigante do surf.

Veja mais no blog Manobra Radical

 por ÍKARA RODRIGUES


por Luis Fernando Verissimo

Lido

Outra carta da Dorinha
Recebo outra carta da ravissante Dora Avante. Sim, ela está viva. A notícia de que teria desaparecido durante uma lipoaspiração que não soubera onde parar foi um pouco exagerada, segundo suas próprias palavras. Dorinha, como se sabe, não revela a idade. Diz que não comemora mais seu aniversário "para não banalizar a data". Só Deus e o Pitanguy sabem quantos anos ela tem e Dorinha confia na discrição dos dois.
Sua carta veio, como sempre, escrita com tinta grená em papel violeta aromatizado com o perfume "Mange moi" — que, de acordo com a defesa do Strauss-Kahn, era o que a camareira da Guiné estava usando naquela tarde.
"Caríssimo. Beijíssimos! Sim, sou eu, ou um fac-símile razoável. Acho que depois da última plástica sobrou muito pouco do original. Não, eu não estava morta, estava em Miami, que é pior. Na volta vim num avião com trezentas crianças, todas com chapéus do Mickey Mouse. Cada vez entendo menos as críticas a Herodes, claramente um injustiçado.
Na praia conheci um surfista chamado Dwayne que gostou tanto dos meus seios que não tive coragem de dizer que nenhum dos dois era meu. Como você sabe, fui a primeira mulher a fazer ‘topless’ numa praia brasileira, embora não seja verdade que o padre Anchieta protestou. Dwayne e eu conversamos, apesar de ser difícil saber quando um americano está falando ou mascando chiclete mais alto, e marcamos um encontro mais tarde na minha cama. Onde nos conhecemos no sentido bíblico mas numa versão condensada, passando rapidamente de Atos a Apocalipse, pois descobri que o Dwayne se chamava Argemiro e era de Governador Valadares. E não queria ser pago em dólares mas em reais, que valem mais. No verão que vem, Praia de Ramos. Onde pelo menos quando você exclama ‘Jesus!’ não aparecem três cubanos e dizem ‘si?’.
Mas tudo isso é para contar que eu e meu grupo, as Socialaites Socialistas — Tatiana (‘Tati’) Bitati, Lusimara (‘Lus’) Trosa, Cristina (‘Qui’) Coisa e as outras —, estamos nos mudando para Brasília, para estarmos por perto caso a Dilma nos chame para o ministério. Não é para bajular mas sou totalmente a favor do sigilo eterno para os documentos da República. Vai que apareçam os versinhos safados que o marechal Dutra me mandava! Da tua Dorinha."

Aposentados e pensionistas


Contribuir para a Previdência Social no Brasil está sendo um negócio sem garantia. O trabalhador contribui para 10 salários de referência e quando completa a idade e os 35 anos de contribuição, por causa do maldito fator previdenciário, de cara ele sai perdendo no seu benefício, no ato da aposentadoria, 40% no caso dos homens e 50% no caso das mulheres. Se o Presidente da Câmara, Deputado Marco Maia agir como um verdadeiro homem público, e liberar os PL’s 01/07, 3299/08 e 4434/08, o fator previdenciário deverá cair e os direitos dos aposentados e pensionistas poderão ser restabelecidos, é só os Deputados aprovarem e a Presidente Dilma não vetá-los.
Odoaldo Vasconcelos Passos 
Belém - PA 

07 anos sem Brizola, quanta falta ele faz

Uns dizem que ele vive. Onde? Como? Quem lhe segue os passos e preserva seu legado?

"Vi um homem chorar porque lhe negaram o direito de usar três letras do alfabeto para fins políticos. Vi uma mulher beber champanha, porque lhe deram esse direito negado ao outro.
Vi um homem rasgar o papel em que estavam escritas as três letras, que ele tanto amava. Como já vi amantes rasgarem retratos de suas amadas, na impossibilidade de rasgarem as próprias amadas.
Vi homicídios que não se praticaram, mas que foram autênticos homicídios: o gesto no ar, sem consequência, testemunhava a intenção. Vi o poder dos dedos. Mesmo sem puxar o gatilho, mesmo sem gatilho a puxar, eles consumaram a morte em pensamento.
Vi a paixão em todas as suas cores. Envolta em diferentes vestes, adornada de complementos distintos, era o mesmo núcleo desesperado, a carne viva;
E vi danças festejando a derrota do adversário, e cantos e fogos. Vi o sentido ambíguo de toda festa. Há sempre uma anti-festa ao lado, que não se faz sentir, e dói para dentro.
A política, vi as impurezas da política recobrindo sua pureza teórica. Ou o contrário...Se ela é jogo, como pode ser pura. Se ela visa o bem geral, por que se nutre de combinações e até de fraudes".
Carlos Drummond de Andrade, no poema escrito quando o TSE, sob influência do general Golbery, lhe tirou o PTB, entregando-o de mão beijada a uma aliada da ditadura.


