Clik no anúncio que te interessa, o resto não tem pressa...

Blog do Charles Bakalarczyk: Reminiscências: PSOL, PSDB e DEM emparceirados

Blog do Charles Bakalarczyk: Reminiscências: PSOL, PSDB e DEM emparceirados: " Navegando na blogosfera, encontrei essa imagem. Ela me lembra o que ensinou Norberto Bobbio: no espectro político, os extremos têm semelh..."

Mensagem da Noite




O deserto do Atacama, no Chile, é o mais árido e alto do mundo. É também o lugar na Terra que passou mais tempo sem chuvas, sendo registrados quatrocentos anos sem uma gota da água do céu.

Atualmente, ele pode ficar anos e mais anos sem qualquer precipitação atmosférica, porém, de tempos em tempos, um fenômeno muito interessante acontece.

O milagre da floração do deserto é possível de se ver muito raramente, pois depende necessariamente da chuva caída nos meses do verão.

Suficientes quantidades de água permitem que as sementes, que estavam adormecidas no seco deserto, possam despertar para voltar à vida e florescer por um curto espaço de tempo, na primavera.

São mais de duzentos tipos de flores. Cores mil. Um desabrochar belíssimo e inesperado em meio a terras tão áridas.

Quando o deserto revive e floresce surge uma panorâmica maravilhosa. É a oportunidade de desfrutar a singeleza das flores que cobrem as planícies e gloriosamente contrastam com as montanhas que as rodeiam.

Só é possível desfrutar deste milagre do deserto em alguns anos e por pouco tempo, desde fins de agosto até o meio de outubro.

As sementes, que ficam adormecidas por muitos anos, estão especialmente adaptadas para essas condições extremas, e assim podem voltar à vida pelas chuvas que as acordam, convertendo o deserto numa pintura multicor.

Os chilenos conhecem esse fenômeno como deserto florido.

O ser humano também é capaz de florescer, mesmo após anos de estiagem íntima.
As sementes do potencial evolutivo jazem dormentes, mas vivas, no âmago da alma.

Almas secas, almas aparentemente sem esperança de flor, virão a desabrochar um dia, quando a chuva do entendimento, a chuva da renovação, as fizer despertar.

Não há caso perdido para o Criador.
Mesmo os Espíritos mais relutantes, que na agonia e tristeza profundas, ousam fazer frente ao bem, negando o Criador e o amor; mesmo esses, irão germinar.

Chegará o tempo em que perceberão que o mal, a revolta, a vingança não lhes traz felicidade alguma.

Chegará o tempo em que, regados pelas chuvas contínuas do amor dos que estão ao seu lado render-se-ão ao bem renovador.

Cada um tem seu tempo. Cada um desperta quando está preparado para despertar.

Porém, recordemos que as sementes ocultas estão lá, aguardando ansiosamente o momento de sair da terra árida, aguardando o instante de respirar o ar puro de uma nova vida.

Todos temos jeito. Todos somos deuses potenciais.
Deus nos fez todos assim, sem exceção.

Quem escolhe o momento de desabrochar somos nós.
Chegará o tempo em que veremos o deserto do planeta Terra, ainda tão sofrido, tão seco, florescente por completo.

Seremos nós, Espíritos bons, que modificaremos a paisagem deste planeta, passando a chamá-lo de terra florida.

pinçado do São as Ideias

Religião e Intolerância

“O problema é que toda vez que você discute religião você afasta as pessoas umas das outras, promove o sectarismo e a intolerância. A religião coloca de um lado os adoradores de Allá, de outro os adoradores de Yahweh, e de outro os adoradores de Jesus. Isso sem falar nos adores de Shiva, de Krishna e devotos do Buda, e por aí vai. E cada grupo de adoradores deseja a extinção dos outros, ou pela conversão à sua religião, o que faz com que os outros deixam de existir enquanto outros e se tornem iguais a nós, ou pelo extermínio através do assassinato em nome de Deus, ou melhor, em nome de um deus, com d minúsculo, isto é, um ídolo que pretende se passar por Deus.
Mas quando você concentra sua atenção e ação, sua práxis, em valores como reconciliação, perdão, misericórdia, compaixão, solidariedade, amor e caridade, você está no horizonte da espiritualidade, comum a todas as tradições religiosas. E quando você está com o coração cheio de espiritualidade, e não de religião, você promove a justiça e a paz. Os valores espirituais agregam pessoas, aproximam os diferentes, fazem com que os discordantes no mundo das crenças se deem as mãos no mundo da busca de superação do sofrimento humano, que a todos nós humilha e iguala, independentemente de raça, gênero, e inclusive religião.

