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por Alon Feurwerker

O modo como o presidente peruano Ollanta Humala chega ao governo é paradigmático de uma estratégia desenvolvida pelo PT no Brasil e agora exportada com sucesso para o vizinho nos Andes.

Moderação econômica, ênfase nos programas sociais e  busca de uma posição não hostil aos Estados Unidos.

Na resultante, a procura de um ambiente estável em prazo suficientemente longo para permitir a consolidação e a capilarização do poder. Com isso, e para isso, isolar a oposição política de suas fontes internas e externas de legitimidade.

Vem funcionando razoavelmente aqui. Funcionará com Humala?

O novo presidente peruano era na origem mais assemelhado a outro líder regional, o venezuelano Hugo Chávez. Na extração militar, nas raízes indígenas e na ideologia, que combina o nacionalismo à etnicidade.

Daí o nome do movimento que o catapultou à política nacional: o etnocacerismo. Uma fusão de nacionalismo militar, central na história moderna do país, e nativismo inca.

Mas o modelo chavista, confrontacional, mostrou-se recentemente algo desvantajoso. Na economia e na política.

Nesta, o ponto de inflexão talvez tenha sido a crise hondurenha, quando o presidente Manuel Zelaya pretendeu romper os limites institucionais e acabou vítima de um vitorioso golpe de estado.

Cujo desfecho se deu pela via pacífica, com a eleição de um sucessor e o último acordo político de reconciliação. O resultado da encrenca acabou por reforçar a posição americana e enfraquecer Chávez, o sócio de Zelaya na aventura que tirou o hondurenho da cadeira.

O Peru é exemplo regional de sucesso econômico, mas o presidente que sai, Alan Garcia, não pôde ou não quis influir decisivamente na própria sucessão. Provavelmente porque planeja voltar mais adiante e não arriscou catapultar uma liderança alternativa no seu próprio campo.

É sempre uma aposta arriscada, mas vai saber?

Humala, que perdera a última disputa para Garcia, venceu agora a filha do ex-presidente Alberto Fujimori, Keiko. O etnocacerista conseguiu atrair um pedaço do voto centrista-conservador, bem expresso no apoio recebido do escritor e Prêmio Nobel Mário Vargas Llosa, liberal convicto e militante.

Humala agitou bem a bandeira antigolpista, antifujimorista, e acabou levando por estreita margem no segundo turno.

Sua receita para obter os recursos necessários à implementação das políticas sociais é aumentar a taxação sobre setores oligopolizados, o mais destacado deles a mineração.

Humala assume num momento de crescentes incertezas econômicas. Talvez não venha a dispor da abundância de capitais externos sobre a qual o Brasil ergueu uma política econômica que, simultaneamente, tem garantido os benefícios sociais aos mais pobres, a remuneração generosa ao capital financeiro e algum controle da inflação.

É possível que o novo presidente peruano talvez precise copiar outro vetor do modelo brasileiro: a desnacionalização maciça, marcada pelo bonito nome de “investimento direto”. O mecanismo de preferência para atrair recursos que permitem o fechamento das nossas contas externas.

Como Humala vai combinar isso com o discurso nacionalista? Nem aqui precisará ser original. O que antes seria a inaceitável entrega das riquezas nacionais aos estrangeiros transformar-se-á rapidamente em sinal de confiança do resto do mundo na economia peruana.

E os opositores, eles próprios defensores dessa próspera alienação, irão dividir-se entre aplaudir e remoer-se de inveja. Estes últimos desperdiçarão tempo e energia cobrando coerência. E serão chamados de ressentidos, de não aceitarem a chegada do povo ao poder.

Assim como toda projeção, esta minha pode ser furada. Mas ela é pelo menos divertida.

A vitória de Lula também no Peru

A eleição peruana que deu a vitória a Ollanta Humala é, em vários sentidos, paradigmática. Primeiro porque demonstra como a direita latino-americana é uma espécie de movimento que sempre volta ao mesmo lugar.

Contra uma candidatura que julgam desfavorável aos “mercados” e disposta a questionar um modelo econômico marcado por crescimento com concentração de renda e desigualdade, a velha tríade empresários/igreja/setores hegemônicos da mídia se dispôs a sustentar qualquer um.

No caso peruano, “qualquer um” era Keiko Fujimori, a representante orgânica de uma das épocas mais sombrias da história recente da América Latina. Filha de um ex-presidente preso por violações brutais contra os direitos humanos, golpe de estado e ações como a esterilização forçada de cerca de 250 mil mulheres indígenas pobres.

Essa mesma tríade nunca teve problemas em apoiar ditadores, caudilhos, desde que sentisse que as peças do poder estavam mudando de lugar. Isto a ponto de um dos raros verdadeiros liberais do continente, o escritor Mario Vargas Llosa, escandalizar-se com a ausência de cerimônia no apoio de outros ditos liberais a um projeto político que significava o coroamento da mistura entre autoritarismo político e ações econômicas liberais impostas com a força de choques elétricos. Mistura tipicamente latino-americana, já louvada por Milton Friedman em carta de elogio a Pinochet.

