por Ferreira Gullar

%7B18D1AD89-C13D-422D-83C8-6FCC3E9C28DA%7D_ferreira.jpg Desconfio que algo de novo está acontecendo no planeta. Começou no Oriente Médio e no norte da África e agora se estende por outras partes do mundo, chegando até o Brasil e os Estados Unidos.

É evidente que estou generalizando, uma vez que o que levou as pessoas às ruas no Egito e na Líbia não foi a mesma coisa que agora as mobiliza em quase cem países e quase mil cidades. As causas são diversas e o número de manifestantes varia muito de país para país.

Não obstante, podemos chegar a uma primeira conclusão: por mais diferenças que haja entre essas manifestações, boa parte delas têm em comum serem espontâneas e não terem sido organizadas por partidos políticos nem entidades de classe. São o que apelidei de "manifestações do povo desorganizado".

Há ainda outras diferenças, uma vez que as motivações não são as mesmas e o adversário a vencer tampouco, já que no Egito e na Líbia, por exemplo, o inimigo era o regime autoritário, antidemocrático, e nos Estados Unidos ou na Itália não se trata disso.

Por essa mesma razão, naqueles países, o objetivo era pôr abaixo o regime, ainda que a custo de uma guerra civil, enquanto, do lado de cá, seja na França ou na Grécia, protesta-se contra medidas conjunturais, tomadas pelo governo, em face da crise que lhes abala a economia. Devemos observar, no entanto, que, embora coincidindo em alguns aspectos, essas manifestações diferem pouco dos atos de protesto mais ou menos habituais.

Já o que ocorre em países como os Estados Unidos e o Brasil tem outro caráter, não apenas porque não tem por trás partidos políticos e sindicatos como porque os motivos daqueles outros protestos são conjunturais, diria mesmo tradicionais.

O leitor pode estar achando pouco clara essa minha exposição, e com razão, porque, de fato, esforço-me, eu mesmo, para entender o que ocorre ao mesmo tempo em tantos países e que não é fácil de definir.

Mas vamos tentar. Comecemos por um fator que é novo e comum a essas manifestações do povo desorganizado: a internet. Sem ela, certamente seria impossível mobilizar tanta gente para trazer a público seu descontentamento ou sua indignação.

Na Líbia, na Síria, o povo se ergueu contra a falta de liberdade e os privilégios de que gozam os donos do poder, e clama por democracia. Onde há democracia, como nos países ocidentais, as causas do descontentamento são outras; atrevo-me a dizer que se rebelam contra os excessos do regime capitalista. E aqui me parece estar a novidade. É isso aí: os jovens dos países capitalistas vão à rua para exigir mudanças radicais no capitalismo.

A coisa ainda não está explícita e daí a dificuldade de apreendê-la e defini-la. Mas é isso que me parece surgir nas ruas dessas numerosas cidades: uma visão crítica do capitalismo que não tem nada a ver com Karl Marx nem com o que se define como esquerda.

Se meu palpite está certo, trata-se de um fenômeno pelo menos curioso: alguns líderes dessas manifestações denunciam o que há de negativo no regime econômico que conquistou o mundo inteiro, até mesmo a China, onde o Partido Comunista se mantém no poder.

Como essas manifestações nada têm de ideológico, consequentemente não pretendem substituir o capitalismo por outro sistema econômico, isto é, substituir a propriedade privada dos meios de produção pela propriedade social daqueles meios, tal como pregava o marxismo e que resultava, de fato, em entregar a gestão da economia aos burocratas do partido.

Ninguém mais pensa nisso e, não obstante, os indignados de hoje consideram o capitalismo um regime injusto, cruel e corrupto, que não pode continuar como está.

Os comunistas diziam a mesma coisa, para apresentar, como alternativa ao governos burgueses, a ditadura do proletariado (que, aliás, nunca ocorreu). Mas isso está fora de cogitação.

Não obstante, tendo derrotado o comunismo e se tornado o dono do pedaço no mundo inteiro, o capitalismo agora é questionado - sem "parti pris" ideológico - por aqueles que nunca leram Marx.

Por isso mesmo, não podem os seus defensores alegar que os que estão nas ruas exigindo mudanças são subversivos a serviço de Moscou ou de Pequim, hoje tão capitalistas quanto Nova York ou Londres. 


