Reproduzo este texto como uma homenagem aos jornalistas, de quem hoje falei um bocado. Quem o escreveu, trabalha no jornal O Globo, e nem por isso se dispõe a ser um bajulador ou usar as informações que colhe para, apenas, afirmar a tese que convém politicamente a seu jornal. Refiro-me ao experiente José Meirelles Passos, ex-correspondente do jornal nos EUA, que escreveu, hoje, a matéria
“Favorito da FAB, caça da Saab não voou e só existe no papel” . Leia alguns trechos:
“(…)a preferência pelo avião Gripen NG, da sueca Saab, se deu através de uma comparação míope, segundo fontes do setor. Isso porque o quesito com maior peso nessa escolha — o preço do jato — leva em conta apenas o valor do avião, enquanto os preços do Rafale, da francesa Dassault, e do F/A-18 Super Hornet, da americana Boeing, abrangem tanto a aeronave quanto o armamento.
Este é o motivo pelo qual o Gripen NG aparece como sendo equivalente à metade do valor do jato francês (que custaria US$ 70 milhões, enquanto o americano sairia por US$ 55 milhões).
Pilotos da Força Aérea Brasileira e alguns brigadeiros, que dão preferência ao jato da Boeing, dizem que a proposta sueca “é honesta, mas de alto risco”. O problema básico é o de que o avião da Saab existe apenas no papel. Ainda não voou.
Não há sequer um protótipo pronto. Os outros dois jatos já operam há anos.
Outro detalhe intriga (…)o fato de que nem o próprio governo da Suécia se comprometeu a comprar o jato da Saab(…)
Um terceiro fator comprometeria a oferta sueca: tanto o motor quanto o software utilizados no Gripen NG são made in USA.
Ou seja: ao optar por esse avião, o Brasil teria de pedir autorização de transferência de tecnologia aos EUA. (…)
A França, por sua vez, prometeu uma transferência irrestrita de tecnologia do Rafale. E, além disso, se dispõe a transmitir os segredos de fabricação de mísseis, permitindo ao Brasil produzir o armamento a ser utilizado no caça”.