Por outro lado, a vitória de Humala demonstra a força de exportação do lulismo e os limites do chavismo como referência para a esquerda latino-americana. Enquanto vestiu o figurino chavista, Humala perdeu.

Quando usou a receituário do lulismo, ganhou.
De fato, Lula consolidou a imagem de uma certa “esquerda bipolar” que visa usar o Estado para dar conta dos interesses do setor financeiro e do empresariado, enquanto cria amplos sistemas de assistência social capazes de minorar a pobreza.

Uma esquerda que se esmera em jogar em dois tabuleiros na esperança de diminuir os conflitos políticos, ao contrário do que ocorreu na Venezuela, no Equador e na Bolívia. Foi esta a via que escolheram Mauricio Funes (El Salvador), Fernando Lugo (Paraguai) e José Mujica (Uruguai): figuras de um tipo de Internacional Lulista em formação.

Tal lógica bipolar tem limites, já que a modificação dos processos estruturais de produção da desigualdade econômica (como baixos impostos para ricos, ausência de mecanismo de limitação do consumo conspícuo e de investimento estatal em saúde e educação) são evitados por coalizões governamentais heterodoxas. Mas parece que ela mudou completamente o cenário político latino-americano.
VLADIMIR SAFATLE

por Zé Dirceu

 Vitória de Humala confirma tendência na América Latina

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A vitória de Ollanta Humala no Peru confirma a tendência histórica de transformações na América do Sul. Mais: consolida na região uma verdadeira mudança de época. Vivemos um momento de emergência popular, nacional democrática, com a reorganização do papel do Estado e a retomada do crescimento econômico com distribuição de renda e democracia.

Em seu discurso da vitória, Ollanta deixou claro que governará o Peru para seu povo, indígena e pobre, esquecido e marginalizado. Esse mesmo povo que, fazendo uso do voto, apesar de toda campanha midiática e do apoio do poder econômico e das elites a Keiko Fujimori, deu a Humala os votos de que precisava para se impor como vencedor. Com um alto grau de consciência e politização, o povo pobre e marginalizado disse não aos modelos de crescimento que não combatem a pobreza e não distribuem renda.

O que se discutiu nessa campanha no Peru foi o papel do Estado, a distribuição dos benefícios da mineração e do petróleo, os serviços públicos de educação e saúde, e a previdência pública. Em campos opostos estavam uma visão neoliberal e uma visão deconcertación democrática (em português, o termo mais próximo é coalizão) e inclusão social. Aliás, os temas do discurso da vitória de Ollanta foram, exatamente, democracia, negociação e distribuição da renda e da riqueza.

Peru profundo

O Peru profundo disse não à ditadura de Fujimori e ao modelo neoliberal. Mais uma vez em nossa história, o povo e a esquerda ficam com a democracia, enquanto as elites, com raras exceções, optam pelo autoritarismo e pelo preconceito social. O apoio ao Fujimorismo, cuja memória de violação dos direitos humanos e corrupção ainda está viva no Peru, na América Latina e no mundo, é uma prova viva da falta total de compromisso com a democracia de nossas elites latino-americanas.

Mas a vitória de Ollanta – assim como o novo governo de Juan Manuel Santos, na Colômbia (que mudou a relação com a Venezuela, onde Hugo Chávez deve se reeleger, mas não ficara imune a essas realidades) - a provável vitória de Cristina Kirchner, na Argentina, mais as mudanças em Cuba, apontam para a consolidação da aliança política que fez possível a União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) e torna viável a integração, não apenas na América do Sul, mas em toda América Latina.

No ano que vem teremos eleições no México, com grandes chances de uma vitória da centro-esquerda, o que aumenta a responsabilidade e o papel do Brasil, visto como um exemplo, e mesmo como um modelo, de democracia e de desenvolvimento social, na consolidação da aliança política que pode tornar realidade a nossa integração.

do Leitor

Comentário anônimo sobre a a postagem "Volta de Fujimori no Peru": 

