Leilão de Libra: Uma grande Vitória política para o Brasil

Rafael Patto
Hoje, amanhã e durante toda essa semana ainda vai ter muito mimimi nos jornais, tentando diminuir o feito desse leilão.

O fato é que foi uma grande vitória da Petrobras, e o mercado já sentiu isso, basta vermos o salto das ações da empresa.

A imprensa golpista, os partidos de direita e os de pseudo-esquerda ainda vão ficar emburrados, fazendo biquinho, porque as petroleiras dos Estados Unidos não produzirão no campo de Libra, elas deverão se contentar em ser apenas compradoras do petróleo que se extrairá dali. Elas queriam explorar o campo e operar a produção de petróleo, mas não puderam. Se quiserem (e vão querer porque precisam muito), agora as "gigantes do petróleo" vão ter que se contentar em ser apenas compradoras, sem nenhum tipo de privilégio ou ingerência no ritmo da produção (o que interfere na cotação do barril). hehehe

Leilão de Libra, a maior Vitória política de Dilma

A presença minoritária da Shell no consórcio da Petrobras jogou por terra todo o blá-blá-blá de que as regras eram inviáveis, que as empresas comerciais temiam a ingerência do governo, que a partilha era um modelo fadado ao fracasso.

A outra empresa privada, a Total, é muito ligada ao governo francês, que tem participação acionária e já se esperava que pudesse entrar no consórcio por razões estratégicas de abastecimento. Mas não a Shell.

Deixou de queixo caído todos os "mercadistas" que não entenderam que as americanas e inglesas caíram fora por conta da espionagem e a "dupla cidadania" da Shell – também holandesa – a deixou menos exposta ao escândalo.

Nem a Miriam Leitão tem o que falar sobre isso, agora.

Do ponto de vista do resultado econômico do leilão, todos viram que o representante do consóricio esperou até os últimos segundos para entregar aquele envelope.

Claro, porque havia outro, com um lance maior, para o  caso de haver outros na disputa.

Se não há, vai a proposta mínima, até porque a Petrobras não tem como forçar seu aumento se não há licitantes a vencer.

Poderíamos ter alcançado os 80% de participação estatal, mas acabamos ficando, como mostrou o post anterior, em 75,73%.

Duas razões nos impediram,

A primeira, o alto bônus de assinatura, que criou dificuldades de desembolso imediato para a Petrobras. E isso, com todo apoio que este blog deu ao leilão, jamais deixou de ser objeto de crítica, sobretuso porque derivou das necessidades imediatas de caixa do Governo para alcançar a meta de superávit primário, aquele do maldito tripé que a direita e, agora, Marina Silva, endeusam.

A segunda, a pressão política.

Não a das poucas dezenas de manifestantes  ali fora do leilão que, tirando meia-dúzia de provocadores black blocs – são gente nacionalista.

A pressão vem de outros black blocs, os mascarados do mercado, que vêm vandalizando as ações da Petrobras faz tempo, sob a música de desastre que a mídia incessantemente toca para a empresa com mais reservas novas a explorar neste momento no mundo.

Nada isso, entretanto, diminui meu otimismo com a exploração de Libra. Até porque, fora da parcela de lucro embolsada pela União, pela Petrobras e pelas outras empresas do consórcio, existe uma parcela imensa, de algo perto de US$ 300 bilhões, que vai ser apropriada pelo país na forma de salários, compras de insumos e de encomendas com o máximo possível de conteúdo nacional, como é tradição da Petrobras, e que, por isso, vai irrigar nossa economia com impostos e salários.

Nem falo, também, no horizonte de cooperação que ela abre com a China, que lentamente vai assumindo o seu papel de parceiro estratégico do nosso país.

O Brasil está de parabéns. Provamos que é possível juntar a defesa dos interesses nacionais, o controle de nossas matérias primas estratégicas, a eficiência tecnológica e operacional com a necessária captação de recursos para o desenvolvimento de nossa indústria petroleira.

