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Xadrez do pós-golpe a morte do novo e a ressurreição do arcaico

Sobre o post "Xadrez do pós-impeachment e da morte do velho" do jornalista Luis Nassif não vou nem comentar os tópicos:

  1. A concretização do golpe
  2. Os protagonistas do pós golpe
  • Grupo Temer
  • Grupo Lula
  • Psdb
  • A lava jato e a PGR
  • Mídia e Mercado
    3. As novas movimentações
  • Internacionalizações e a era dos yuppies
  • A nova Esquerda
Vou me a ter apenas a frases final do artigo, que é a mais pura contradição: "Por enquanto vive-se esse terremoto, no qual o velho morreu e o novo ainda não se fez."

Lendo ao artigo a conclusão óbvia é: Por enquanto vive-se esse terremoto, no qual mataram o novo e ressuscitaram o velho.

Xadrez do pós-impeachment e da morte do velho

Começa a clarear os movimentos em torno do impeachment.

Peça 1 – a concretização do golpe

Afim de que não sejam alimentadas esperanças vãs, há quase consenso de que o golpe se tornou irreversível. O desafio consiste em reverter os votos de seis senadores. Para tanto, Dilma Rousseff teria que se empenhar pessoalmente em algo que abomina: a negociação de favores. E ela não parece disposta a tal.
Os sinais de desistência são nítidos:
1.     A cada dia que passa mais claro fica que a grande meta de Dilma é salvar sua biografia. Fora do poder, as possibilidades são melhores.
2.     Seus assessores principais evitam provocar o STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o golpe. A proposta da volta de Dilma com plebiscito para antecipação de eleições visa apenas manter alguma tocha acesa junto à militância.
3.     No Supremo, prevalece a tendência de lavar as mãos. As acrobacias retóricas do Ministro Luís Roberto Barroso se tornaram um clássico do modelo Poncio Pilatos, acatado por toda a corte.
4.     O próprio Lula já jogou a toalha. Mantém a resistência apenas para consumo externo.