Algumas manchetes deste domingo

Diário do Nordeste - Copa do Mundo acirra disputa política no Ceará
 

Globo: Corrupção deixa escapar R$ 67 bilhões em 8 anos

Folha: Líbia promete realizar eleições em até oito meses

Estadão: PCdoB monta 'esporteduto' para controlar verba federal

Correio: A vida é um recomeço

Estado de Minas: Todos estão errados

Jornal do Commercio: Um negócio feito de retalhos e contrastes

Zero Hora: Sem prévia da Copa, RS perde US$ 225 milhões

Veja: Dez motivos para se indignar com a corrupção

Época: PCdoBolso

IstoÉ: A nova ciência da mente adolescente

IstoÉ Dinheiro: A reinvenção da Dell por Michael Dell

CartaCapital: Convite à dança



Paul Cézanne

Card Playrs
Re: Há 105 anos morria Paul Cézanne

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Fora Da Liberdade


"Fora da liberdade, não sonhe ninguém a verdadeira prosperidade, material ou intelectual; Vós, os que buscai na terra, amanhada com devoção, os tesouros, que vos oculta o seu seio inexaurivel, não acrediteis que o trabalho possa medrar onde uns homens são servos dos outros, onde a raça perde sua virilidade no cativeiro, onde o torrão que se ara com amor se encrava nos desertos estéreis da escravidão. Vós, os que vos tendes entregado às artes, às letras, às ciências, não esqueçais que de todas elas a mãe é a liberdade, e que sem esta o desenvolvimento é uma quimera fatal." 
Autor: ( Rui Barbosa )

Observe a natureza

Observe a natureza, tudo nela é recomeço. No lugar da poda surgem os brotos novos. Com a água, a planta viceja novamente (renasce). Nada pára. A própria terra se veste diferentemente todas as manhãs. Isso acontece também conosco. A ferida cicatriza, as dores desaparecem, a doença é vencida pela saúde, a calma vem após o nervosismo. O descanso restitui as forças. Recomece. Anime-se. Se preciso, faça tudo novamente." Assim, é a VIDA!"

Enem 2011: 5,3 milhões de inscritos

Provas serão realizadas neste fim de semana


Mais de 5,3 milhões de estudantes brasileiros farão, neste fim de semana, as provas do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, em 1,6 mil cidades do país. Com número recorde de inscritos e de municípios participantes, as provas serão realizadas em 150 mil salas de aula, que serão monitoradas em tempo real.

No primeiro dia, serão aplicadas as provas de ciências humanas e ciências da natureza. O candidato terá 4h30 para concluí-las. No segundo dia, o exame abrangerá linguagens, códigos e suas tecnologias, redação e matemática, com tempo de 5h30 para conclusão.

As provas serão aplicadas, tanto no sábado quanto no domingo, às 13 horas, no horário de Brasília. A abertura dos portões ocorrerá às 12 horas e o fechamento, às 13h. O Ministério da Educação recomenda a todos os participantes que cheguem ao local de realização das provas até 12 horas.

Acesso a universidades - Em 2010, 83 mil estudantes ingressaram no ensino superior por meio do Sistema de Seleção Unificado (SISU), que substituiu o vestibular pelo Enem. Até o último processo seletivo, 83 instituições de ensino haviam aderido ao Sistema; neste ano, a expectativa do MEC é que o número de instituições e de vagas seja maior.

Os estudantes que optam pelo Enem têm ainda a chance de ingressar no Programa Universidade para Todos (ProUni), que concede bolsas de estudos integrais e parciais a cursos de graduação e sequenciais de formação específica em universidades privadas. Desde o início do programa, em 2005, até o segundo semestre de 2011, já foram concedidas pelo ProUni 919 mil bolsas de estudo. Para concorrer às bolsas, o aluno deve ter alcançado no mínimo 400 pontos na média das cinco notas (ciências da natureza; ciências humanas; linguagens, matemática e redação).

Bolsas no exterior - O Enem também será um dos pré-requisitos para o programa Ciência sem Fronteiras, lançado em julho pela presidenta Dilma Rousseff. Para concorrer a uma das 75 mil bolsas de estudo em universidades no exterior até 2014, o aluno deve ter nota mínima de 600 pontos no exame. As áreas prioritárias serão engenharias, tecnologia da informação e ciências exatas e biológicas.

Veja algumas dicas para os participantes do Enem:





Ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão?

A velhinha Briguilina quer saber quem vai ficar com os bilhões que [ dizem ] Muamar Kadafi roubou.

Os dinheiro depositado nos bancos suiços ficaram com os honestíssimos banqueiros suiços?...

Idem, com o $ depositado nos bancos americanos?...

E, será que ele depositou algum nos paraísos fiscais?...

Mas, se por acaso algum destes banqueiros ficar com o dinheiro roubado pelo ditador ladrão, também não é roubo?...

Sei não, mas tenho a impressão que estas perguntas apenas o mister mago Laguardia sabe responder.

Aguardo.