Que fique claro que esses intelectuais que estão em contra de Keiko Fujmori não representam a ninguem, so eles mesmos. Este grupo e´encabeçada pelo escritor Mario Vargas Lloza (MVLL). Aproveitando de sua fama de intelectual. Pois este senhor perdeu muito feio com Alberto Fujimori(AF) em 1990. Até agora ele têm odeio a AF.Ele não consegue esquecer esa derrota. Pois Ele era favorito da direita. Mas os pobres votaram por AF. AF nunca representou a direita, e tambem a filha não representa a direita como se comenta neste artigo.No primeiro turno ficaram os partidos de direita. Hoje 2 de junho a direita decidiu apoiar a Keiko.Com ese apoio acho que e´quase seguro que ela ganha esta eleição. Eu particularmente, acho muito injusto de associar Keiko Fujimori com seu pae, pois ela tinha 15 anos quando AF gobernou o Peru. Portanto não se pode dizer que ela cometeu abusos em direitos humanos ou ajudou na corrupção. Entretanto, Humala sim têm provas de matar inocentes em um lugar chamado Madre Mia quando era chefe militar nesa região. Além disso existem provas que ele tentou duas vezes de dar golpe militar junto com seu irmão Antauro que agora está na cadeia pela morte de 4 policias. Keiko, pensa manter o atual modelo economico liberal (talvez por isso chamam de direita),similar que fez Lula dar continuidade ao modelo econômico de FHC. MAs Keiko quer dar dar rostro social,ajundado aos pobres, ela mesma falou que nessa parte social quere aplicar alguns programas usado por Lula. Entretanto, Humala quer mudar o modelo economico e mudar a constitução, isso que da medo para os inversionistas. Porque pensam que vai seguir o camino de Hugo Chavez. Existem probas que recebeu financiamento de Hugo Chavez atraves do consulado venezuelano. Assim, vejo este artigo muito tendencioso. Para ser imparcial se tem que criticar os dois lados. Obrigado. 

por Zé Dirceu

[...] Por um continente alinhado
O resultado do primeiro turno nas eleições do Peru nos dá a certeza de que ainda não terminou o processo de mudança que está levando a América Latina a caminhar para a esquerda.

A vitória de Sebastián Piñera no Chile, em 2010, encerrando um ciclo de 20 anos de governos da coalizão cristã-socialista Concertación, levou analistas conservadores a apostarem em um movimento pendular na região.
Mas a eleição de Dilma Rousseff jogou terra sobre essa análise. E a provável vitória de Humala Ollanta, no Peru, reforça a percepção de que se mantém o redirecionamento político pós-neoliberal.
No Peru, como no Brasil, a imprensa partiu para cima de Ollanta, e a campanha caiu na temática religiosa radical, inclusive com o aborto como mote, tal qual José Serra no segundo turno (mera coincidência?).
Os apoios dos candidatos derrotados ainda não se definiram, mas o povo peruano terá de estar atento à armadilha da candidata Keiko Fujimori. Ela é filha do ex-presidente Alberto Fujimori, que cumpre pena por corrupção, depois de ter imprimido no Peru um regime verdadeiramente autoritário nos anos 1990.
Keiko se vale da força que o nome de seu pai ainda tem. Sua vitória significaria mais do que um simples retrocesso: seu discurso simula uma proposta próxima à de Ollanta, mas, como o de toda liderança populista, é vazio e tem de ser rechaçado no voto.
As urnas peruanas refletem uma combinação de saturação das contradições do atual modelo de desenvolvimento do país — que propiciou grande crescimento da economia, mas não impediu o aprofundamento das diferenças sociais — e o fraquíssimo desempenho dos demais candidatos, que terminaram pior do que se imaginava, haja vista tratar-se de um ex-presidente (Alejandro Toledo) e do ex-prefeito de Lima (Luís Castañeda).
Embora favorito, Toledo não se mostrou uma alternativa à política atual do presidente Alan Garcia e foi perdendo espaço até ficar de fora do segundo turno.
Já Castañeda dividiu seu eleitorado com Pedro Paulo Kuczynski (PPK), que acabou levando grande parte dos votos na capital ao colocar-se como representante da direita neoliberal, que possui simpatia do eleitorado na capital do país.
Com respostas contundentes, contrastadas com o fraco discurso de seus adversários, e apresentando propostas de inclusão social e fortalecimento do Estado —inclusive voltando a defender o aumento da taxação sobre as empresas mineradoras—, Ollanta tem sido apontado como um “Lula andino”: um candidato que representa os anseios de um povo que não desfruta da riqueza do país e é carregado por um grande sentimento de esperança.
Leia a íntegra do artigo Aqui