Ministro do Esporte, Orlando Silva, comentou aprovação do Regime Diferenciado de Contratações (RDC)




bom dia, Ministro
No programa Bom Dia Ministro desta quarta-feira (29/6), o ministro do Esporte, Orlando Silva, falou das regras de licitação (Medida Provisória 527/11) aprovadas ontem (28/6) na Câmara dos Deputados para a Copa do Mundo Fifa 2014 e outros eventos esportivos, e afirmou que não haverá nenhum tipo de restrição de acesso aos órgãos de controle (tais como Ministério Público, Tribunais de Contas e, no caso federal, a Controladoria-Geral da União). Segundo o ministro, a sociedade conhecerá todos os dados no detalhe após a licitação.
“Haverá restrição apenas para as empresas que disputam, para que elas não combinem preço”, explicou Silva.
O ministro enfatizou que o governo “não abriu mão de coisa alguma” em relação a sigilo. Segundo ele, a proposta que foi encaminhada originalmente ao Congresso Nacional já previa a possibilidade de os órgãos de controle interno e externo terem a possibilidade de, a qualquer tempo, ter acesso a todos os dados. “Essa posição foi mantida – disse Silva – e, mais que isso, explicitada literalmente no projeto de lei, para que não sustentassem as premissas falsas que alguns tentaram argumentar”.
O fato de as empresas concorrentes não terem acesso ao orçamento prévio feito pelo governo tem como objetivo impedir que essas empresas façam acordos entre si, esclareceu o ministro, reafirmando que “todo e qualquer indício de que haja de problema em qualquer obra vinculada à Copa será prontamente apurado, para que a sociedade tenha segurança da boa utilização do dinheiro público.”
A proposta aprovada ontem na Câmara dos Deputados também define a possibilidade de se fazer contratação integrada. Conforme explicou Silva, nesse tipo de contratação o governo federal estabelece de maneira detalhada um anteprojeto, que diz o que o governo precisa. Nesse caso, é feita apenas uma licitação, e essa licitação determina que o vencedor elabore o projeto e o execute. Segundo ele, o objetivo é desburocratizar o processo e reduzir prazos e custos. Além disso, essa modalidade restringe a realização dos chamados aditivos contratuais, que muitas vezes são responsáveis por estourar o orçamento inicial, explicou o ministro.
“Agora, como quem executa é quem fez o projeto, não vai valer essa conversa de que tem que ter aditivo e, portanto, estouro de orçamento. O objetivo é reduzir custo e simplificar, desburocratizar os processos de licitação”.
No que diz respeito à possibilidade de formação de cartéis na execução das obras do Mundial, Silva disse que se esse tipo de situação for detectada, o governo federal acionará o Cade (órgão responsável por impedir a formação de cartéis), como já aconteceu outras vezes com outras obras públicas.
“Houve casos de cancelamento de licitações, de acionamento do Cade, para garantir a boa utilização do dinheiro público e a concorrência entre as empresas, o que traz para o Estado o ganho da redução do custo das obras”.

Brasil na contramão da crise mundial


ImageDesde a Europa, onde me encontro, e olhando o cenário brasileiro, salta à vista que nosso país caminha na contramão da crise do velho continente. A inflação projetada para este ano, e para o próximo, no Brasil está em queda e a confiança do consumidor cresce, conforme atestam as últimas pesquisas.

No bloco dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), nosso país é o que tem o maior crescimento do PIB e da renda como atesta estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas e divulgada ainda nesta semana.