Peça 2 – os protagonistas do pós golpe

Está-se obviamente em um período de transição entre a era democrática pós-Constituinte e os novos tempos, que ainda não se sabe como serão. O golpe machuca fundo, é uma mancha na jovem democracia brasileira. E a maior comprovação da ausência de grandes nomes no Congresso, no Judiciário, nos partidos políticos e na mídia.
Está-se em um processo intenso de recomposição política, com o aparecimento de novos personagens, uma juventude politizada, uma classe média que saiu do armário, todos se alinhando – ainda de forma um tanto caótica – com vistas aos próximos capítulos políticos, as eleições municipais de 2016 mas, principalmente, o pós-eleição..
Nessa transição, entrarão em cena os seguintes personagens políticos.
Grupo Temer
Com o fim de Eduardo Cunha, cria-se um vácuo político que dificilmente será preenchido pelos sobreviventes, Eliseu Padilha, Romero Jucá, Geddel Vieira de Lima, Henrique Alves e Moreira Franco. Cercados pela Lava Jato, sem a simpatia da mídia, a tendência será serem jogados ao mar, um a um. Por absoluta falta de alternativas do sistema de poder, ficará Temer devidamente enquadrado no script imposto pelo mercado.
Grupo Lula.
Lula tenta se colocar como protagonista, investindo sobre deputados descontentes com Temer, como Rodrigo Maia. Baixada a temperatura, tentará se colocar como porta-voz de um grupo eclético, que inclui os partidos da esquerda, os descontentes com Temer e os movimentos sociais. Será peça chave para Temer aspirar a um mínimo de interlocução com a oposição que lhe garanta a governabilidade pelos próximos dois anos. O grande desafio de Lula será garantir as eleições de 2018. Continuará sendo o grande líder popular, mas com atuação restrita no Congresso.
PSDB
Conforme previsto aqui no GGN, ao resumir todo o programa do partido a um antipetismo tosco, FHC e Serra quebraram sua espinha dorsal. Com o PT fora do poder, o PSDB perdeu sua única bandeira unificadora.
Desde 2002, lançou três candidatos à presidência da República: José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves.
Aécio está politicamente condenado pelas delações da Lava Jato. Rompida a blindagem inicial, seu destino ficou indelevelmente amarrado ao de Lula. Tornou-se bola da vez. O que quiserem aprontar com Lula terão que aprontar com Aécio, como prova mínima de isenção.
Alckmin está a caminho do PSB (Partido Socialista Brasileiro). Politicamente, o Brasil é um país tão maluco que o PSB pretende, com Alckmin – provavelmente o mais conservador político da atualidade – conquistar a hegemonia das esquerdas. Há que se indagar aos amigos de Eduardo Campos que tipo de cigarro andam fumando.
Finalmente, na luz, o terceiro presidenciável, José Serra, desmancha-se no ar. Foi assim no governo de São Paulo e está sendo no Ministério das Relações Exteriores. Sem conhecimento da matéria – e, parece, de qualquer tema contemporâneo um pouco mais complexo -, entrou no MRE pretendendo “causar”, com slogans tirados diretamente dos sites da ultradireita, sem a menor noção das sutilezas e sofisticações do jogo diplomático. Desmoralizou-se nas primeiras declarações e, sob pressão, desaparece, preso a uma proverbial insegurança, tão grande que precisou levar FHC a tiracolo na última assembleia do Mercosul por se sentir impotente para defender suas teses de confronto. Sem espaço no PSDB sonha ainda em ser candidato do PMDB. Mas sua única base de apoio é Michel Temer. As delações da OAS e Odebrecht devem liquidar definitivamente com suas pretensões.
A Lava Jato e a PGR
A esta altura do campeonato, há que se separar as intenções da Lava Jato e da Procuradoria Geral da República.
A Lava Jato pretende-se um poder autônomo. Sob a liderança do procurador Carlos Fernando dos Santos tem afrontado o STF (Supremo Tribunal Federal) no episódio de participação nos resultados da operação, vetado pelo Ministro Teori Zavascki.
Santos tem reiterado essa posição em todo acordo de delação firmado. Assumiu praticamente a liderança de uma rebelião de procuradores, investindo contra tribunais superiores que ousam colocar freios à sua atuação; criticando decisões do Supremo. Não apenas afrontou a decisão de Teori como investiu pela mídia contra votos de Dias Toffoli.
No Rio de Janeiro, procuradores conseguiram atropelar uma decisão do desembargador federal Antônio Ivan Athié, mandando libertar o bicheiro Carlinhos Cachoeira e o dono da Delta, Fernando Cavendish.  A alegação foi de que Athié e Cavendish tinham sido defendidos – em processos distintos – pelo mesmo advogado, o reputado Técio Lins e Silva. É possível que houvesse desconfianças maiores em relação ao desembargador. O argumento inovcado foi ridículo, mas bastou.
Enfim, são agentes públicos, dotados de poder de Estado e armados de mídia, entrando sem nenhum pudor no jogo político e jurídico.
Responsável por esse estado de coisas, o PGR Rodrigo Janot deixou-se conduzir por esse clima feérico no pedido de prisão dos três senadores, negado por Teori. Antes disso, por uma perseguição implacável a Dilma Rousseff e a Lula e uma blindagem a Aécio Neves.
Nos últimos tempos abdicou dessas manifestações midiáticas. Ao contrário da república de Curitiba, é mais suscetível às manifestações de bom senso do STF e dos próprios colegas de Brasília. E colecionará uma bela vitória no dia em que Eduardo Cunha for cassado e preso.
De qualquer modo, ambos – a Lava Jato e a PGR - são agentes de ações que trazem total imprevisibilidade ao jogo político. Mesmo o profundo alinhamento da Lava Jato com o PSDB parece em xeque.
Mídia e mercado
Gradativamente, mídia e mercado vão deserdando o PSDB. O medo da volta da instabilidade política reforçará Michel Temer, enquanto mantiver a hegemonia do mercado na política econômica. O fator Henrique Meirelles será cada vez mais a sua âncora, na medida em que as futuras delações da Lava Jato comprometerem irreversivelmente Serra e Aécio.
E a Lava Jato continuará sendo o grande aríete contra qualquer forma de definição de política desenvolvimentista.

