Esse será jornalista da Rede Globo

- Mãe meus colegas de sala de aula me chamaram de mentiroso.
- Cala a boca moleque safado. Tu ainda nem vai para escola.

Edição do JN hoje bateu o recorde do mau caratismo

Sinceramente, com é que pode alguém em sã consciência querer estabelecer algum tipo de nexo entre as 'manifestações' atuais e as manifestações de 68? 

Quer dizer então que a democracia brasileira atual é similar ao regime ditatorial dos golpistas de 64 e que as consequências de se protestar hoje são iguais às consequências de se protestar ao tempo do regime de exceção?

Como alguém pode comparar o que ocorre hoje com o que ocorria na década de 70? Onde está a ditadura militar? Onde está o AI-5, a censura, a tortura, os exílios, o Doi-Codi, o Dops e quetais?

O Brasil vive o seu maior e mais duradouro período de democracia política, em toda a história.

Há excessos por parte da polícia? Óbvio que sim. Isto é tão certo quanto dois e dois são quatro!

Mas, por obséquio, não pisem e não estraçalhem a história deste país. Não comparem o ato de protestar hoje, em 2013, com o ato de protestar em 1973!

É preciso uma ampla dose de mistificação para tecer esse tipo de comparações, totalmente descabidas, diga-se de passagem.

Diogo Costa

Mais Médicos 1 máfia de jaleco branco 0

No fla-flu aberto com as demonstrações de junho, a esquerda ganhou a primeira partida. Não me refiro à redução no preço das passagens, pois esta foi concedida no susto, sob o impacto de protestos que mobilizaram o espectro ideológico inteiro. A vitória “gauche” se deu no campo da medicina.
Provavelmente orientado por pesquisas, o governo percebeu que a saúde unificava os jovens das passeatas à insatisfação popular expressa na queda de apoio aos governantes. Resolveu, então, desengavetar o Mais Médicos, apresentando-o como resposta à voz das ruas. Embora não se dirigisse às grandes cidades, onde os movimentos foram mais fortes, o programa tinha a sensibilidade social necessária para o momento.
Movida por um sentimento de força conjuntural, talvez pela presença massiva de bandeiras brasileiras e cartazes contra a corrupção nas avenidas, a direita encampou o corporativismo de uniforme branco, estimulando as associações de classe a uma oposição frontal ao projeto do Executivo. Engrossadas ainda pela irritação da classe média a tudo que venha do PT, as primeiras reações ao plano de trazer estrangeiros foram tão veementes que pareciam condenar a iniciativa a não sair do papel.
O erro da direita foi não ter percebido que a força da proposta estava na sua fraqueza. Com efeito, o Mais Médicos não vai reverter as graves deficiências vigentes nas extensas periferias metropolitanas. Para tanto, é provável que só uma reforma tributária, profunda o suficiente para gerar recursos de monta, fosse capaz de realizar o preceito constitucional de um verdadeiro sistema único e público de saúde.
Mas, justamente por se dirigir a comunidades afastadas –onde, aliás, está hoje a base eleitoral do lulismo– nas quais não há atendimento algum e os profissionais brasileiros não querem ir, a proposta tem legitimidade inquestionável. Em poucas semanas, as corporações ficaram isoladas, sendo obrigadas a recuar para um obsequioso silêncio. Enquanto isso, a aprovação governamental voltava a subir.
Para coroar, houve o condimento simbólico. Embora duramente criticada pelos setores democráticos da esquerda, Cuba ainda mora no coração de boa parte dos que sonham com uma sociedade igualitária. O despojamento e a disposição dos médicos cubanos que aqui desembarcaram, alvos de preconceitos absurdos, deu um quê de superioridade moral ao time vermelho.
Contudo, atenção: as batalhas decisivas se darão no terreno da política econômica, no qual, cumpre ressaltar, nada indica que o resultado, qualquer que seja, venha a ser obtido de modo tão ameno. O campeonato prenuncia-se longo.
André Singer 

A vida real é uma coisa. A vida virtual é outra coisa!