Ollanta Humala

[...] e Lula vencem o 1º turno no Peru


por Luiz Carlos Azenha
O gráfico acima é do jornal La Republica, do Peru. Reflete o resultado da contagem de votos do primeiro turno das eleições presidenciais. Ollanta Humala e Keiko Fujimori devem disputar o segundo turno.
O candidato “do mercado” era Pedro Pablo Kuczynski, que entrevistei várias vezes quando eu era correspondente da TV Manchete em Nova York e ele, executivo do banco First Boston na cidade.
Foi na mesma época em que eu entrevistava Armínio Fraga como corretor em Wall Street. Ou seja, meu passado me condena.
Ambos são da mesma “extração” de Gonzalo Sánchez de Lozada, o Goni, que se elegeu presidente da Bolívia para “entregar” o gás e o petróleo aos Estados Unidos.
Goni foi derrubado por uma revolta popular e hoje vive exilado… em Washington.
[Clique aqui para assistir ao espetacular Our Brand is Crisis, o documentário sobre os bastidores da campanha de Goni]
No Peru, Ollanta Humala perdeu as eleições anteriores sob a acusação de ser o candidato de Hugo Chávez, o presidente da Venezuela.
[Clique aqui para assistir ao espetacular A Revolução Não Será Televisionada, sobre o fracassado golpe midiático de 11 de abril de 2002 contra Chávez]
Desta vez, foi acusado de ser o candidato de Lula.
Isso porque recorreu aos serviços de uma empresa brasileira tocada pelos petistas Luis Favre e Valdemar Garreta:
Peru: Humala é criticado por receber ‘apoio’ do governo brasileiro
De Reynaldo Muñoz (Agencia France Presse)
LIMA — O esquerdista Ollanta Humala, favorito no segundo turno deste domingo no Peru, está sendo criticado pelo “apoio” que estaria recebendo do governo brasileiro.
A acusação tem como base a assessoria de imagem a cargo de profissionais como Luis Favre, ex-marido da senadora Marta Suplicy (PT) e Valdemar Garreta, considerados por seus detratores ligados ao Partido dos Trabalhadores (PT), do ex-presidente Lula (2003-2011) e da atual, Dilma Roussef.
Humala admitiu a assessoria mas, segundo ele, isto nada tem a ver.
“Eles possuem uma pequena empresa, que está trabalhando ao meu lado no comando da campanha”, disse o candidato nesta terça-feira, rejeitando a hipótese de que isso signifique uma intromissão externa.
“Não há nada disso, rejeito com veemência, não aceitamos ingerência nem de governos nem de partidos, a assessoria não é do PT”, insistiu.
Humala esclareceu também que os autores da estratégia que levou Lula à presidência nas eleições de 2002 não estão presentes em sua campanha.
A vinculação com os assessores brasileiros surge logo depois de seus detratores ligarem sua imagem a do presidente venezuelano, Hugo Chávez – um dos fatores da derrota de Humala nas presidenciais de 2006.
A presença de assessores estrangeiros é comum no Peru. No começo do ano esteve em Lima o venezuelano Juan José Rendón, especialista em imagem, para aconselhar o ex-prefeito da capital e candidato Luis Castañeda, que vinha perdendo terreno entre o eleitorado.
A cinco dias da eleição, a aspirante Keiko Fujimori (direita) enfrenta a recordação do golpe dado por seu pai, o ex-presidente Alberto Fujimori, no dia 5 de abril de 1992, fechando o Congresso e destituindo magistrados do Poder Judiciário.
Canais de televisão e jornais rememoram a data, assinalando que foi o início de uma etapa de obscurantismo no Peru. Fujimori governou entre 1990 e 2000.
A aspirante, que disputa o segundo lugar num eventual segundo turno com o centrista Toledo e o direitista Pedro Pablo Kuczynski, representa um “fujimorismo renovado”, segundo Alejandro Aguinaga, médico pessoal do ex-presidente e líder do fujimorismo.
“Keiko foi bem clara ao dizer que não haverá outro 5 de abril porque o fujimorismo evoluiu e dá mostras de estar para a par com a democracia”.
Mas Kuczynski afirmou, em Cuzco, que ninguém pode se esquecer do fechamento do Congresso.
“Lembrem-se do dia 5 de abril. É preciso defender a democracia, isso é importante”, expressou Kuczynski.
A candidata disse há alguns dias que seu pai “tinha mensagem forte e clara, necessária para derrotar o terrorismo e pôr de pé a economia do país”.
Grupos de direitos humanos realizaram numa praça central de Lima um dia de repúdio ao golpe, denunciando crimes contra os direitos humanos praticados pelo governo Fujimori e a corrupção generalizada que levou o regime ao descalabro, há pouco mais de uma década.
Humala, um militar da reserva que em 2000 se sublevou contra o governo de Fujimori, tem, segundo as pesquisas, uma vantagem de 7 a 8 pontos sobre o ex-presidente Toledo; Keiko Fujimori e o ex-ministro Kuczynski estão em situação de empate técnico, mas a divulgação de pesquisas estão (ops! AFP) proibidas no Peru desde o dia 4 de abril.