O petróleo teve três fases neste país.

A primeira, a de acreditar que ele existia e encontrá-lo.

A segunda, a de sermos capazes tecnologicamente de extraí-lo, nas difíceis condições onde ele surgiu.

A terceira, agora, a de sermos capazes de mobilizar, sem perder a soberania sobre ele, os recursos necessários a realizar essa imensa riqueza potencial.

Demos um passo gigantesco e seria tolice deixar de reconhecê-lo por acharmos que se poderia ir alguns centímetros além.

E, depois dos retrocessos que a década neoliberal nos obrigou, estamos mais longe do que qualquer um de nós poderia pensar naqueles anos amargos.

Esta caminhada jamais foi fácil, jamais foi simples.

Mas não há de parar nunca.

Por: Fernando Brito

Eleição 2014 e as redes sociais

Empolgados com a oportunidade de abocanhar a parcela de jovens eleitores insatisfeitos com a situação política atual, os pré-candidatos a cargos eletivos em 2014 já mudaram o discurso nos programas partidários na TV. 

A forte rejeição aos partidos políticos em geral, observada nas ruas durante as manifestações de junho, se tornou munição para os marqueteiros políticos.

Com base no grito das ruas, eles querem alavancar a propaganda pessoal dos candidatos, de acordo com especialistas ouvidos pelo R7.

Para as eleições do ano que vem, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mais de 140 milhões de brasileiros devem ir às urnas. Deste total, quase 55 milhões são eleitores com idades entre 16 e 34 anos, ou seja, os jovens e adultos jovens (ver gráfico abaixo). É justamente essa fatia do eleitorado a que mais se manifesta nas redes sociais, com linguagem e agilidade próprias. Por isso, ganharam posição central no radar dos políticos brasileiros.

Alternativa à TV e ao rádio, redes sociais prometem esquentar debate político nas eleições de 2014

Ativo no Facebook, Anonymous assume liderança das manifestações pelo Brasil

O coordenador do MBA em marketing político da USP (Universidade de São Paulo), Victor Aquino, afirma que, apesar da expectativa de uma mudança de atitude para as próximas eleições, tudo ficará apenas no discurso. Aquino diz que não há sinceridade na política, somente marketing.

— A tendência é pensar que as coisas vão mudar por causa das passeatas, então todos os partidos e os políticos vão usar um tipo de linguagem para se colocar ao lado das manifestações. Mas só em princípio. Porque o modo de fazer política no Brasil é antigo, é meramente marketing, não há sinceridade. Após as eleições, o político brasileiro vai continuar sendo exatamente o que é.

A professora de marketing político e campanhas eleitorais da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica) Rosemary Segurado vai além. Ela acredita que ganhar uma eleição pode até "ser fácil" com uma boa campanha publicitária, mas não garante que a gestão será satisfatória.

— As manifestações organizadas pelas redes sociais, mesmo desorganizadas, foram legítimas, e surtiram efeito, dando um susto no político antigo e antiquado. Mas ainda é muito pouco para estabelecer uma mudança efetiva. Não dá para avaliar se na próxima eleição elas [as manifestações] estarão maduras o suficiente para termos resultado, uma consequência dessa participação política por rede social. Mas pode ser um caminho, uma porta de entrada para que aconteça a mudança.

Redes sociais

Para a professora da PUC-SP, as redes sociais devem ter um papel fundamental na Eleição 2014, principalmente como meio de interação entre usuários interessados em contrapor os meios de informações tradicionais.  

— As redes sociais servirão principalmente para fazer a contraposição com os grandes meios, a cobertura eleitoral deles não é neutra, eles têm preferências e as privilegia.

Outro ponto a favor do ambiente virtual que a professora destaca são os debates de temas polêmicos, diz Rosemary.