"Não posso deixar de comentar que há mais de dois meses venho sendo bombardeada na internet com informações de que hoje seria o maior protesto da história do Brasil e até mesmo de que haveria um golpe militar. Fui abordada virtualmente por todo tipo de paranóico e neurótico, muita gente deesquerda, todos preocupadíssimos com o que poderia acontecer hoje. Por várias vezes, escrevi aqui que não havia motivo para pânico. Hoje, neste belo sábado de sol, a História me dá razão. Os que foram às ruas levantaram, em sua maioria, as bandeiras progressistas de sempre. A direita radical enfiou a viola no saco ao descobrir que a guerra fria acabou. Recomendo a todos que procurem entender que não será fácil repetir a façanha de junho. Os Anonymous já tentaram uma greve que fracassou e hoje fracassaram de novo abraçados às viúvas da ditadura. Recomendo ainda que percebam que a realidade é caprichosa e não gosta de ficar imitando a internet toda hora. Um bom final de sábado a todos".

E se tu não tivesse nascido?

Pesquisando na internet sobre músicas românticas, encontrei uma que me chamou a atenção, principalmente pela quantidade de versões, em mais de vinte idiomas, disponibilizados em centenas de endereços no youtube: "Et Si Tu N´existais Pas", cuja tradução é o título que encima a crônica de hoje. É ela que inspira a imaginação do cronista...

Se você, minha querida, não tivesse existido, que importância eu teria de ter vindo ao mundo? A vida é uma existência em miniatura todo um universo, uma experiência que deve ser aproveitada a cada momento porque o tempo não volta no espaço. E eu vivi, principalmente depois que conheci você, minha querida. Como seria o meu mundo, se você não tivesse feito parte dele? Tudo valeu à pena, mesmo que eu carregue um monte de arrependimento pelos excessos, pelos erros, pelas falhas, mas foi você que me fez conhecer o significado mais profundo do amor. Se você não tivesse existido, eu teria que inventar esse sentimento. E como diz a letra da música, querida, eu me senti um artista do meu jeito, um pintor que diante de você viu, entre seus dedos, nascerem todas as cores, sentiu todos os perfumes, provou de todas as emoções... E vibrou, e se perdeu nas loucuras a que teve direito...


Se você não tivesse existido na minha vida, querida, diga-me agora: que importância teria eu ter existido, mesmo que já não estejas mais dentro dos meus abraços nem sendo a boca perfumada que completou o beijo mais divino? Outras mulheres que passaram pelos meus braços apenas serviram como referencial para mostrar a importância que você teve para mim e do quanto amei e fui amado enquanto durou.

Se você não tivesse existido na minha vida, querida, eu não teria passado de um ponto dentro de um texto enorme nos capítulos desse mundo que vem e que vai.

Eu teria me sentido perdido e teria passado a vida inteira precisando de você mesmo sem lhe ter conhecido, visto teu rosto, sentido o aroma da tua pele.

Enfim, se você não tivesse existido, como teria sido a minha vida? Talvez tivesse sido apenas uma aparência e jamais uma verdade, mesmo com todas as mentiras que contei por conta dos medos que senti, da insegurança por ter passado muito tempo sem acreditar que te merecia e que estavas ali comigo por puro amor.

Eras mais do que eu podia supor e tive medo de acreditar. Se você não tivesse existido na minha vida eu não teria descoberto tantos segredos da própria vida e da felicidade pelo simples fato de ter acordado tantas vezes ao teu lado e poder te olhar bem cedo pela manhã e passar o dia com a melhor das imagens para os meus olhos: o teu rosto!

Se você não tivesse existido na minha vida, ela teria sido sem esperanças, sem arrependimentos e sem poder acreditar outra vez em valores como o do teu coração de ouro... E você existiu... E lembrar disso é a melhor certeza de que fui feliz. Se você não tivesse existido, como eu poderia ter tantas lembranças para continuar sendo poeta, sendo romântico, olhando estrelas e acreditando nelas?

Preparando o almoço

Com a esposa adoentada, marido encara o fogao e vai fazer o almoço.

- Luuu, onde ta o sal, ja procurei em todo canto e não encontrei. A mulher pensa: "Eita homem lezado". E responde:

- Será possível tu num encontra nada? Tai debaixo dá pia, dentro duma vasilha de plástico que tá escrito açúcar.