O levantamento indica que mais de 50 milhões de brasileiros se incorporaram a cidadania e ao mercado consumidor, e que só nos últimos 21 meses 13,3 milhões de patrícios tiveram sua ascensão social para as classes A, B e C.

53% dos brasileiros em ascensão social

 

O estudo é até mais abrangente e atesta que, se um grande contingente de brasileiros estudar no mínimo 12 anos, logo teremos nada menos que 53% dos brasileiros englobados como protagonistas nesse saudável processo de ascensão social.

Assim, esse trabalho da FGV é mais um a indicar que estamos no caminho certo ao priorizar, como políticas de governo, a educação e a inovação, os investimentos na infraestrutura  e em tecnologia.

Basta, portanto, manter o rumo e as bases de nossas políticas econômicas e sociais sem vacilar em abandonar dogmas e ortodoxias que no passado mantinham o status quo, e pior, agravavam a desigualdade que parecia eterna.

por Zé Dirceu

O governo desatou o nó da expansão do acesso à internet de banda larga em todos os municípios brasileiros

No anedotário de Brasília, essa iniciativa era conhecida como "Xodó 2.0" de Dilma Rousseff. É boa notícia para ninguém botar defeito.
Depois de uma negociação com as operadoras, chegou-se a um acordo pelo qual até 2014 todas as cidades brasileiras terão conexões rápidas. Cumprida a meta, será uma das joias da coroa do atual governo.
O serviço, com 1 megabite de velocidade, custará R$ 35 por mês, ou R$ 29, caso os governos estaduais abram mão da cobrança do ICMS.
A internet brasileira vive num estado de apagão geográfico, social e econômico. De cada 4 municípios, um não tem conexão de cabo. Ela só atende 27% dos domicílios e, quando o faz, a ligação custa na média R$ 48 por mês, segundo o sindicato das operadoras.
Há pelo menos seis anos o governo tentava expandir essa rede, mostrando que ela traça uma linha de exclusão, deixando de fora regiões, bairros e domicílios do andar de baixo.
Embrulhadas na bandeira da infalibilidade do mercado, as operadoras diziam que não havia como investir onde não há retorno. Para resolver esse problema, queriam avançar sobre uma parte dos R$ 9 bilhões entesourados pelo Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações.
Enquanto o governo aceitou passivamente as leis da privataria, o apagão persistiu.
Repentinamente, mudou-se a conversa. Se a iniciativa privada não podia fazer o serviço, a Telebrás voltaria ao mercado, fazendo-o. Mais: havia empresas estrangeiras interessadas no negócio.
Nesse cenário, as teles ficariam no pior dos mundos, carregando a urucubaca da ineficiência produzida pela ganância. Fez-se um acordo e todo mundo ganha, sobretudo o brasileiro que não tem acesso ao serviço.
Quando o governo faz seu serviço, as coisas acontecem. Em 1995, a Embratel estatal tinha o monopólio do acesso à internet. Havia 30 mil pessoas na fila e os teletecas prometiam zerá-la no ano seguinte. Era o tempo das estatais que faziam o que bem entendiam.
O tucano Sérgio Motta jogou detergente no dilema, liberou o mercado e a rede aconteceu. Passaram-se onze anos e a situação inverteu-se: as concessionárias privadas fazem o que bem entendem mas, no caso da banda larga, a ação do Estado induziu-as a mudar seus costumes. Ficam na fila os concessionários de energia elétrica e de transportes.
A conexão de R$ 35 não chegará de uma vez e pode-se temer que venha com velocidades inferiores ao megabite prometido. (Quem quiser mais velocidade continuará pagando caro, mas esse limite dá para o gasto de um usuário médio.)
O que parece ser um problema será uma solução, pois a patuleia ganhará o direito de cobrar. Se a rede não chegar a um bairro ou a um município, o governo ficará na posição de ter feito propaganda enganosa. Se chegar, mas for lenta, a operadora terá que se explicar.
O mais importante está feito: pelas regras do jogo, o brasileiro terá acesso à banda larga, sem estar amaldiçoado por ter pouca renda ou por viver numa localidade pobre.
Hoje há 14 milhões de pontos descrito banda larga no país. Se eles chegarem a 20 milhões, o Brasil encostará nos números franceses de 2009.
por Elio Gaspari

