Já Serra faz de conta que não leu as declarações do seu vice e diz que o PT tem relações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARCs). Não tem e Serra sabe disso, mas faz um jogo de palavras para escapar do mesmo crime pelo qual seu vice é passível de condenação.
E Serra sabe, pelo menos desde 2002, quando usou as mesmas acusações de vinculação do PT às FARCs na campanha para a eleição daquele ano, que perdeu para o presidente Lula. Agora, ele usa da ambigüidade para manter a acusação ressuscitada agora por seu vice.
Acusação revela como se comportaria se ganhasse eleição
Para um candidato a presidente esse comportamento revela como se comportaria no cargo caso fosse eleito. Para desviar o assunto já que seu vice se retratou publicamente, ele volta a falar do caso Eduardo Jorge - o EJ, vice-presidente executivo do PSDB nacional - um factóide da mídia para favorecer a candidatura presidencial tucana.
Quem expôs o sigilo de Eduardo Jorge foi a imprensa. Foram os dois jornais que tiveram acesso aos dados sob segredo no Fisco - o Correio Braziliense e a Folha de S.Paulo. O Correio noticiou que EJ estava sendo investigado num procedimento legal e normal da Receita Federal; a Folha escrachou os dados de sua declaração de bens e renda. Então, cabe a esses jornais e ao Ministério Público Federal (MPF) explicar como vazaram as informações sigilosas e não ao governo ou ao PT.
Muito menos a campanha de Dilma Rousseff, candidata do presidente Lula, do governo, do PT e dos partidos aliados. O PT - e da mesma forma, a campanha de Dilma, seus integrantes - não tem nada a ver com essa questão da violação de sigilo de EJ. Não há nada, nenhum indício, prova ou acusação contra o PT. Não há nome ou fato algum que ligue o partido a isso.
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