Mentiras yanques - Já assisti esse filme antes

John Kerry anunciou esta semana, na Casa Branca, que os Estados Unidos têm “provas irrefutáveis” do uso de armas químicas pelo governo sírio. Traços de gás sarin teriam sido encontrados no sangue e nos cabelos de voluntários que participaram do resgate de civis atingidos logo após um suposto ataque do governo contra rebeldes no dia 21 de um agosto.
Já vimos esse filme. O uso de armas de destruição em massa pelo governo de Saddam Hussein também foi apresentado de forma inconteste e irrefutável pelo governo norte-americano.
Em nome dessa “certeza”, o Iraque foi bombardeado e invadido, suas defesas foram destruídas por corajosos jogadores de vídeo-game instalados a bordo de aviões e porta-aviões, sem um único combate corpo a corpo, e morreram milhares de crianças e civis iraquianos.
E até hoje nem uma única arma de destruição em massa foi encontrada – apesar de milhares de soldados norte-americanos terem também sido mortos ou feridos, tentando ocupar o território virtualmente “conquistado”, de onde os EUA já se retiraram, depois de centenas de bilhões de dólares em gastos.
Na época, o inspetor da ONU Hans Blix – que deu uma entrevista esta semana ao jornal britânico The Guardian dizendo que não há justificativa para um ataque ocidental à Síria – negou que houvesse armas de destruição em massa no Iraque e teve sua missão em Bagdá interrompida pelos bombardeios norte-americanos.
Os EUA costumam usar, sem nenhum escrúpulo, seus eventuais aliados, e depois livrar-se deles sem nenhuma consideração moral ou ética.
Foi assim, quando se aliaram a Saddam armando-o na guerra contra o Irã, para depois destruir o seu regime sob um pretexto falso, e persegui-lo até a execução de sua sentença de morte por enforcamento, no dia 30 de dezembro de 2006 em Bagdá.
Foi assim que fizeram com Osama Bin-Laden – com cuja família os Bush tinham negócios – depois de apoiá-lo na guerrilha contra os russos no Afeganistão, até cercá-lo e abatê-lo desarmado, na frente de sua família, no dia 2 de maio de 2011, em Abbotabad, no Paquistão.
E foi assim que aconteceu também com Muamar Kadhaffi, capturado de mãos nuas e espancado brutalmente até a morte, em 20 de outubro do mesmo ano, em Sirte, na Líbia, a ponto de ter seu corpo transformado em um hambúrguer diante das câmeras de seus verdugos, armados pelos mesmos países ocidentais que antes o recebiam e apoiavam.
Agora, a história se repete. Os EUA e as grandes redes de meios de comunicação do ocidente procuram desqualificar a denúncia da inspetora da ONU Carla Del Ponte, de que teria levantado evidências, na Síria, de que gás sarin estaria, na verdade, sendo usado pelos “rebeldes”, apoiados pelo Ocidente, com a intenção de culpar o governo de Bashar Al Assad pelo seu uso.
Ao invadir outros países sem provas e sem autorização das Nações Unidas, os Estados Unidos agem como os nazistas, que deram início à Segunda Guerra Mundial com uma farsa que completou há três dias exatos 74 anos.
No dia 31 de agosto de 1939 a SS nazista simulou a invasão de uma rádio de língua alemã, na cidadezinha fronteiriça de Gleiwitz, por tropas do exército polonês, para divulgar uma falsa mensagem conclamando a população da Silésia a se revoltar contra Hitler.
Para dar o máximo de verossimilhança aos fatos, os oficiais de Himmler, disfarçados de soldados poloneses, levaram com eles, também vestidos com os mesmos uniformes, 12 prisioneiros de campos de extermínio, que foram abatidos no local, ao final da operação, para que seus cadáveres servissem de prova da suposta ”invasão” polonesa. No dia seguinte, 1 de setembro de 1939, as tropas de Hitler, já agrupadas na fronteira, invadiriam a Polônia, dando início à Segunda Guerra Mundial.
Ressabiado, talvez, pela participação – sem provas que a justificassem – da Grã Bretanha na Guerra do Iraque, o Parlamento inglês negou na última semana ao Primeiro-Ministro James Cameron autorização para participar do ataque à Síria.
O mundo espera que o Congresso dos EUA, obedecendo à opinião da maioria da população norte-americana, tome atitude semelhante. E que Obama recue, como pode acabar fazendo, de seu plano contra a Síria, estabelecido, como afirmou John Kerry, em sua entrevista na Casa Branca, para “mandar uma firme mensagem” a outros países, como a Coréia do Norte e o Irã.
Não se pode aceitar que a mesma nação que apóia e financia, com bilhões de dólares, o exército golpista egípcio – para que seus soldados massacrem a população civil nas ruas do Cairo – ataque ou bombardeie Damasco, sob pretexto de defender a liberdade.
Mauro Santayana