3. As novas movimentações

O novo tempo político consagrou um conjunto de novos campeões nacionais ao abrigo do voto popular. Sua força determina os movimentos erráticos do governo Temer, com concessões de toda espécie. São eles:
·      As corporações públicas, do Judiciário ao Ministério Público, Tribunal de Contas da União.
·      Os parlamentares contemplados com recurso farto para suas emendas individuais.
·      O mercado, com a manutenção da Selic em níveis elevados e a apreciação cambial.
Está-se ainda no momento zero do novo jogo político, que deverá ser dominado pelas seguintes tendências:
Internacionalização e a era dos yuppies
Menciona-se muito o fenômeno da ascensão das novas classes C. O fenômeno determinante da crise atual é outro: é o da internacionalização das classes A e B, com seus mestrados e doutorados em outros países.
O jovem procurador arrotando seu mestrado nos Estados Unidos ou Portugal é da mesma extração ideológica do jovem publicitário, jornalista de grandes veículos ou operador do mercado financeiro, do jovem técnico do Banco Central, do Tribunal de Contas ou da Advocacia Geral da União. É uma mudança geracional que está mudando a cara dos principais setores expostos a essa internacionalização.
Seus valores são a meritocracia, as virtudes individuais, o estado mínimo e a internacionalização. Prezam o sucesso pessoal, a casa com piscina, os vinhos finos. EM muitas casas, o idioma corrente passou a ser o inglês.E seu sonho de consumo é o imóvel em Miami.
Não se trata de uma caricatura, mas de valores consolidados, muito mais enraizados que a intolerância tosca de alguns brucutus da classe média que enveredam pelos temas morais.
Como são contra a política, tornam-se massa de manobra fácil para discursos simplistas da mídia ou de políticos.
A nova esquerda
Falta à esquerda consenso mínimo sobre temas econômicos.  O desenvolvimentismo, que deveria ser a bandeira das esquerdas, esgarçou-se sob o peso da globalização e de quase três décadas de financeirização da economia brasileira.
Na indústria, escasseiam novas lideranças. As últimas grandes lideranças estão desaparecendo sem deixar sucessores. Instituições como o IEDI (Instituto de Estudos de Desenvolvimento Industrial) perderam dimensão.
Por outro lado, há um Brasil submerso explodindo em energia. A renovação das universidades tem promovido um arejamento de ideias, há uma sede nacional de diagnósticos sobre o novo país. E uma nova geração jovem entrando de cabeça na política em torno de valores e sem obedecer à hierarquia dos velhos partidos.
Os temas morais – da tolerância, contra o preconceito, a favor da solidariedade, da democracia – são preponderantes neste momento. E a campanha contra o golpe certamente marcará as próximas gerações. Com o tempo, ganharão musculatura até desaguarem em novos partidos.
Por enquanto vive-se esse terremoto, no qual o velho morreu e o novo ainda não se fez.

Leonardo Boff - por em prática o Primeiro artigo da Constituição

Quando há uma crise generalizada como esta que estamos vivendo e sofrendo sem perspectiva de uma saída que crie consenso, não temos outra alternativa senão voltar à fonte do poder politico, expressão da soberania de um povo. Temos que resgatar todo o valor do primeiro artigo da Constituição, parágrafo único:"Todo poder emana do povo".