Eleição

[...] Peru vota em Humala. Nacionalista de esquerda lidera na boca-de-urna 



Enquanto o Brasil se contorcia de dor pela matança pavorosa em Realengo, eu estava longe de casa e da internet. Passei os últimos dias na Amazônia (acompanhado pelos colegas jornalistas Gilberto Nascimento e Gilson Dias), apurando uma reportagem para a TV Record.
De Manaus, voamos para Tabatinga, na “Tríplice Fronteira” (Brasil, Colômbia e Peru). Hoje, tomamos uma lancha rápida no porto de Tabatinga, rumo a Benjamim Constant, e dali seguimos para aldeias indígenas às margens do rio Javari. É um Brasil feito de água e floresta. Um Brasil indígena, e que se mistura aos vizinhos numa fronteira porosa. 
Do cais de Benjamim Constant é possível avistar, na outra margem do Javari, um pequeno povoado peruano, de nome curioso: Islândia. É lá que os barqueiros brasileiros preferem comprar combustível, porque a gasolina peruana é mais barata. Hoje, o movimento era intenso na fronteira do Javari: apesar da chuva, muitos peruanos que moram no Brasil cruzaram o rio pra votar na eleição presidencial.


De tarde, no barco que nos trouxe de volta (de Benjamim Constant para Tabatinga), encontramos Yeni e Pedro. Ela peruana, ele brasileiro. O casal vive em Tabatinga e viajou até Islândia só para que Yeni pudesse escolher seu candidato. Percebi que ela tinha votado porque trazia nos dedos a marca de tinta (recurso usado pela justiça eleitoral em vários países da América do Sul, para evitar fraudes). No barco ainda, puxei assunto: votou em quem? E ela, desconfiada: “no Humala, mas acho que você nem sabe quem ele é”.


Quando me mostrei interessado no assunto, Yeni falou mais. Disse que na Amazônia peruana a maioria do povo prefere Ollanta Humala (candidato nacionalista, apontado como chavista e detestado pela elite peruana, ele saiu atrás nas pesquisas, mas disparou nas últimas semanas, como você pode ler aqui).


“A Keiko, filha do Fujimori, também tem apoio; muita gente acha que é preciso dar chance a uma mulher, como a Dilma no Brasil”, diz Yeni. Pergunto o que ela (jovem mãe de três filhos, um deles adormecido no colo de Yeni durante a travessia entre Benjamim Constant e Tabatinga) acha de Keiko. Yeni franze a testa: “olha, ela é filha do Fujimori, né…” E não diz mais.


Quero saber por que ela escolheu Humala. “Ele pode fazer algo diferente pelo povo pobre, ele não é igual aos outros; dizem que ele é violento, que já se meteu em rebeliões, mas isso foi no passado, ele precisa ter uma chance”.


Aí, chega a parte mais curiosa da conversa. Yeni me diz que muita gente critica Humala porque ele tem assessoria de brasileiros na campanha. ”Não entendo essa gente. O Lula fez um ótimo governo no Brasil em 8 anos, se o Humala tem ajuda de brasileiros ligados ao Lula, eu acho ótimo; significa que Humalla pode fazer um governo que atenda os mais pobres”, diz a peruana, num português cheio de sotaque e recheado com palavras em espanhol.    


pesquisa de boca de urna mostra que Humala deve mesmo chegar em primeiro. Keiko Fujimori deve disputar com ele o segundo turno. Mas como a disputa pela segunda vaga é apertada, podem ocorrer surpresas.


Alejandro Toledo (ex-presidente) e Pedro Kuczynski (que foi ministro de Toledo e tem apoio da classe média liberal) seriam adversários mais complicados para Humala, porque poderiam atrair apoio da grande mídia e do empresariado. Keiko deve ter mais dificuldades (pela rejeição que o sobrenome dela gera entre a maior parte dos peruanos).


A pesquisa da Ipsos Apoyo aponta:
Ollanta Humala – 31,6%
Keiko Fujimori – 21,4%
Pedro Kuczynski – 19,2%
Alejandro Toledo – 16,2%
Leia a matéria completa »

Ollanta Humala

[...] pesquisas apontam vitória 

O candidato nacionalista mantém o primeiro lugar nas preferências para as eleições deste domingo no país, enquanto Keiko Fujimori e Pedro Pablo Kuczynski disputam o segundo lugar, segundo uma pesquisa divulgada sábado em Lima.
A pesquisa, realizada com 6.000 eleitores em todo o país pela empresa Ipsos Apoyo, ratifica que o ex-presidente Alejandro Toledo ficou em quarto lugar das preferências.
Segundo a pesquisa, Humala tem 28,1% de apoio, seguido da deputada Keiko Fujimori, filha do ex-presidente preso Alberto Fujimori, com 21,1%, e do economista Kuczyinski, com 19,9%.
Depois aparecem o ex-presidente Toledo, com 16,8%, e o ex-prefeito de Lima Luis Castañeda, com 12,1%.
Se for confirmado este resultado, Humala disputará um segundo turno no dia 5 de junho com o candidato que ficar em segundo lugar.
Na eleição para o Congresso da República, a pesquisa indica que o Gana Perú, o partido de Humala, obteria 37 cadeiras; o Fuerza 2011, de Fujimori, 31; Perú Posible, de Toledo, 26; Alianza para el Gran Cambio, de Kuczynski, 19; Solidaridad Nacional, de Castañeda, 12; e o governante Partido Aprista Peruano, 5.
A ficha técnica indica que a margem de erro da pesquisa é de 1,6% e seu nível de confiança de 99%.
No pleito, 19,9 milhões de eleitores escolherão o presidente e dois vice-presidentes, 130 congressistas e 15 representantes para o Parlamento Andino.
O processo será supervisionado por 198 observadores internacionais da OEA (Organização dos Estados Americanos), assim como de organizações civis e universidades estrangeiras.