Nesta terça-feira, dia 21 de junho, o calendário registra o sétimo ano da morte de Leonel de Moura Brizola. Nesse dia, a igreja católica lembra São Luís Gonzaga, o jovem que recusou o fausto de uma vida aristocrática para dedicar-se à evangelização, tendo morrido com pouco mais de 20 anos. Daí ser o "Patrono da Juventude".  Já a literatura lembra o nascimento de Machado de Assis, em 1839.

O 21 de junho é também o Dia da Mídia, que coincidência, e, mais emblemático ainda, é o dia em que começa o inverno em nosso país, quando o frio deita e rola, como pode? Mas para este escriba inconformado, essa data é um marco dramático: depois da morte do caudilho, em circunstâncias surpreendentes, a história do Brasil sofreu um colapso fatal. Parou no tempo e no espaço. E o povo perdeu aquele que mais ousou, que fez da coragem o exemplo infelizmente abandonado.

Como Leonel de Moura Brizola não existirá mais ninguém. Ele não chegou à Presidência da República, como sua ex-pupila Dilma Rousseff, mas e daí?

Fosse o triunfo a qualquer preço o elemento de avaliação não existiria nem o cristianismo. O enviado do Deus todo poderoso foi sacrificado na cruz porque incomodava os "sábios do templo". E, segundo a Bíblia, quando os sacerdotes judeus pediram sua cabeça a Pilatos, Jesus Cristo foi abandonado por seu povo, que preferiu Barrabás, o zelota que atacava os dominadores romanos, em ações de "guerrilha".

E não existirá mais ninguém porque o mundo hoje é dos ambíguos e dos transgênicos. É o mundo em que a biruta é a referência única dos profissionais da vida pública, todos, sem exceção: os indignados rabugentos ou estão a sete palmos ou são tratados como loucos desvairados,  inconvenientes  e jurássicos.

Ninguém nestas terras ousaria mais o embate desigual contra a potência imperial, muito menos contra a mais poderosa rede midiática do mundo, inflada no auge do obscurantismo e feita guardiã implacável da lavagem cerebral massiva e da imbecilidade compulsiva, graças às quais o charme da meninada que ainda podia espernear esmaece no gáudio das prebendas, ou se esvai no delírio ensimesmado ou na fuga dos alucinógenos hodiernos.

O trágico na lembrança de Leonel de Moura Brizola foi o corte epistemológico que su a morte encerrou, como se a tirania das elites houvesse ordenado a estigmatização de seu dístico. Uma corte inquisitorial oculta vedou as portas do destino a tudo o que lhe dizia respeito: suas idéias, seu modo de ser, seus compromissos, seus sentimentos combatentes.

Lembrar Leonel de Moura Brizola hoje é apenas mandar rezar uma missa. Suas barricadas foram desmontadas, pelo menos nestes dias arrivistas. Seus "continuadores" trocaram as armas da eloquência varonil pelo pires na mão.

Em seu nome, servem a Deus e ao diabo, bastando que se lhes saciem a gula anã. Já não ousam o despojado sonho de um porvir soberano e justo. Cuidam, tão somente, de encherem suas burras com as sobras dos podres poderes.

Não acreditam mais, ou talvez nunca acreditaram, na virtude das idéias. Não diferem dos outros, todos esses empostados que lavam as mãos com alcool depois de cumprimentarem os maltrapilhos. Que se dizem em pú blico vestais dos bons modos, mas que, protegidos pela penumbra dos conluios, se jogam de cabeça na roleta das negociatas em causa própria.

Uns aindam dizem no devaneio ou na má fé que Brizola vive. Onde? Como? Quem lhe segue os passos nos confrontos com os senhores do mundo? Hoje, lamento constatar, o brizolismo que se declara como tal, de propriedade lavrada em cartório, não passa de uma troça eleitoreira destinada tão somente a catapultar os mais espertos de seus restos mortais?

Não pense que falo de um ser  sobrenatural. Longe disso. Alma camponesa, ele próprio se enredou em erros elementares, frutos de um modo de ser desconfiado. Tinha mais olhos para os oportunistas subservientes do que para os divergentes leais. Nem sempre preservou a coerência em seus atos, e olha que a coerência ainda era uma de sas virtudes.

Sua sensibilidade epidérmica o levava a reações passionais. Não era um político, n a acepção da palavra. Não gostava de ser questionado em público e falava muito mais do que ouvia. Ouvir, aliás, não era seu forte, a não ser o canto dos bajuladores. Faltava-lhe inclusive visão estratégica na compreensão do processo histórico.