O povo é, pois,  o sujeito ultimo do poder. Em momentos em que uma nação se encontra num voo cego e perdeu o rumo de seu destino, este povo deve ser convocado para dizer que tipo de país quer e que tipo de democracia deseja: esta com um presidencialismo de coalizão, feito de negócios e negociatas ou uma democracia de verdade, na qual os representantes eleitos  representam efetivamente os eleitores e não os interesses corporativos e empresariais que lhe garantiram a eleição? Urge avançar mais: precisamos dar forma política ao nível de consciência que cresceu em todos os estratos sociais, mostrando vontade de participação nos destinos do país.

No fundo volta a questão básica: vamos nos alinhar aos que detém o poder mundial (inclusive de matar todo mundo) ou vamos construir o nosso caminho autônomo, soberano e aberto à nova fase planetizada da humanidade?

O primeiro projeto prolonga a história ocorrida até os dias de hoje: desde a Colônia, passando pelo Império e pela República sempre fomos mantidos subalternos. Os ibéricos não vieram para fundar aqui uma sociedade mas para montar uma grande empresa internacional privada, uma verdadeira. agro-indústria, destinada a abastecer o mercado mundial. Essa lógica perdura até os dias atuais: tentar transformar nosso eventual futuro em nosso conhecido passado. Ao Brasil cabe ser o grande fornecedor de commodities sem ou com parca tecnologia e valor agregado, num processo de recolonização.

Lamentavelmente este é o intento do atual governo interino, especialmente do PSDB que claramente se alinha a um severo neoliberalismo que implica diminuição do Estado, ataque aos direitos sociais em favor do mercado e um inescrupulosa privatização de bens públicos como o pré-sal entre outros.

O projeto alternativo finca suas raízes na cultura brasileira e no aproveitamento de nossa imensa riqueza que nos pode sustentar como nação independente, soberana e aberta a todas as demais nações. Seríamos uma grande potência, não militarista, nos trópicos, com uma  economia, entre as  maiores do mundo.

Janio de Freitas denuncia armação de Cunha, Temer e Serraglio

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Segundo o colunista Janio de Freitas, Michel Temer, Eduardo Cunha e Osmar Serraglio agem de forma coordenada para que o ex-presidente da Câmara, que renunciou ao cargo na semana passada, consiga preservar seu mandato; para Janio, essa manobra viola determinação do STF; "O Supremo suspendeu o mandato de Eduardo Cunha e, depois, aplicou-lhe a extraordinária proibição de entrar na Câmara, por suas ações obstrutivas no processo sobre a possibilidade de sua cassação. É o que Eduardo Cunha volta a fazer, com a companhia de Michel Temer e conforme discutido por ambos em uma noite de isolado domingo na residência oficial do vice-presidente em exercício da Presidência", diz ele

Pixuleco foi a guerra, por Sérgio Saraiva

a guerra do Pixuleco
A cada dia vai ficando mais claro que existe uma guerra de bastidores pelo domínio da Operação Lava Jato e com ele o domínio do poder político de facto nesta quadra autoritária pela qual o Brasil passa. Um dos lados dessa luta é a “Força-Tarefa de Curitiba”.  Não confundir com o Ministério Público Federal, há muito mais combatentes. Em toda guerra existem aliados estratégicos e táticos. E os aliados táticos são, por característica, temporários e não raro até antagônicos.
A Força-Tarefa os tem ambos.  Aliados de primeira hora e, em grande parte, fonte do poder extralegal demonstrado por ela são a imprensa, a “cooperação internacional” e as forças do antipetismo. Tanto do antipetismo burro quanto do antipetismo “esperto”.
O antipetismo burro é o que veste camisa amarela e sai domingo afora batendo panela.  O antipetismo esperto é o que patrocina a domingueira e depois comercializa a bom preço o poder político que o domínio sobre o antipetismo burro representa.

Frase do dia

A honestidade não tem cúmplices.

Mensagem do dia

Deseja mudar o mundo?
Pois mude antes de casar.
Porque depois de casado você não muda nem o canal de TV.
Bom dia