— As redes sociais vão trabalhar com debates "subterrâneos" no campo da política. Nos já vimos isso na última eleição, inclusive, com temas polêmicos como aborto sendo discutidos num ambiente no qual a visibilidade é grande, mas onde você consegue se esconder, diferente da TV, que mostra quem você é.

Quarta manifestação contra aumento da tarifa de ônibus em SP é marcada por tumulto e detenções

Leia mais sobre Eleições 2014 no R7

Para Aquino, o problema dessas redes é a desorganização, a falta de permanência e o esquecimento. Para ele, mesmo legítimo, nem tudo que circula no universo virtual é confiável e duradouro. Por isso, acaba beneficiando os políticos.

— A política foi transformada em profissão, e os políticos estão há muito tempo nisso. Alguns há mais de 15, 20 anos. E eles percebem intuitivamente a desorganização dessas manifestações em massa e passam a querer dominá-las. Eles sabem que a insatisfação tem data para acabar e se beneficiam disso. É isso que vai acontecer, eles vão focar nos jovens, mas, no final, só vai ficar no que a gente chama de discurso.      

 

Biografia não autorizada

Google venderá publicidade para o Facebook

O cenário de ficção futura se torna realidade: o filme criado de um ponto de vista de ficção, em novembro de 2004, para ser uma peça de museu em 2014 (EPIC 2014 – "Museum of Media History" in the year of 2014) sobre o futuro da mídia, se torna uma realidade com o anúncio de que as rivais se aliaram: o Google irá vender publicidade para o Facebook., "business as usual".Artigo de Harold Jarche: Shifting responsibility by taking responsibility

(http://www.jarche.com/2013/10/shifting-responsibility/)

Briguilinks

Marina julga que apenas ela tem legitimidade

[...] e Campos adere ao corporativismo médico, que é contra Mais Médicos
Depois de se unirem e protagonizarem o mais surpreendente lance político desta quadra da sucessão presidencial, a dupla-parceira governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e ex-senadora Marina Silva (Rede) continua a surpreender. Mais pelo que diz, sem nenhuma sustentação na realidade, do que pelo que promete fazer e não faz: elaborar um programa para o país com base em ideias e projetos.
Nesse sentido, a dupla equipara-se ao restante da oposição, não apresentou nada ainda, nem disse a que veio a parceria que firmou. Marina Silva publicou neste domingo em seu blog um texto com críticas à presidenta Dilma Rousseff que, segundo ela, resolveu desengavetar o Programa Nacional de Agroecologia (lançado na semana passada) de olho nas eleições de 2014, em razão da “forte incidência da agenda da sustentabilidade no cenário político”.
Não é por mera coincidência que, um ano antes da eleição, a mesma Dilma que promulgou as mudanças no Código Florestal, que favorecem o desmatamento, tenha incorporado o desenvolvimento sustentável ao seu discurso”, diz Marina em seu texto. A ex-ministra diz ainda que o plano tem metas “tímidas”. Mas o Programa Nacional de Agroecologia tem previsão de desembolso de R$ 8,8 bi para o crédito agrícola, assistência técnica, extensão rural, inovações tecnológicas e compra de alimentos para programas federais.
Como vocês veem, ultimamente Marina está com o péssimo costume de só ver legitimidade e representatividade em suas ações e críticas. Ela esquece, completamente, suas origens no PT, pelo qual cumpriu dois mandatos de senadora, construindo nosso programa ambiental e exercendo em nome do partido a função de Ministra de Estado do Meio ambiente, quando reduzimos drasticamente o desmatamento da Amazônia.
Desmerecer o programa nacional agroecológico, acusando-o de eleitoreiro por ser da presidenta Dilma e de seu governo, isto sim é que é pura politicagem eleitoral, já que o parceiro de Marina, o governador Eduardo Campos, também é candidato ao Planalto e seus programas e ações de governo têm a mesma legitimidade que os da presidenta Dilma.
Eduardo Campos perdeu a oportunidade de ficar quieto