Sobre o Brasil real e o Brasil formal

Aloísio Mercadante falou como ministro da Fazenda, na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado, ontem. Abordou a industrialização dos tempos de Getúlio Vargas, não esqueceu Juscelino Kubitschek, registrou o crescimento econômico em parte do período militar, lamentou a inflação desmedida, elogiou Fernando Henrique e exaltou os governo  do Lula. Abordou o desenvolvimento do setor de ciência e tecnologia, com ênfase para o etanol, criticando o fato de que hoje somos outra vez exportadores  de matérias primas, mas afirmando que o conhecimento é  nosso maior potencial, no qual o governo Dilma investe sem cortes orçamentários.

Junte-se a exposição do ex-senador aos dados divulgados na véspera pela Fundação Getúlio Vargas, sobre a ascensão das classes D, E e C na divisão da renda nacional e se terá a impressão de que  ninguém segura este país. Afinal, 3,7 milhões de cidadãos passaram a ganhar de 1.200 reais a 5.174 mil por mês.

Maravilha? O Nirvana à vista de todos, na próxima curva? Confetes e serpentinas em profusão, fora do Carnaval?

Não é bem assim. O Brasil real encontra-se a milhas de distância do Brasil formal das estatísticas. Basta atentar para o número de indigentes soltos pelas ruas de cidades grandes e pequenas, em especial nesses dias de baixas temperaturas. A multidão de desesperançados vendendo óculos ou pedindo esmola nos semáforos e praças. As legiões de jovens sem emprego, tanto faz se oriundos da pobreza ou frequentando cursos profissionalizantes  e até com diplomas universitários. Os que cedem á tentação do tráfico sempre crescente e os que optam pela violência. Sem esquecer a falência do sistema de saúde pública quando se trata de atender os menos favorecidos.

Trata-se de um outro Brasil que se desenvolve em paralelo ao Brasil ufanista construído pelos detentores do poder, quaisquer que sejam. Somos a  sétima economia do mundo, caminhando para novos patamares? Sem dúvida,  mas parte da nossa base social vai ficando para trás, agora com o ingresso dos antigos defensores das massas no grupo dos caolhos que apenas vislumbram o progresso.  Somos os maiores usuários de telefones celulares e campeões da compra e do uso de computadores, mas entre 190 milhões de brasileiros, aumenta o número dos que vão ficando para trás. Azar o deles, dirão as elites. É da vida, acrescentam os privilegiados. Seria  bom tomar cuidado.

por Carlos Chagas

Fusão Carrefour e Pão de Açucar

Desde ontem é o assunto do momento na economia, a possível compra do Carrefour pelo Grupo Pão de Açucar [ com financiamento do BNDES].  Este negócio nos oferece a oportunidade de fazermos algumas perguntinhas básicas:
  1. Cadê a banca [bancos privados] para financiar?
  2. Teremos uma nova AMBEV [fusão que só beneficiou os donos]?
  3. Quantos empregos serão gerados com  e por causa dos mais de 4 bi do BNDES? 
Aguardamos respostas.