Ollanta Humala - Lula or Chavez Peruvian Andes?

Leftist candidate Ollanta Humala has established itself as a leader in the Peruvian election campaign. In recent surveys, which could not be published in this country, by law, electoral law that determine drought search one week from election-Humala appears with 28% of the vote, followed by Keiko Fujimori with 21%. Keiko is a right-wing populist who is the daughter of former President Alberto Fujimori, Athaliah serving a sentence of 25 years for corruption and human rights violations.
In 2006, when faced Ollanta Humala in the second round and the current President Alan García, the Peruvian Mario Vargas Llosa Nobel likened the dispute to a choice between "cancer and AIDS."Yesterday, in describing a possible runoff between Humala and Keiko said "it would really be a disaster for Peru."
The big question that has plagued analysts and the voters is: Humala really turned into a more moderate candidate, or is just "a wolf in sheep's clothing" as accusing his rival Alejandro Toledo?
To become more palatable to the bulk of the electorate, which fears its aggressive posture and statist, Humala has released its 2011 version - Ollanta Peace and Love. For this, the PT had help Valdemir Garreta and Luis Favre, who work in the candidate's campaign, which was right up his "Letter to the Peruvian people", similar to the Letter to the Brazilian people of Lula.
I talked at length with Salomon Lerner, the head of the campaign Humala. He assures me that this is not just campaign rhetoric. "Ollanta matured, abandoned positions most radical he had in 2006, we learn from history." Humala wants away from Chavez, who has a brim in Peru in the final of the last election and buried the chances of the candidate in the second round of the Peruvian2006 elections. So I guarantee Salomon, Jewish community activist who knew Humala in 2005, when the candidate was accused of anti-Semitic positions. Ended up being very close and he began to lead his campaign.
There was, of course, an "extreme makeover" in the image of Humala. You look out the jungle fighter. Now, wears well-cut suits, or blue shirts. He smiles a lot more. Bears his Catholic faith. In the debate, made much effort to not appear aggressive, has not entered into any dispute with the other candidates tried to answer, and too little.
But among the controversial issues such as contract renegotiations with mining, hydroelectric concessions built by Brazilian companies in the Peruvian Amazon, to reform the constitution, he still needs to explain more. Much of what we propose, in fact, is being studied in Brazil and was made up in Chile in the case of increased mining royalties.Do not break contracts. Simply being negotiated with the companies when the contracts expire, and in Peru, most wins in 2012 and 2013. Or try to anticipate the adjustments through bargaining. All within the capitalist game.
Within the campaign, there is the view that one must follow the Brazilian model of growing the domestic market and not just rely on exporting raw materials. And within that, increase the counterparts of the multinationals who are exploiting resources in the country, either through an increase in royalties, or requiring added value.
The Peruvian people want better income distribution and feels wronged by the exploitation of natural resources of the country, whose wealth do not reach their hands. But they acknowledge that Peru is a success story. Macroeconomic stability built by Toledo and Alan Garcia up, Fujimori, were very important for the current growth. The challenge is to maintain stability, but aggregate social policies.
In the case of Humala, much remains to be explained so that we know if it's more like Lula or Chavez for more. And proposals for constitutional reform, with its echoes chavistas or until Fujimori, still scared.

Ollanta Humala

[...] Lula andino ou Chávez peruano?

