Depois de se unirem e protagonizarem o mais surpreendente lance político desta quadra da sucessão presidencial, a dupla-parceira governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e ex-senadora Marina Silva (Rede) continua a surpreender. Mais pelo que diz, sem nenhuma sustentação na realidade, do que pelo que promete fazer e não faz: elaborar um programa para o país com base em ideias e projetos.
Nesse sentido, a dupla equipara-se ao restante da oposição, não apresentou nada ainda, nem disse a que veio a parceria que firmou. Marina Silva publicou neste domingo em seu blog um texto com críticas à presidenta Dilma Rousseff que, segundo ela, resolveu desengavetar o Programa Nacional de Agroecologia (lançado na semana passada) de olho nas eleições de 2014, em razão da “forte incidência da agenda da sustentabilidade no cenário político”.
“Não é por mera coincidência que, um ano antes da eleição, a mesma Dilma que promulgou as mudanças no Código Florestal, que favorecem o desmatamento, tenha incorporado o desenvolvimento sustentável ao seu discurso”, diz Marina em seu texto. A ex-ministra diz ainda que o plano tem metas “tímidas”. Mas o Programa Nacional de Agroecologia tem previsão de desembolso de R$ 8,8 bi para o crédito agrícola, assistência técnica, extensão rural, inovações tecnológicas e compra de alimentos para programas federais.
Como vocês veem, ultimamente Marina está com o péssimo costume de só ver legitimidade e representatividade em suas ações e críticas. Ela esquece, completamente, suas origens no PT, pelo qual cumpriu dois mandatos de senadora, construindo nosso programa ambiental e exercendo em nome do partido a função de Ministra de Estado do Meio ambiente, quando reduzimos drasticamente o desmatamento da Amazônia.
Desmerecer o programa nacional agroecológico, acusando-o de eleitoreiro por ser da presidenta Dilma e de seu governo, isto sim é que é pura politicagem eleitoral, já que o parceiro de Marina, o governador Eduardo Campos, também é candidato ao Planalto e seus programas e ações de governo têm a mesma legitimidade que os da presidenta Dilma.
Eduardo Campos perdeu a oportunidade de ficar quieto