Rede social Google +1 foi anunciada


Empresa afirma que continuará lançando melhorias e novos recursos no Orkut
Do G1
 Divulgação)
Orkut, rede social popular no Brasil, será mantida mesmo com a Google+ 
O Orkut, rede social do Google, não irá sumir após o lançamento do novo site de relacionamentos, o projeto Google+, anunciado nesta terça-feira (28). De acordo com a empresa, o Orkut ainda receberá melhorias e novos recursos.
Desse modo, tanto o Orkut quanto a Google+ continuarão recebendo novidades. A empresa afirma que o objetivo é estender os novos recursos da Google+ para os usuários do Orkut conforme eles se tornam disponíveis. O Google não comentou sobre um encerramento do Orkut por conta do lançamento do novo site.
O Google anunciou sua nova rede social, chamada de Google+,nesta terça-feira (28). O objetivo é transformar os serviços da empresa em uma grande rede, além de ser uma resposta ao crescimento do Facebook. A rede ainda está em fase de testes e não há data de lançamento prevista, segundo o Google.
A companhia afirma que o objetivo da rede, projeto desenvolvido por mais de um ano por Vic Gundotra, vice-presidente da área social do Google, é permitir que os usuários utilizem suas conexões entre as pessoas na web de modo mais parecido com a vida real.
Visualmente, a rede social é dividida em círculos de amizades, permitindo que o usuário arraste seus contatos para o grupo e que compartilhe conteúdos específicos com aquele grupo. Um exemplo é ter um círculo da família e poder compartilhar fotos apenas com eles, e, com amigos de trabalho, poder trocar projetos.
 Divulgação)
Grupos de amigos são divididos em grupos
A função Sparks, segundo o Google, faz com que o sistema procure por vídeos e artigos que o usuários possa gostar de ler no tempo livre. Funciona como pequenos recortes de conteúdo para serem assitidos, lidos e compartilhados. O usuário define interesses gerais em uma barra similar à busca do Google e, após assistir ao vídeo, por exemplo, ele pode compartilhar para os amigos, selecionando o grupo desejado.
Na função Hangouts, o objetivo é poder conversar com amigos por meio de vídeo, proporcionando encontros inesperados, segundo o Google. Para usar o recurso, basta o usuário abrir uma sala e avisar o grupo de que está on-line.
A rede social Google+ ainda apresenta outras funções como a Instant Upload, que faz o upload das fotos de um celular diretamente para o site, sem a necessidade de intervenção do usuário, e a Huddle, que transforma as mensagens de texto por meio do celular entre os amigos de um determinado grupo.
O aplicativo do Google+, de acordo com a companhia, já está disponível para download nos celulares Android. Em breve, estará disponível na App Store do iPhone.