O candidato de esquerda Ollanta Humala se consolidou como líder na campanha eleitoral peruana. Nos últimos levantamentos –que não puderam ser publicados no país, por lei eleitorais que determinam lei-seca de pesquisas a uma semana do pleito– Humala aparece com 28% dos votos, seguido de Keiko Fujimori com 21%. Keiko é uma populista de direita que é filha do ex-presidente Alberto Fujimori, atalmente cumprindo pena de 25 anos por corrupção e violações de direitos humanos.
Em 2006, quando se enfrentaram no segundo turno Ollanta Humala e o atual presidente Alan García, o Nobel peruano Mario Vargas Llosa comparou a disputa a uma escolha entre “o câncer e a aids”. Ontem, ao descrever um possível segundo turno entre Humala e Keiko, afirmou: “seria verdadeiramente uma catástrofe para o Peru.”
A grande pergunta que atormenta analistas e parte dos eleitores é a seguinte: Humala realmente se transformou em um candidato mais moderado, ou é apenas “lobo em pele de cordeiro”, como acusa seu rival Alejandro Toledo?
Para se tornar mais palatável ao grosso do eleitorado, que teme sua postura agressiva e estatizante, Humala lançou sua versão 2011 – Ollanta Paz e Amor. Para isso, teve ajuda dos petistas Valdemir Garreta e Luís Favre, que atuam na campanha do candidato, que teve direito até a sua “Carta ao povo Peruano”, nos moldes da Carta ao povo brasileiro de Lula.
Conversei longamente com Salomon Lerner, o chefe da campanha de Humala. Ele me garante que não se trata apenas de retórica de campanha. “Ollanta amadureceu, abandonou posturas mais radicais que tinha em 2006, nós aprendemos com a história.” Humala quer distância de Hugo Chávez, que deu uma rasante no Peru na reta final da eleição passada e enterrou as chances do candidato peruano no segundo turno do pleito de 2006. Assim me garante Salomon, ativista da comunidade judaica que conheceu Humala em 2005, quando o candidato foi acusado de ter posições anti-semitas. Acabaram ficando muito próximos e ele passou a chefiar sua campanha.
Houve, está claro, um “extreme makeover” na imagem de Humala. Está fora o look combatente de selva. Agora, usa ternos bem cortados, ou camisas azuis. Sorri bem mais. Ostenta sua fé católica. No debate, fez tanto esforço para não parecer agressivo, que não entrou em disputa nenhuma com os outros candidatos –e tentou responder muito pouco.
Mas entre os pontos polêmicos, como renegociação de contratos com mineradoras, concessões para as hidroelétricas construídas por empresas brasileiras na Amazônia peruana, reforma da constituição, ele ainda precisa explicar mais. Muito do que propõe, de fato, está em estudos no Brasil e foi feito até no Chile, no caso de aumento de royalties da mineração. Não se rompem contratos. Simplesmente se negocia com as empresas quando terminam os contratos –e, no Peru, grande parte vence em 2012 e 2013. Ou tenta-se adiantar os reajustes, mediante barganhas. Tudo dentro do jogo capitalista.
Dentro da campanha, há a visão de que se deve seguir o modelo brasileiro de engordar o mercado doméstico e não apenas depender de exportação de matérias-primas. E, dentro disso, aumentar as contrapartidas das multinacionais que estão explorando recursos no país –seja por meio de aumento nos royalties, ou exigindo agregação de valor.
O povo peruano quer melhor distribuição de renda e sente-se injustiçado pela exploração dos recursos naturais do país, cujas riquezas não chegam até suas mãos. Mas eles reconhecem que o Peru é uma história de sucesso. A estabilidade macroeconômica construída por Toledo, Alan García e, até, Fujimori, foram muito importantes para o atual crescimento. O desafio é manter a estabilidade, mas agregar políticas sociais.
No caso de Humala, falta muito a ser explicado para que possamos saber se ele está mais para Lula ou mais para Chávez. E as propostas para reforma constitucional, com seus ecos chavistas ou até fujimoristas, ainda assustam.
Patrícia Campos Mello
Patrícia Campos Mello é repórter especial da Folha, Escreve sobre política e economia internacional. Foi correspondente em Washington durante quatro anos, onde cobriu a eleição do presidente Barack Obama, a crise financeira e a guerra do Afeganistão, acompanhando as tropas americanas. Tem mestrado em Economia e Jornalismo pela New York University. É autora dos livros “O Mundo Tem Medo da China” (Mostarda, 2005) e “Índia – da Miséria à Potência” (Planeta, 2008).

Ollanta Humala

[...] e os meios de comunicação

Liberdade de Imprensa (página 57 do programa.)Hoje a mídia é controlada por poucas mãos, que se tornou uma mídia virtual oligopólio que ameaçam a liberdade de expressão (página.Desenvolvendo uma lei de comunicaçãoaudio visual para estabelecer uma mídia equitativo e pluralista entre as diferentes formas de propriedade. [...] Garantir que os meios de comunicação estejam a serviço da democracia.

Constituição (página 7 do programa.) 
As duas maneiras de chegar a uma nova Constituição são a assembleia constituinte e reforma abrangente, através do Congresso. Em ambos os casos, seria de extrema importância o referendo para dar a aprovação final do novo texto constitucional (página 34). Transformar o Estado com uma nova Constituição.