Mas esse ser político tão despreparado para o jogo do poder, era, porém, até por isso, a dignidade em pessoa. O patriotismo que o moldou ainda nos pampas era mais relevante do que tudo o mais. A identificação natural com os oprimidos o fazia mais legítimo defensor das causas sociais do que qualquer teórico do mundo novo ou mesmo qualquer ativista classista.

Leonel de Moura Brizola, enfim, é alguém cujos 82 anos de lutas ainda vão ser lembrados no futuro com o relevo que seus contemporâneos negam. Será uma lembrança rica pelo caráter singular de sua personalidade, por sua combatividade insone e pelo contexto infame desses anos terríveis que a tantos emporcalham.

Será o inventário do mais injustiçado dos brasileiros, cujo destemor contará no resgate de valores incorporados à sua história e enterrados em seu sepulcro.

Nesse então, palavras como patriotismo, justiça social, soberania nacional, educação decente e respeito à dignidade humana se fundirão numa única legenda: Leonel de Moura Brizola.

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Inscrições do Sisu terminam hoje

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As inscrições para a quarta edição do Sistema de Seleção Unificada serão encerradas hoje (19/06) às 23h59. 
Criada pelo Ministério da Educação no ano passado, o SISU unifica a oferta de vagas em instituições públicas de ensino superior. 
Para o primeiro semestre deste ano, são oferecidas 26 mil vagas em 48 instituições. 
Podem participar estudantes que fizeram o ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio de 2010 -. 
Os candidatos interessados devem acessar o site e escolher duas opções de curso, elegendo sua prioridade.

Mensagem do Dia


A ausente
Há várias espécies de dores capazes de atingir os corações humanos.

Qual a mais intensa?

Parece-nos ser aquela que estamos sentindo no momento.

Temos o costume de esquecer o passado e valorizar o sentimento presente como se nada de pior já tivesse acontecido, ou pudesse vir a acontecer.

Isso é uma tendência muito natural do ser humano. Mesmo assim, existem sofrimentos que se distinguem dos outros, e assumem perante a maioria das criaturas uma condição de maior gravidade.

A morte de um ser querido, por exemplo. Não há quem não se comova, sofra, sinta verdadeiramente quando um ser amado abandona o envoltório corporal e parte para outro plano da vida.

Pouco importa se a desencarnação foi repentina, ou não; se foi violenta, ou serena. Não interessa se aquele que partiu já contava com avançada idade, ou se ainda era jovem.

Não há como mensurar essa espécie de dor. E cada um a sente, e reage a ela, de forma diversa. Há aqueles que se entregam, blasfemam e se revoltam. Há outros que choram, mas que aceitam, envolvendo suas dores no bálsamo da prece e da fé.

Há, ainda, os que buscam modos nobres e belos para render novas homenagens àqueles que já se foram.

Assim parece-nos ter agido o poeta Augusto Frederico Schmidt, que toca nossos corações com os seguintes versos:

"Os que se vão, vão depressa,

Ontem, ainda, sorria na espreguiçadeira.

Ontem dizia adeus, ainda da janela.

Ontem vestia, ainda, o vestido tão leve cor-de-rosa.

Os que se vão, vão depressa.

Seus olhos grandes e pretos, há pouco, brilhavam.

Sua voz doce e firme faz pouco ainda falava.

Suas mãos morenas tinham gestos de bênçãos.

No entanto hoje, na festa, ela não estava. Nem um vestígio dela, sequer.

Decerto sua lembrança nem chegou, como os convidados,

Alguns, quase todos, indiferentes e desconhecidos.

Os que se vão, vão depressa

Mais depressa que os pássaros que passam no céu,

Mais depressa que o próprio tempo,

Mais depressa que a bondade dos homens,

Mais depressa que os trens correndo, nas noites escuras,

Mais depressa que a estrela fugitiva que mal faz traço no céu.

Os que se vão, vão depressa.

Só no coração do poeta, que é diferente dos outros corações,

Só no coração sempre ferido do poeta

É que não vão depressa os que se vão.

Ontem ainda sorria na espreguiçadeira,

E seu coração era grande e infeliz.

Hoje, na festa ela não estava, nem sua lembrança.

Vão depressa, tão depressa os que se vão ..."

***

Não permita que sua dor, seja ela causada pelo motivo que for, o impeça de perceber a beleza de cada momento.

Não deixe que suas lágrimas, por mais sentidas e justas que sejam, turvem sua visão, impossibilitando que seus olhos vejam a vida com clareza e serenidade.

Dedique aos amores que partiram pensamentos otimistas e repletos de confiança no reencontro futuro, sem desespero nem revolta.

Se hoje, na sua rotina, pareceu-lhe que ninguém notou a dor que lhe invadia intensamente o peito, saiba que nada, nem mesmo nossas angústias, passam despercebidas ao pai.

Confie, persista e prossiga, sempre.