O anti-Palocci


Em um velho prédio numa barulhenta avenida de Porto Alegre, em companhia da mulher, vive há quatro décadas o ex-governador e ex-ministro Olívio Dutra. Em três ocasiões, Dutra abandonou seu apartamento: nas duas vezes em que morou em Brasília, uma como deputado federal e outra como ministro, e nos anos em que ocupou o Palácio do Paratini, sede do governo gaúcho. Apesar dos diversos cargos (também foi prefeito de Porto Alegre), o sindicalista de Bossoroca, nos grotões do Rio Grande, leva uma vida simples, incomum para os padrões atuais da porção petista que se refastela no poder.
No momento em que o PT passa por mais uma crise ética, dessa vez causada pela multiplicação extraordinária dos bens de ex-ministro Palocci, Dutra completou 70 anos. Diante de mais uma denúncia que mina o resto da credibilidade da legenda, ele faz uma reflexão: “Política não é profissão, mas uma missão transitória que deve ser assumida com responsabilidade”.
De chinelos, o ex-governador me recebe em seu apartamento na manhã de terça-feira 14. Sugeriu que eu me “aprochegasse”. Seu apartamento, que ele diz ter comprado por meio do extinto BNH e levado 20 anos para quitar, tem 64 metros quadrados, provavelmente menor do que a varanda do apê comprado por Palocci em São Paulo por módicos 6,6 milhões de reais. Além dele, o ex-governador possui a quinta parte de um terreno herdado dos pais em São Luiz Gonzaga, na região das Missões, e o apartamento térreo que está comprando no mesmo prédio em que vive. “A Judite (sua mulher) não pode mais subir esses três lances de escada. Antes eu subia de dois em dois degraus. Hoje, vou de um em um.” E por que nunca mudou de edifício ou de bairro? “A vida foi me fixando aqui. E fui aceitando e gostando”.
Sobre a mesa, o jornal do dia dividia espaço com vários documentos, uma bergamota (tangerina), e um CD de lições de latim. Depois de exercer um papel de destaque na campanha vitoriosa de Tarso Genro ao governo estadual, atualmente ele se dedica, como presidente de honra do PT gaúcho, à agenda do partido pelos diretórios municipais e às aulas de língua latina no Instituto de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “O latim é belíssimo, porque não tem nenhuma palavra na sentença latina que seja gratuita, sem finalidade. É como deveria ser feita a política”, inicia a conversa, enquanto descasca uma banana durante seu improvisado café da manhã.
Antes de se tornar sindicalista, Dutra graduou-se em Letras. A vontade de estudar sempre foi incentivada pela mãe, que aprendeu a ler com os filhos. E, claro, o nível superior e a fluência em uma língua estrangeira poderiam servir para alcançar um cargo maior no banco. Mas o interior gaúcho nunca o abandonou. Uma de suas características marcantes é o forte sotaque campeiro e suas frases encerradas com um “não é?” “Este é o meu tio Olívio, por isso tenho esse nome, não é? Ele saiu cedo lá daquele fundão de campo por conta do autoritarismo de fazendeiro e capataz que ele não quis se submeter, não é?”, relembra, ao exibir outra velha foto emoldurada na parede, em que posam seus tios e o avô materno com indumentárias gaudérias. “É o gaúcho a pé. Aquele que não está montado no cavalo, o empobrecido, que foi preciso ir pra cidade e deixar a vida campeira”.
Na sala, com exceção da tevê de tela plana, todos os móveis são antigos. O sofá, por exemplo, “tem uns 20 anos”. Pelo apartamento de dois quartos acomodam-se livros e CDs, além de souvenires diversos, presentes de amigos ou lembrança dos tempos em que viajava como ministro das Cidades no primeiro mandato de Lula.
Dutra aposentou-se no Banrisul, o banco estadual, com salário de 3.020 reais. Somado ao vencimento mensal de 18.127 reais de ex-governador, ele leva uma vida tranquila. “Mas não mudei de padrão por causa desses 18 mil. Além do mais, um porcentual sempre vai para o partido. Nunca deixei de contribuir”.
Foi como presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, em 1975, que iniciou sua trajetória política. Em 1980, participou da fundação do PT e presidiu o partido no Rio Grande do Sul até 1986, quando foi eleito deputado federal constituinte. Em 1987, elegeu-se presidente nacional da sigla, época em que dividiu apartamento em Brasília com Lula e com o atual senador Paulo Paim, também do Rio Grande do Sul. “Só a sala daquele já era maior do que todo esse meu apartamento”.
Foi nessa época que Dutra comprou um carro, logo ele que não sabe e nem quer aprender a dirigir. “Meu cunhado, que também era o encarregado da nossa boia, ficava com o carro para me carregar.” Mas ele prefere mesmo é o ônibus. “Essa coisa de cada um ter automóvel é um despropósito, uma impostura da indústria automobilística, do consumismo”. Por isso, ou anda de carona ou de coletivo, que usa para ir à faculdade duas vezes por semana.
“Só pra ir para a universidade, gasto 10,80 reais por dia. Como mais de 16 milhões de brasileiros sobrevivem com 2,30 reais de renda diária? Este país está cheio de desigualdades enraizadas”, avalia, e aproveita a deixa para criticar a administração Lula. “O governo não ajudou a ir fundo nas reformas necessárias. As prioridades não podem ser definidas pela vaidade do governante, pelos interesses de seus amigos e financiadores de campanha. Mas, sim, pelos interesses e necessidades da maioria da população”.
O ex-governador lamenta os deslizes do PT e reconhece que sempre haverá questões delicadas a serem resolvidas. Mas cabe à própria sigla fazer as correções. “Não somos um convento de freiras nem um grupo de varões de Plutarco, mas o partido tem de ter na sua estrutura processos democráticos para evitar que a política seja também um jogo de esperteza”.
Aproveitei a deixa: e o Palocci? “Acho que o Palocci fez tudo dentro da legitimidade e da legalidade do status quo. Mas o PT não veio para legitimar esse status quo, em que o sujeito, pelas regras que estão aí e utilizando de espertezas e habilidades, enriquece”.
E o senhor, com toda a sua experiência política, ainda não foi convidado para prestar consultoria? Dutra sorri e, com seu gestual característico, abrindo os braços e gesticulando bastante, responde: “Tem muita gente com menos experiência que ganha muito dinheiro fazendo as tais assessorias. Mas não quero saber disso”.
Mas o senhor nunca recebeu por uma palestra? “Certa vez, palestrei numa empresa, onde me pagaram a condução, o hotel e, depois, perguntaram quanto eu iria cobrar. Eu disse que não cobro por isso. Então me deram de presente uma caneta. E nem era uma caneta fina”, resumiu, antes de soltar uma boa risada.
por Lucas Azevedo, de Porto Alegre, em CartaCapital