Humala se inspira em Lula

[...] se distancia de Hugo Chavez e lidera pesquisas no Peru

Considerado um dos favoritos na eleição presidencial no Peru, cujo primeiro turno ocorre no próximo domingo, o nacionalista Ollanta Humala tem procurado se distanciar de um discurso mais próximo do presidente venezuelano, Hugo Chávez, para garantir a vitória.
Derrotado na disputa presidencial de 2006, o ex-militar Humala teria se inspirado na trajetória de Luiz Inácio Lula da Silva para mudar de estratégia nesta campanha, adotando um tom mais conciliador.
Sua proximidade de Chávez em 2006 foi considerada por analistas um dos fatores determinantes da derrota para Alan García, o atual presidente.
“Há uma campanha muito forte da direita e dos meios de comunicação contra Chávez, o que acaba promovendo a rejeição da população”, disse Fernando Villáran, um analista político peruano. “O distanciamento era inevitável”, acrescentou.
De acordo com recentes pesquisas, Humala deve ir para o segundo turno. Ele tem entre 27% e 28% das intenções de voto, cerca de sete pontos percentuais à frente dos demais candidatos, que estão praticamente empatados na vice-liderança – o ex-presidente Alejandro Toledo, Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, e o ex-ministro Pedro Pablo Kuczynski.
PETISTAS EM CAMPANHA
Não é mera coincidência que a frase “a esperança vence o medo”, que passou a marcar os discursos de Humala, se pareça com um slogan eleitoral de Lula.
Desde janeiro, Luís Favre, ex-marido da senadora Marta Suplicy (PT), e o petista Valdemir Garreta assessoram a campanha do centro-esquerdista Humala. A presença dos assessores brasileiros foi confirmada na terça-feira pelo candidato.
“(Favre e Garreta) estão trabalhando com o comando da campanha”, disse, para em seguida tentar marcar distância do PT. “Poucas vezes falei diretamente com eles, a campanha se encarrega disso, minha preocupação é viajar pelo país”, acrescentou.
Para Villarán, a proximidade com o discurso de Lula foi um dos fatores que alavancaram a candidatura de Humala na reta final da campanha.
“O povo peruano tem uma boa imagem de Lula e qualquer político que se aproxime de suas políticas tende a capitalizar apoio.”
Humala também apostou na mudança do visual. Trocou o vermelho das camisas, também usado por Chávez, pelo branco. Apesar de ser alvo permanente de ataques de seus adversários, Humala optou por não contra-atacar, estratégia que o favoreceu, segundo analistas.
Durante a campanha, propôs um “pacto político”, a manutenção da estabilidade econômica, o combate à corrupção e a distribuição de renda, dirigida fundamentalmente aos setores populares.
CONTRADIÇÕES
Já em seu programa de governo, o candidato nacionalista sobe o tom: critica duramente o modelo neoliberal e promete recuperar a soberania dos recursos naturais do país como base para o fortalecimento da economia.
Humala propõe, inclusive, mudanças na Constituição, ponto de partida que marcou o início dos governos da Venezuela, Bolívia e Equador. No documento, o candidato nacionalista promete ainda rever contratos de exploração petrolífera e de gás nas mãos de multinacionais.
É principalmente na nova roupagem dessas críticas e projetos que teria entrado o “toque brasileiro”, incluindo com a elaboração da Carta ao Povo Peruano, semelhante à Carta ao Povo Brasileiro do ex-presidente Lula nas eleições de 2002. Nela, aspectos do programa que poderiam assustar os mercados foram suavizados ou suprimidos.
Na carta, Humala diz que não promoverá a reeleição presidencial, não menciona nacionalizações de empresas e tampouco critica a liberalização da economia, credora de elogios do crescimento econômico de 8,8% registrado no Peru no último ano.
Essas “contradições programáticas” têm sido utilizadas pelas demais candidaturas para criticá-lo e colocar em xeque sua legitimidade. “O que determinará o triunfo de Humala é a credibilidade”, afirmou à BBC Brasil a o economista Jorge González Izquierdo.
“Ele terá de convencer ao povo que é genuína sua mudança e sua conversão ao ‘programa Lula’”, disse.
CENÁRIO NO 2º TURNO
A resistência ao candidato nacionalista está fundamentalmente nas classes média e alta, e o setor empresarial dá sinais de não estar de todo convencido das mudanças apresentadas pelo Humala “light”.
Semelhante ao que ocorreu com o ex-presidente Lula, quando Humala apareceu liderando as pesquisas de intenção de voto, a Bolsa de Valores de Lima caiu mais de 5%.
Se os resultados das urnas no domingo confirmarem as projeções, o ex-tenente coronel, de 48 anos, terá de enfrentar uma aliança da direita peruana no segundo turno, independentemente de quem seja o adversário. “Sem dúvida, haverá uma frente anti-Humala para derrotá-lo, assim como ocorreu em 2006″, afirma Izquierdo.
Para os especialistas, o elemento surpresa no segundo turno, em junho, será a fidelidade, ou não, dos eleitores às determinações políticas de seus candidatos.

CLAUDIA JARDIM – FOLHA.COM