As mudanças na Previdência Social



Uma discussão relevante é a da chamada desoneração da folha de salários, visando reduzir o custo da formalização do emprego.
O modelo atual sempre prejudicou setores intensivos em mão de obra beneficiando setores intensivos em capital.
Nas últimas décadas criou-se a falsa percepção de que o financiamento da previdência social deveria ser feito apenas por empregados e empregadores. Esse tipo de relação entre pagar e receber é próprio de sistemas privados de Previdência em regime de capitalização – aquele em que a contribuição é depositada no período de vida ativa do contribuinte, rende juros e depois garante a aposentadoria.
O regime da Previdência pública sempre foi pelo sistema de caixa – isto é, a contribuição de hoje banca os benefícios de ontem.
No início o financiamento era tripartite – um terço empregadores, um terço empregados e um terço governo, através de uma taxa cobrada na gasolina.
No início dos anos 80 o então Ministro Delfim Netto revogou essa cobrança, acabando com diversos fundos específicos, juntando todos os recursos para enfrentar a crise fiscal do Estado.
Comprometeu-se a compensar o fim da vinculação da gasolina com recursos orçamentários. Nada fez.
Pelo contrário, ao longo dos anos seguintes, diversas medidas de política social – aposentadoria rural, aposentadoria aos 65 anos mesmo a não contribuintes -, diversos benefícios fiscais – isenção de pagamento para igrejas, santas casas, clubes esportivos – foram jogados nas costas das empresas e dos empregados.
Agora, com a provável desoneração da folha, haverá uma enorme disputa para saber quem será convocado a pagar a diferença. Provavelmente haverá aumento de tributação em setores altamente rentáveis – como o financeiro -, e também em cima de setores intensivos em capital, já que a tendência será cobrar o tributo pelo faturamento.
De qualquer modo, não será uma decisão fácil. Ainda rolará muita discussão antes do novo modelo ser implementado.da formalização do emprego.
Oartite – um terço empregadores, um terço empregados e um terço governo, através de uma taxa cobrada na gasolina.
No início dos anos 80 o então Ministro Delfim Netto revogou essa cobrança, acabando com diversos fundos específicos, juntando todos os recursos para enfrentar a crise fiscal do Estado.
Comprometeu-se a compensar o fim da vinculação da gasolina com recursos orçamentários. Nada fez.
Pelo contrário, ao longo dos anos seguintes, diversas medidas de política social – aposentadoria rural, aposentadoria aos 65 anos mesmo a não contribuintes -, diversos benefícios fiscais – isenção de pagamento para igrejas, santas casas, clubes esportivos – foram jogados nas costas das empresas e dos empregados.
Agora, com a provável desoneração da folha, haverá uma enorme disputa para saber quem será convocado a pagar a diferença. Provavelmente haverá aumento de tributação em setores altamente rentáveis – como o financeiro -, e também em cima de setores intensivos em capital, já que a tendência será cobrar o tributo pelo faturamento.
De qualquer modo, não será uma decisão fácil. Ainda rolará muita discussão antes do novo modelo ser implementado.

O caso Pão de Açucar

A provável fusao entre Pao de Acucar e o Carrefour abre espaço para uma boa discussão sobre direito económico.
Ha muito os supermercados deixaram de ser meros intermediários entre a industria e o consumidor. O model de negócios passa, agora pela venda de espaço nas gôndolas, pela venda de produtos com marca própria, dificultando a concorrência em muitos setores.
Por outro lado, a partir do final dos anos 80, a consolidação das novas redes de supermercados permitiu um controle mais efetivo sobre movimentos especulativos. Trabalhando com margens estreitas, ganhando no volume, ao contrario de outros setores a concentração trouxe ganhos concretos ao consumidor.
Alem disso, ao mesmo tempo em que as grandes redes se expandiam novas redes se fortaleciam no interior dos estados e na periferia das metrópoles, permitindo manter um bom nível de competição.
***
Mesmo assim, há danos efetivos a um sem-número de fornecedores que têm nos supermercados o canal de vendas dominante. A análise dos órgãos de direito econômico - CADE (Conselho Administrativo de Direito Económico) e na SDE (Secretaria de Direito Econômico) - terá que levar em consideração uma variedade extensa de fatores
IPC-S desacelera em seis capitais
Seis das sete capitais pesquisadas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) para o cálculo do IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal) apresentaram decréscimos em suas taxas na terceira semana de junho, quando o índice fechado chegou a -0,15%. Das capitais que reduziram seus resultados, quatro apresentaram deflação: Salvador (de -0,01% para -0,08%), Rio de Janeiro (de 0,06% para -0,07%), Porto Alegre (de -0,35% para -0,52%) e São Paulo (de -0,15% para -0,29%).
BC espera menor entrada de investimento estrangeiro em ações
O Banco Central reduziu de US$ 15 bilhões para US$ 7 bilhões a sua projeção para o volume de investimento estrangeiro em papéis domésticos e ações devido ao mercado acionário. Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, os ingressos para ações têm sido "relativamente baixos neste ano", e o aumento das incertezas no mercado internacional ajudam a reduzir as aplicações em ações. Entre janeiro e maio, os investimentos estrangeiros totais em ações ficaram em US$ 3,370 bilhões.
Christine Lagarde é eleita diretora-gerente do FMI
A ministra de Finanças da França, Christine Lagarde, foi eleita como diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), em substituição ao também francês Dominique Strauss-Kahn, que renunciou ao cargo depois de se envolver um escândalo sexual.  O comitê executivo do fundo, com 24 países-membros, nomeou por unanimidade a francesa para um mandato de cinco anos, começando em 5 de julho, segundo comunicado. Ela disputava a vaga com o presidente do Banco Central do México, Agustín Carstens.
Crédito bancário manteve evolução moderada em maio
O saldo apresentado pelas operações de crédito do sistema financeiro chegou a R$ 1,804 trilhão em maio, com crescimento de 1,6% no mês, 5,8% no ano e 20,4% em doze meses. Com o resultado, a relação crédito/PIB aumentou para 46,9%, ante 46,6% em abril e 44,3% em maio de 2010. Segundo o Banco Central, os empréstimos apurados com recursos livres apresentaram um saldo de R$ 1,180 trilhão, enquanto as carteiras de pessoas físicas avançaram 1,7%, gerando um saldo de R$ 592,8 bilhões.
Juros do cheque especial batem recorde
A taxa de juros cobrada pela utilização do cheque especial chegou a 185,4% ao ano, um acréscimo de 7,3 pontos percentuais em relação ao visto em abril, segundo o Banco Central. Essa é a taxa mais elevada já apurada desde abril de 1999, quando o total acumulado no ano foi de 193,65% ao ano. Contudo, a taxa do crédito pessoal apresentou redução de 0,2 ponto percentual de abril para maio ao ficar em 49,7% ao ano. A taxa para a compra de veículos passou de 30,9% para 30,4% ao ano.
Déficit da Previdência cai 58% em maio
A Previdência Social fechou o mês de maio com um déficit de R$ 2,419 bilhões em maio, decorrentes de uma arrecadação líquida de R$ 19,039 bilhões e de despesa com pagamentos de benefícios previdenciários de R$ 21,459 bilhões. Segundo o Ministério da Previdência Social, o resultado é 58% menor que o de abril, quando o saldo negativo foi de R$ 5,762 bilhões. No ano, as perdas chegam a R$ 17,836 bilhões, com redução de 16,5% ante o resultado negativo de R$ 21,369 bilhões do mesmo período de 2010.



--